Nem tudo são rosas

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Acordei no dia seguinte grudadinho nela.
Esfreguei os olhos não fosse eu ter sonhado.
Era verdade. Ali estava ela dormindo o sono dos justos.  Tentei não acordá-la.  Fui fazer a minha higiene  e fui  preparar o café.
Violeta acabara de acordar. Peguei nela e levei-a para a cozinha.

- Vamos fazer café para a mamãe?

- Vamo.

Preparei o café da minha filha e enquanto ela  comia fui preparar o da mãe.

Preparei um bandeja com frutas, sumo, café com leite  mingau, pão,  bolo, queijo e presunto.

- Vamos levar à mamãe?

- Tá indo.

- Está lindo sim meu amor.

Chegámos no quarto, Flor ainda dormia.
Coloquei a bandeja na mesinha de  cabeceira, subi a Violeta para a cama e sussurrei:

- Cosquinhas??

Iniciámos uma batalha de cócegas na mãe. Ju acordou e contra atacou. Violeta ria que nem uma perdida.
Ao ver que já lhe começava a faltar o ar de tanto rir parámos para comer.

- Amor, ela já comeu. Vai comendo tu que eu vou sair 10 minutos e já volto.

- Vais aonde?

- Buscar  uma coisa, não demoro.

Pegou numa fruta e saiu correndo.

Comi bem. A safadinha apesar de já ter  comido veio beliscar o meu bolo

- Tem fruta. Queres?

- Qué só bolo.

Gulosa como o pai.

Por falar nele, regressa pouco depois.
Na mão 2 rosas brancas.

- Esta é para a minha filhota.

Ela bateu palminhas e segurou a rosa.

- Está para o meu amor.

A mensagem de hoje era:

A partir de hoje flores virtuais nunca mais.

- E é? Então quer dizer que aquelas flores todas no insta eram para mim?

- Tu viste? Como se tinhas as tuas redes trancadas?

- Ué! E conta fake serve pra quê?

- Fake? Quer dizer que tu espionavas a minha vida?

Por vezes sim. Até te abracei sem saberes.

- Quando?

- Lembras-te quando recebes-te no camarim 6 meninas que viviam todas juntas numa instituição e a tua irmã pediu para separar uns presentes? Foi no último show aqui na cidade.

- Sim.

- As meninas eram lá da instituição e fui eu que as levei.  Elas pediram muito. São muito tuas fãs.

- Eu tinha bronzeado o rosto, colocado lentes esverdeados e cabelos cacheados.  Dei-te um abraço tão gostoso.

- Eu senti o teu perfume só que depois de abraçar tanta gente não consegui distinguir quem cheirava como tu.

- Eu vi a postagem da mensagem sobre isso.

- Vem cá. Mereces um beijo.
Violeta já tinha ido para o quarto dela.

- Só um? Depois de tanta judiação.

- Um de cada vez.

Beijámo-nos como se não houvesse amanhã.

- Vamos sair, fazer programinha de casal?

- Sim. Deixa eu ir tomar banho.
Vai tratar da Violeta enquanto me despacho e depois vamos passear no parquinho e almoçar juntos em qualquer sítio.

- Pode ser no Centro Comercial. É perto, não precisamos levar o carro.

- Sim, princesa linda.

Já no parquinho passámos por uma situação muito comum mas não deveria.

A nossa menina como já disse era moreninha com cabelos chacheados.
No parque uma criança loirinha veio
brincar com ela.
Estavam as duas no escorrega quando vemos a mãe correr em direcção à filha destilando veneno.

- Mariana! Já te avisei para não brincares com essas meninas. Saí daí já.

Ao ouvir isso aproximei-me e perguntei:

- Quem são essas meninas que eu só vejo aqui a minha e a sua? Sabia que eu podia apresentar queixa contra sí. Isso é crime.
Tenha vergonha nessa cara que só não lha parto toda por respeito às crianças que não merecem assistir a isto.

- Qual a diferença entre as duas que logo se deram bem apesar de terem uma imagem diferente? 
Bem diferente de nós duas que apesar de termos pela clara e cabelos lisos somos bem diferentes.
Eu tenho bom senso e educação, já a senhora parece um calhau com olhos. Nesse cérebro em vez de massa encefálica só há cimento.

Rodolffo ao ouvir a minha conversa vinha se aproximando.
Fica aí amor. Violeta, vem com a mamãe e o papai.
Ela não se apercebeu do bate boca. Já a Mariana devia estar habituada a cenas daquelas e começou a chorar.

Felizmente a jararaca não teve argumentos e ficou calada. Ouviu e calou.

Saímos dali em direcção ao shopping.

- Infelizmente isso vai acontecer outras vezes. A educação e o respeito não chegou a todos disse Rodolffo.

Almoçamos no shopping
Deixámos a Violeta na brincolândia.
É um espaço muito bom onde as criança são registadas à entrada e os pais são cadastrados. Tanto aos pais como à criança é-lhes colocada uma pulseira com todas as identificações.

Cada grupo de 4 crianças têm um monitor responsável por elas. Depois de passar a entrada é impossível retirar de lá a criança sem aparecer o responsável com a pulseira respectiva.

Eu  e Rodolffo fomos fazer algumas compras para o bébé. Se eu deixasse ele levava a loja toda. Pensem num homem emocionado.

Duas horas depois fomos buscar a nossa menina. Pensem numa trabalheira para a tirar de lá.
Só na base da chantagem.

- Se vieres vamos comer pipoca e sorvete.

- Leta qué poca e soete.

- Vamos.

Já passava das 16 horas.

- Amor, precisamos ir embora. Mais tarde vou viajar. Hoje temos show aqui na cidade vizinha.

- Voltas depois do show?

- Volto mas amanhã bem cedo viajo de novo durante 3 dias.  Não dá para vir ver-vos.

- Saudade.

- Eu também,  mas o bom é que depois tenho 5 dias livres.

- Falta 2 meses para o Gabriel nascer. Achas que consegues tempo livre?

- Espero que sim. Estamos numa época em que a agenda vai aliviar.
Vai dar certo.

- Vamos para casa. Eu fico com vocês até ir embora.  Já tenho tudo no carro.

- Fomos para casa fazer um lanchinho gostoso.

Violeta tomou banho e adormeceu.
Nós dois aproveitámos para fazer um amorzinho gostoso, um banho safado e ficámos o resto do tempo de chamego na nossa cama.

Estava na hora. Demos um beijo demorado e já cheio de saudades e ele partiu.
















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