O baptizado

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A Violeta trouxe as alianças para o padre benzer.

Rodolffo olhava para a aliança pequenina sem entender.  Olhava para mim e encolhia os ombros a pedir apoio.

- Amor!  Ela disse que também queria casar contigo.   Tens que casar primeiro com ela e depois pedir-lhe se podes casar comigo.  Ela diz que é assim que se faz, sussurrei ao ouvido.

O padre terminou a bênção.

Segurei a aliança pequena, ajoelhei em frente da minha filha, segurei a sua mão e disse:

- Minha filha, meu amor!  Aceitas está aliança que te une para sempre ao papai?

- Aceito.

Coloquei a aliança no dedo dela e dei um beijo.
Ela muito feliz bateu palmas.  Toda a igreja a imitou.

- Filha!  Será que eu posso casar com a mamãe?  Tu deixas?

- Deixo.  E bateu palminhas novamente.

- Colocámos as alianças um ao outro com o prometo amar-te e respeitar-te enquanto a nossa vida durar.

- Com o poder que me foi concedido eu vos declaro marido e mulher.

Antes que o padre mandasse já iniciámos o beijo.

Palmas de toda a igreja.

- Dentro de 10 minutos vamos realizar os baptizados,  comunicou o padre.

Cumprimentámos os nossos convidados dentro da igreja mesmo.  Não íamos sair para evitar demoras.

Todos elogiaram o meu vestido e da minha filha, o buquê,  a decoração da igreja.  Tinha arranjos de flores brancas de vários tipos, mas miúdinhas, e salpicadas com duas ou três violetas.  Assim representava o casamento e os baptizados.
A decoração na recepção será igual.

Já tinha saudades do meu bébé.  Peguei nele e ele dormia.  Acho que dormiu a cerimónia toda.

Começámos a posicionar-nos para o baptizado.

A primeira seria a Violeta.

Velas acesas, padrinhos a postos e chega o momento de deixar cair a àgua na cabeça.

Ela não gostou foi nada.

- Tanto trabalho a pentear a tu vens molhar o meu cabelo diz ela para o padre que soltou uma gargalhada.

- Não tem graça não.  E agora?

- Amor! Não faz mal.  A mamãe ajeita depois.

Era a hora do sal na boca e o óleo.

Violeta fazia as mais variadas caretas o que fazia a plateia rir.

- Nhec, nhec.   Não gostei.

- Pronto.  Já terminei.  Agora o Gabriel.

Gabriel continuava dormindo e assim foi até ao final da cerimónia.

Cumprido o protocolo fomos para o exterior iniciar a sessão fotográfica.

Tirámos imensas fotos sózinhos, com os filhos, com os pais e convidados mas estava tudo com fome.

Todos se dirigiram à sala da recepção.   Foi servido um aperitivo enquanto cada um se dirigia ao seu lugar.

Ficámos sós no exterior com o fotógrafo.   A noite já caía.  Tirámos algumas fotos antes de entrar e dar início ao jantar.

O menu escolhido por mim.

Entrada: suflê de camarão
                 Tâmaras com Bacon e
                 cogumelos
P. Principal: Bacalhau espiritual
                      Risoto de espargos   silvestres com filé mignon

Sobremesa: petit gateau com sorvete
                      de nozes
                      Mille feuille com
                      morangos e suspiro

Todos os vinhos foram sugestão do chef.

Café
Bombons
Bebidas várias

Já a noite ia longa quando foi servido um bufet de frios, queijos e sobremesas várias.

A abrilhantar a festa convidei uma dupla que o meu marido adorava.  Eles eram muito famosos na àrea então,  fiquei muito contente quando aceitaram.  Eram a dupla Israel & Rodolffo.  Eles para me fazer surpresa pois sabiam que eu amava, trouxeram a Simone Mendes.

O meu marido ficou deveras emocionado com a surpresa.   Pena que os artistas só puderam ficar 1 hora.  Eles tinham show nessa noite, mas foi muito bom.

Agradeci aos três pela disponibilidade.

O resto da noite foi animada por já disco jokey.  O meu marido a certa altura pediu a palavra:

- Atenção:  eu e o meu parceiro vamos cantar uma moda que eu dedico à minha esposa e aos meus filhos.
Ela é dos nossos amigos que acabaram de sair daqui.  Chama-se
Casa Mobilada.

Cantaram mais algumas modas do repertório deles e depois deixaram o disco jokey fazer o trabalho dele.

Toda a nossa família dormiria na xácara.

- Amor, os teus pais já vão recolher-se com as crianças.   Vamos-nos despedir deles?

- E de seguida saímos à francesa.

- Bora.

Fomos dar um beijo nas crianças e nos avós e seguimos para o hotel reservado para nós.   Já tínhamos enviado as malas pois no dia seguinte seguimos para Itália.

- Estou cansada disse ao chegar ao quarto e atirando-me para cima da cama.  Nada melhor que uma cama.

- Nada? 

- Nada por esta ordem.

     - banho
     - sexo
     - cama
     - sexo
     - banho
     - cama

- Gostei.  Vou abrir um champanhe.  Tem ali uns morangos e chantilly.

- Ai Jesus!!!   Quem vai acordar para voar?  Felizmente o voo é só no final da tarde.

Comecei a despi-la.  Felizmente ela não escolheu um daqueles vestidos cheio de botões.

- Amor, estavas tão linda igual à Violeta.  Eu amei a cena a aliança dela.  E ela estava tão feliz.  Eu amo aquela pequena mais que tudo.

- E tu e o Gabriel.  Dois galãs.  Pena ele ser ainda tão pequenino e não aproveitar.   Vou ter tantas saudades deles.

- Eu também,  mas vamos aproveitar nós dois.  Temos tão poucas oportunidades.   Quem sabe não fazemos um italianinho ou inha.

- Deixa de ser safado.  Duas crianças já dão muito trabalho e eu estou esperando eles cresceram para poder acompanhar-te nos shows.  Com outro bébé não vai ser possível.

- Mas eu quero outro filho.  Pode ser mais tarde.

- Veremos.  Agora vem cá.  Eu quero outra coisa.

- É o que eu digo.  Essa outra coisa faz parte do croché de ter filho.

Rimos à gargalhada os dois.  Estávamos leves e soltos.  Não sei se por conta do champanhe ou da felicidade que tínhamos dentro de nós.

Fizemos amor, tomámos banho, fizemos amor,  tomámos banho e adormecemos de conchinha felizes e revigorados.
                     

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