O vento chicoteava o cabelo escuro de Noá em volta do rosto e o menino deslizou a mão para fora da janela aberta, deixando o vento mover sua mão em ondas - Eu estava com saudades do Rio Alê, mas é uma pena que a mamãe não vai conseguir passar o final de semana com a gente
Alexandre olhou pelo retrovisor - Adultos tem essa coisa chata que se chama trabalho que se acumula, por isso fiquei esse tempo sumidinho e agora é a vez da sua mãe. Mas cuidado - Ele alertou a criança - É melhor guardar essa mão. Sua mãe me mataria se eu trouxesse você de volta sem uma mão
- Terei cuidado - Ela prometeu - Eu gosto mais de você vivo
- Bom. Eu também - Alexandre voltou os olhos para a rua. Tanto tinha mudado nesses últimos meses, descobriu que tinha esse filho maravilhoso que tinha uma mãe mais espetacular ainda e não conseguia mais imaginar sua vida sem eles. Quando atendeu aquela ligação de Marina nunca imaginou que tanta coisa boa sairia daquilo
Quando ele se aproximou de sua casa, Noá puxou sua mão - O Nanã ainda vai demorar muito lá com a mãe dele
- Provavelmente. Eles estavam saindo para almoçar e ir ao cinema. Acho que eles não voltariam antes da hora do jantar e ainda temos algum tempo antes disso - Ele olhou para. Por que? Tá com saudades
- Sempre né - Noá disse, sorrindo para ele - Mas eu não sei, faz um tempo que não passamos uma tarde só pai e filho como naquela vez da pescaria
Ele riu - Mesmo que eu tenha caído e não pegamos nenhum peixe? - Assim como Giovanna, Noá era bem reservado e Alexandre tentou não fazer um grande alarde, assim como não fez quando Giovanna disse que o amava. Mas essa era a primeira vez que Noá o chamava de pai. E de alguma forma aquilo conseguia ser ainda melhor do que esperava
- Sim - O menino disse sabendo que ele provavelmente pensava que o filho estava decepcionado. Embora toda a confusão que aconteceu naquele dia, isso não importava, teve uma tarde inteirinha com o pai igual todos seus amigos - Eu estava com você. Isso tornou tudo ótimo
Alexandre estacionou em sua garagem, estacionando o carro. Ele se virou para o menino, segurando sua nuca - É ótimo passar um tempo com você. Adoro cada momento
- Eu também adoro - Ele tentou abraçá-lo, mas o cinto de segurança o impediu. Noá fez uma careta para isso - Ah, isso não vai funcionar
- Não, não vai - Alexandre concordou e abriu a porta - Precisamos sair do carro. Bora
Ele desafivelou o cinto e abriu a porta, saindo. Correndo ao redor do carro para ficar ao lado do pai, Noá jogou os braços ao redor dele e o abraçou com força. Alexandre segurou sua nuca enquanto a abraçava de volta. Eles ficaram ali na entrada da garagem e o garoto fechou os olhos, apenas curtindo a sensação da camisa dele contra seu rosto e o cheiro de pinho ao seu redor. Ele se sentia seguro e amado e queria que isso nunca acabasse.
Alexandre se afastou, no entanto - Vamos, Nono, precisamos guardar as coisas que eu comprei para você comer aqui, antes que o sorvete derreta
- Definitivamente não queremos isso - O menino o seguiu até o porta-malas e ajudou o mais velho a pegar as sacolas mais leves
- Aqui está - Alexandre entregou algumas e apontando para a casa - Vamos entrar
Foram necessárias algumas viagens, mas eles desfizeram o carro e colocaram todas as malas na cozinha. Noá ajudou Alexandre a guardar todos os itens em seus devidos lugares. Depois de levar o papel higiênico até o banheiro, o garoto estava voltando para a sala quando a campainha tocou. Ele olhou para a porta, com a certeza que seria Inã e sua mãe.
- Você consegue atender, Noá? - Seu pai chamou da cozinha - Minhas mãos estão ocupadas. Mas já vou para aí dar um oi para a Karen
- Oba - Ele respondeu, correndo para a porta quando a campainha tocou novamente - Já vai!
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Nosso Pequeno Castelo
RomanceAlexandre achou que depois de seu divórcio sua vida entraria em uma calmaria, mas depois de uma ligação seu mundo virou de ponta cabeça. Ele tinha um filho. Que mais surpresas essa nóticia traria para sua vida?