Capítulo 12 - Luxúria

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Angelica tentava não trocar as pernas enquanto caminhava, mas todo o tempo sem beber realmente havia a deixado um pouco fraca. Ela se apoiou na parede, rindo, enquanto Kuldra a encarava.

- Você tinha razão, aquela velha é... hic, incrível! Haha! - o anjinho dizia, erguendo os braços - A gente tem... hic... que voltar aqui mais vezes!

Kuldra fez que sim com a cabeça, ainda sóbria. As cervejas que tomou não eram o suficiente para derrubar alguém como ela.

- Argh, por que caralhos o chão tá se movendo tanto... - e antes que a baixinha pudesse cair, sua dupla a pegou gentilmente no colo e as duas entraram no elevador – Ok, assim é melhor... Chão rápido do caralho.

- Fico feliz por você estar melhor. - N'kosi fez um carinho nos cachinhos pretos e Angelica a encarou com uma expressão meio possessa - Não está?

- Pare de me olhar assim.

- Assim como? - Kuldra perguntou, confusa.

- Toda boba, cacete. - Ritter respondeu, amassando o rosto de sua dupla enquanto fazia careta - Para de ser besta, porra.

- Ah. - e Kuldra não conseguiu esconder o pequenino sorriso dos olhos de Angelica - Ok.

O elevador abre as portas de novo e antes de chegarem na ala médica, Angelica bufa.

- Nem fodendo que eu vou voltar praquela merda. Me leva pro quarto.

- Mas... Você já foi liberada?

- Foda-se! Ficar lá só tá piorando minha cabeça! Vamo logo pro quarto, porra, eu quero minha cama!

Kuldra fez que sim com a cabeça e seguiu o caminho até o quarto das duas. Abriu a porta, deitou Angelica em sua cama, a ajudou a tirar os coturnos e a cobriu gentilmente com o edredom.

- Boa noite.

Trancou a porta e já estava se preparando pra dormir também, quando ouviu os tapinhas abafados pelo tecido do edredom.

- Hm?

- ...deita aqui, sua idiota. - Angelica disse meio emburrada, mas ao mesmo tempo... Sem jeito?

Kuldra fez o que sua dupla mandou, tentando se ajeitar na cama que era pequena demais pra ela. Abraçou uma Angelica que tentava parecer brava ainda, mas que apoiou a cabeça em seu peito e fechou os olhos.

- Senti sua falta. - Kuldra disse, voltando a fazer carinho naquelas madeixas.

- Cala a boca...

E assim as duas caíram no sono.

--//--

O carro preto blindado parou na frente da mansão moderna, e logo um funcionário se ofereceu para guardar o veículo enquanto Salvatierra descia e lhe entregava as chaves. Quando ela chegou até a porta, uma empregada a atendeu com certa surpresa.

- A senhorita Chaudhari não está esperando visitas.

- Diga a ela que sou eu. - ela respondeu, séria, encarando a mulher que desviou o olhar e suspirou antes de abrir a porta.

- Espere aqui, por favor.

A sala de estar era decorada de forma contemporânea, mas com pequenos detalhes da cultura de Chaudhari esbanjados aqui e acolá. Um quadro na parede, algumas estátuas pequenas... Era bem calculado, mas ainda não caía nos gostos de Suzana. Parecia fresco demais.

- Por favor, me siga. - e a empregada caminhou até uma porta, a abriu e fez sinal para que a visita entrasse antes de deixá-las sozinhas. O local era um escritório com ar mais antigo e sofisticado que o resto da casa. De paredes cor de vinho e repleto de estantes abarrotadas de livros, pinturas chiques com molduras douradas nas paredes e até mesmo duas estátuas nos cantos do cômodo. No centro, Chaudhari mexia em um notebook e bebia uma taça de vinho, os cabelos pretos soltos e seu corpo coberto aparentemente apenas por um roupão vermelho de cetim.

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