Capítulo 39 - Horror

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O momento estava tão bonito que era como se o mundo exterior não existisse. Porém, ele existia.

Enquanto elas sorriam...

Um exército invadia a cidade.

Enquanto elas brindavam...

Prédios eram destruídos, pessoas eram mortas.

Enquanto elas conversavam em uma grande conexão...

O IND virava um pandemônio.

- - -

Alguns dias depois... em meio à poeira e a destruição, pequenas barracas tinham sido armadas pra comportar as militares anti-demônios.

- Isso é... surreal. - diz Ashley Bennett, a americana. Que por mais que soubesse das guerras as quais seu país estava envolvido, nunca tinha ativamente vivido uma. Bem, elas eram militares, não eram? Mas é que até então, a luta, geralmente, não era tão massiva ou destrutiva quanto agora.

- S-sim... eu estou com medo. - diz Suellen Martins, a brasileira. Que obviamente nunca sequer tinha cogitado pisar em uma guerra.

- A gente vai conseguir, eu só... - e Ash pensou em trocentas coisas pra dizer, mas a boca tremia e a voz falhava. - Perdemos a base toda do IND, a cidade foi quase toda destruída, o mundo está um caos e... é surreal. Não temos nem pessoal e nem armamento pra poder lutar contra isso.

- M-mas nós vamos dar um jeito, você disse, não era...? - Suellen tenta sorrir e pega na mão de sua dupla, parceira, amiga e namorada.

Em outra barraca, uma grandona segurava e impedia uma pequena de fazer merda.

- ME DEIXA IR!!!

- Não.

- ME DEIXA IR, EU VOU QUEBRAR AQUELAS COISAS NA PORRADA!!!

- Não, Angelica. - e Kuldra a puxa pra um abraço apertado, que deixa a inglesa sem fala.

Angelica Ritter, a inglesa, que já sabia que ia dar merda (palavras dela), mais cedo ou mais tarde, considerando toda a sujeira em que o IND está envolvido.

Kuldra N'Kozi, a sul-africana, não gostaria (mas esperava) que em algum momento as coisas escalonassem pra onde escalonaram.

- Por que...? Por que não quer me deixar ir, Kuldra?

- Você sabe porque, Angelica.

E o silêncio permeou aquela barraca.

Em outra barraca, as duas irmãs finlandesas, Aase Rytkönnen e Berit Rytkönnen, se preparavam pra batalha de suas vidas. Àquela pra qual elas se tornaram o que eram...

- Você está pronta, Aase?

- Estou sim, Berit. E você, está pronta, Berit?

- Estou sim, Aase.

E por fim, como foi dito, o casalzinho 20, agora em uma das barracas também ficava corroendo mentalmente o que havia acontecido antes, o que poderia ter acontecido depois (se não fosse os demônios) e toda a situação catastrófica na qual se encontravam naquele momento.

- Isso é... surreal. - disse Vivien Blanchard, francesa; olhando pra fora por uma janelinha improvisada na barraca (uma parte transparente que dava pra fechar abotoando ou deixar aberta pra ver a área externa da mesma).

- S-sim... - Daniela Gonzáles, mexicana; fechava os olhos, nervosa, colocando as mãos metálicas no rosto. - I-isso... isso não pode tá acontecendo, Vivien! Logo agora quando... quando...!

- É, eu sei. - ela diz e suspira. - As coisas estão piores do que eu imaginava. Eu não sei mais... pra onde... o futuro vai nos levar.

Mas uma das barracas armadas ali por outras funcionárias do IND continuava vazia. Vazia, pois, a General Susana Salvatierra, mexicana (tal qual Daniela), não estava ali como deveria estar. Porque no caso dela, o assunto era ainda mais urgente...

I.N.D.Onde histórias criam vida. Descubra agora