Capítulo 9 - Auto-destruição

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AVISO DE GATILHO: Sexo, drogas e violência.


Os saltos altos faziam uma barulheira exemplar pra anunciar o ÓDIO no coração da dona deles. E ignorando toda e qualquer veterana que tentou pará-la no meio do caminho para anunciar que ela não tinha jurisdição como civil para entrar em um salão militar de nível avançado; ela saiu arreganhando a porta, também sem se preocupar com o barulho que a maçaneta de metal ia fazer ao bater na parede do recinto. E é claro, o último barulho estrondoso a ser ouvido foi quando, através de mãos bronzeadas com unhas grandes pintadas de vermelho, um jornal foi ESTAPEADO em cima da mesa com bruteza.

- Que merda é essa, Salvatierra?

- General pra você.

- Que MERDA é essa? - ela repete, sem ligar pra nomenclaturas importantes.

- Parece, pra mim, um jornaleco de quinta categoria.

- Ah... parece... "pra você"... - e então, a indiana BUFA com ódio no coração e no olhar. Seus olhos negros pegavam fogo. - Vocês mataram... CIVIS? É ISSO MESMO? CIVIS INOCENTES???

Claro que no jornal, com letras garrafais estava escrito:

"SANGUE E ELETRO-CHOQUE – Soldadas obscuras das forças militares conhecidas como IND (Instituto de Neutralização e Contenção de Forças Demoníacas) assassinam, à sangue-frio, vários civis, em meio ao ataque demoníaco ocorrido no centro da cidade!"

- Eu não sei até que ponto você se desinformou, mas... eles tinham qualquer coisa, menos inocência. - diz Salvatierra, suspirando, tentando não... demonstrar sentimentos perante sua "rival informacional".

- Eles eram CIVIS, CIVIS! Vocês são uma força militar, totalmente armada e treinada! E vocês têm autorização mundial apenas pra matar demônios! DEMÔNIOS, NÃO CIVIS!!! - Chaudhari gritou, ainda irritadiça. Uma veiazinha insistente saltava em sua testa, mas isso, de forma alguma, lhe deixava menos atraente.

- Civis armados com armamento militar pesado. Minhas novatas chegaram a ser atingidas por projéteis e quase morreram também. Isso sem contar de todo o funcionamento do combate contra a real ameaça, o demônio de fogo gigante que assolava a cidade. Eles claramente estavam interferindo em assuntos militares que condiziam com a segurança da população, logo...

- Você tá me fodendo, Salvatierra??? - pergunta a indiana, putaça.

- Ainda não... - Salvatierra dá um leve risinho, desdenhoso.

- Que se FODA que eles tinham armas! Eles não tinham treinamento militar! E, por favor, o quão despreparadas são suas agentes para elas não conseguirem conter a ameaça sem desafiar a vida dos civis próximos?

- Já disse que elas eram novatas...

- E você mandou ELAS pra ASSASSINAR CIVIS???

Salvatierra suspirou, mas não disse nada. Chaudhari completou:

- A Organização das Nações Unidas quer que as soldados responsáveis por essa... CHACINA... sejam devidamente punidas e expulsas da Instituição!

- Ah é é? Senão o que? - Salvatierra dá um sorrisinho irônico, e nessa hora, a indiana dá a volta na mesa dela, e lançando-se contra ela...

Ela passa as mãos ao redor do pescoço da militar em um estrangulamento. A General sorri. E só de implicância, retesa o mesmo (a garganta) e puxa a outra com sua força muscular habitual, pela gravatinha social da vestimenta, e nesse movimento... o corpo da rival vai pra cima do dela, fazendo-a sentar em seu colo veemente. A saia, muito apertada, fica ainda mais curta, se levantando e já expondo a calcinha e a meia-calça. Salvatierra sabe que puxar a gravata a enforca tanto quanto os dedos dela em seu pescoço agora, e então, ela o faz, pra poder lhe beijar.

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