Capítulo 34 - Gaiola

7 3 19
                                    

As quatro jantavam juntas. Suellen, Ashley, Daniela e Vivien. Era estranho sem Kuldra e Angelica por perto... Pacífico demais.

- Então vocês ficaram sendo torturadas por todos esses dias? - Bennett perguntou, curiosíssima - Isso é ao menos permitido?

- Como se Salvatierra ligasse pro que é permitido por lei ou não. Lembrem-se, nós estamos no território dela. Somos suas subordinadas. - o jeito com que Vivien disse aquela frase soou um tanto quanto amargo - E sobre as torturas... Bem, eram torturas. Não tenho muito o que dizer, exceto que a de Kuldra parecia ser feita especialmente pra ela, o que a deixou pior do que nós.

- Mas e Angelica? Ela ainda não foi solta? - Suellen perguntou com preocupação - Eu vi que Kuldra está na ala médica de novo... Pobrezinha, nem faz tanto tempo que ela tinha saído de lá...

- Eu não sei porque ela só não solta a Angelica também. Tá, eu sei que ela tem uma matraca poderosíssima capaz de desarmar qualquer ser vivo num raio de 30km, mas isso não significa que ela precise continuar sendo torturada, né? - Ashley comenta, cruzando os braços e fazendo os seios fartos quase pularem. Suellen desvia o olhar, vermelha - Salvatierra quer matar ela, é?

- Eu não sei. Sinceramente, não sei de mais nada. - Blanchard suspira - Ao menos espero que esses dias tenham sido tranquilos pra vocês.

- Difícil ser tranquilo quando a gente tá preocupada com nossas amigas. - Martins comenta, sendo fofinha – Mas, pelo menos, não lidamos com nenhum demônio.

- O que é mais estranho ainda! Não tão estranho quanto Dani quieta esse tempo todo, né... Mas também é esquisito. - Bennett comenta, fazendo as outras encararem Gonzáles.

- Hã? D-desculpa, é que eu tava ocupada demais comendo, hehe... - ela diz meio sem jeito - Mas é, muito esquisito isso... Pois é.

A cabeça de Daniela estava distraída demais pra manter o foco na conversa. Primeiro, ela estava muito feliz que Vivien havia voltado. Mas por outro lado, pensava se tinha alguma coisa que podia fazer pra ajudar suas amigas...

Nah, claro que não tinha.

Ela era só uma soldado.

Ela suspirou, chateada.

- Ei, não se preocupe. - Vivien disse, tocando gentilmente no ombro de sua dupla – Angelica e Kuldra são fortes, você já as viu lutando várias vezes. Elas vão ficar bem.

Dani ficou vermelha com o toque, mas depois abaixou os olhos.

- Eu não sei... Tô com um pressentimento ruim. - a mexicana confessou, triste.

--//--

- TIRA AS SUAS MÃOS DE MIM, SUA REVENDEDORA DE DESGRAÇA! SUA FILHA DA PUTA DO CARALHO, VOCÊ ACHA QUE EU TE PERDOEI SÓ PORQUE KULDRA FOI PRA ENFERMARIA? - Ritter gritou puta da cara enquanto era carregada no ombro de Salvatierra, se debatendo de ódio e até mesmo chutando a mulher. A merda era que por mais que ela gritasse, as outras oficiais não se arriscariam a ajudá-la. Não contra a superiora fodona da porra toda.

Salvatierra suspirou, ainda andando com a mais jovem em seus braços. Aquilo era perigoso demais e ela queria fazer o que tinha de ser feito o mais rápido possível, mas era difícil segurar uma pessoa que mais parecia um vibrador ligado no 220.

- ME BOTA LOGO NO CHÃO, PORRA! ME BOTA NO CHÃO PRA EU DAR UM SOCO NESSA SUA CARA DE PAU!

- Você não vai me bater, suas mãos estão atadas. - a General suspirou - Só fique quieta pra acabarmos logo com isso.

- É, EU VOU ACABAR COM ISSO MESMO! EU VOU ACABAR COM A PORRA DA SUA RAÇA, NÃO VOU DEIXAR NENHUM VESTÍGIO, VOCÊ SÓ VAI SUMIR E NINGUÉM VAI LEMBRAR DE UMA FILHA DA PUTA CUZONA ESCROTA QUE NEM VOCÊ! E QUEM LEMBRAR, VAI MIJAR NA PORRA DO SEU TÚMULO, CAGAR E CUSPIR DEPOIS! - a voz de Angelica ficava distorcida a cada frase cheia de ódio que ela soltava, o que causava um arrepio na espinha de Salvatierra. Ela sabia que se encarasse a jovem agora, veria em seus olhos a mesma coisa que viu em Annchi anos atrás.

I.N.D.Onde histórias criam vida. Descubra agora