CAPÍTULO 14

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Serkan Bolat acordou no penúltimo sábado que passaria nas terras ensolaradas da Espanha com uma terrível dor de cabeça

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Serkan Bolat acordou no penúltimo sábado que passaria nas terras ensolaradas da Espanha com uma terrível dor de cabeça.

Na noite anterior, Alex Bolat, o seu irmão sem nenhuma agenda programada para as férias de verão, livre como um passarinho, ávido de aventuras e muito carismático para o seu próprio bem, o levou para uma "resenha" (um termo patético que Serkan esperava não ouvir nunca mais mas que se tornou corriqueiro na sua vida na Academia Bolat, alguns meses depois), onde ele lhe apresentou Samantha, uma morena escultural e com um sorriso travesso para os seus dezenove anos, segurando um cigarro de maconha entre os dedos e uma garrafa de Smirnoff sabor limão "estupidamente gelada", nas palavras dela, com a outra.

Ela esfregou os seus seios muito grandes e redondos contra o cotovelo de Serkan e ele sentiu um arrepio de asco que subiu do seu estômago até a sua nuca e ele não sabia bem o que fazer com aquela mulher enorme se esfregando tanto nele que ele queria esfregar a pele com uma bucha vegetal que a anne de Eda lhe deu depois das suas unhas ficarem encardidas, na tentativa patética de Eda e ele recuperarem o jardinzinho que circulava a casa que os Yildiz ocupavam naquele verão.

Ele não sabia o porquê de ter aceitado o convite suspeito de Alex — afinal, os dois não tinham nada incomum e, enquanto Serkan crescia cercado de regras muito bem estipuladas, um cronograma anual rígido de performances e cursos de férias extensivos, que desgastavam as suas férias até que nada mais sobrasse para ele fazer além das exigências de sua anne, e o seu corpo se desenvolvia rapidamente, com músculos consideráveis desabrochando em seus bíceps e na sua panturrilha, Alex continuava lânguido e andrógino como um adolescente, todo molenga pela falta de exercícios e excesso de maconha, escutando de rap à heavy metal com os seus amigos maconheiros, usufruindo de todo o dinheiro semanal que os seus pais depositavam na sua conta, em uma indolência característica de quem via a boemia como a solução, não o problema —, mas, ao invés de aguardar pelo retorno de Eda ao passeio na praia que fariam naquele dia, ele se viu entrando no Range Rover alugado do seu irmão, o espaço do carro recheado da fumaça acre do cigarro que Alex fumava enquanto batia os dedos no volante, cantarolando a música espanhola que tocava na rádio.

Ele os levou até o outro lado da cidade, quando o espaço que eles conheciam foi se metamorfoseando até se tornar paredes pichadas de bairros suburbanos, casas alugadas e meio depredadas com muros pela metade, cachorros abandonados perambulando nas ruas, em desalento, que fedia a esgoto não-tratado e tinham asfalto esburacado pela metade, até que um trecho tornou-se um caminho tortuoso de bloquetes despedaçados, o carro pulando nas falhas em que bloquetes pela metade saiam do chão, pedindo ajuda.

Alex estacionou o carro na frente de uma casa praticamente bem preservada, se comparada com as outras da vizinhança. De dentro, vinha um som alto, "Next Episode" escorregando pelas janelas entreabertas da casa que parecia recepcionar uma festa de arromba. Na escuridão da noite, a casa brilhava com luzes fluorescentes multicoloridas e, na primeira vez que viu Samantha, o seu rosto estava deformado com o efeito das luzes contra as suas feições viperinas.

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