Florença e Veneza

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Na manhã seguinte partimos de comboio para Florença.  Tínhamos algumas horas de viagem mas o comboio era muito confortável então a viagem tornou-se agradável.

Tentávamos dormir mas um grupo de italianos de meia idade vinham numa constante cantoria por isso era impossível.

Pensem num povo animado.  Entrámos no clima e tentámos acompanhar o ritmo com palmas já que a letra não sabíamos cantar.

Uma vez ou outra Rodolffo roubava um beijo.  Eu retribuía o que originava logo uma gritaria e mais palmas.  Mal souberam que estávamos em lua de mel vieram todos cumprimentar-nos.

Eita, gente emocionada!  Logo tínhamos em nosso poder uma quantidade enorme de chocolates,  bombons e pirulitos que um a um nos foi oferecendo.  Estávamos envergonhados mas aceitámos tudo por gentileza.   Povo muito simpático .

Terminou a nossa viagem,  demos Tchau a todos mandando beijos e gracie  tante e saímos do comboio.

À nossa espera na gare estava o guia.

Desta vez era um homem já nos seus 40 anos.

Seguimos para o hotel afim de nos refrescarmos.  Tomámos um drink antes de subir e fomos deixar as malas.  Aproveitámos para um banho.

- Amor, ser turista cansa, digo eu para Rodolffo.

- É  verdade.  Quando chegarmos ao Brasil precisamos de férias para descansar das férias.  Felizmente ainda tenho uma semana antes do regresso aos shows.

- Mas tem sido maravilhoso , não tem?

- As melhoras da minha vida.  Contigo amor, tudo é maravilhoso.

- Vamos almoçar que temos que aproveitar o resto do dia.

Seguimos com o guia.  Era bem mais prestável que a de Roma.

Durante 3 dias vimos, igrejas, monumentos, catedrais com pinturas e esculturas espectaculares.

Sendo Florença capital das artes, havia muita história em cada capela, igreja ou simplesmente uma estátua.

Estávamos super cansados.  É preciso muito ritmo e muito preparo físico para caminhar tanto.

Mas os dias passavam rápido.  Hoje à noite já viajávamos para Veneza. 

Sendo Veneza uma cidade sobre àgua tudo se fazia de barco.  Ou quase tudo.

Os nossos pezinhos agradecem.

A cidade é maravilhosa.   Olhar aqueles edifícios enormes sobre a água era algo digno de se ver.  A àgua em si não é tão limpa e por vezes um tanto fedorenta.

Os passeios de gondola são muito lindos.  Os gondoleiros quase sempre altos e magros trajados com fatos riscados estilo marinheiro eram bonitinhos.

- Pára de olhar o gondoleiro.

- Olha como é bonito.  Alto, magro, moreno.  Um pedaço de mau caminho.

Rodolffo olhou para mim com cara de poucos amigos.

Eu sorri e dei-lhe uma palmada no braço.

- Deixa de ciúmes homem.  Ele nem olha para a gente.   Vou pedir para tirar uma foto.

- Ciúmes eu?  Deixei uma guia maravilhosa em Roma.  Acho que vou chamar.

- É. E aproveita para dar entrada nos papeis do divórcio disse já virando de costas.

- Quem tá com ciúmes agora?  Vem cá e dá-me um beijo.

Terminado o passeio, tirámos fotos nos canais.  O nosso gondoleiro tirou de nós dois e depois tirámos com ele.

Despedimo-nos dele com um arriverdecci.  Foi só o que aprendemos.   Gracie tante, arriverdecci, pasta, pizza, formajo, carbonara, bolonhaise,  spaghetti,  e pomodoro.  A maioria referia-se a comida então foi necessário.
Ah! E cannolli.  Um doce italiano muito gostoso.

Estávamos no último dia.  Íamos aproveitar para comprar algumas lembranças.

O resto do dia até à partida ficávamos no hotel a preparar a viagem.

- Já terminou amor.

- Pois já.  Mas foi uma viagem maravilhosa.   Só não tenho tanta pena de ir embora porque estou com muita saudade das duas pestinhas que deixámos no Brasil.

- Eu também.   Será que sentiram a nossa falta?

- Com certeza.   Vem cá que eu quero muito aproveitar os últimos minutos para te amar.

- Também quero, disse iniciando um beijo quente que só poderia terminar na cama.  Toda a vez que fazíamos amor era com uma intensidade que parecia ser a última vez

A nossa conexão era tão forte que podiam passar dias, meses, anos, a nossa entrega era surreal.

Fomos jantar no hotel mesmo e terminámos a noite num barzinho próximo.

Dois gins, música ambiente, rostos coladinhos, mãos entrelaçadas, a imagem ideal de dois enamorados.  Afinal estamos numa das capitais do amor.

Às 6 horas da manhã embarcámos rumo a casa.

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