Capítulo 4

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O estômago de Giovanna dá um nó enquanto ela se senta e espera em sua mesa habitual no restaurante mais privado da cidade. Ela teve o bom senso de chegar cedo, então ela tem o poder nessa conversa.

Ela não sabe ao certo por que decidiu ver Alexandre novamente. Algo lhe disse que ela precisava, que ela precisava do encerramento e ele também. Ela aprendeu a confiar em seu instinto ao longo dos anos. Todas as suas más decisões foram contra seus instintos.

Giovanna vê Alexandre pela janela enquanto ele caminha em direção à porta tentando desviar da fina chuva que caia. Ele parece tão nervoso quanto ela.

- Alexandre - Ela chama, acenando para ele.

O homem sorri e acena de volta enquanto caminha em sua direção. Seus sapatos molhados rangem no linóleo e ela percebe que o barulho o incomoda. Ele até murmura um pedido de desculpas enquanto se senta em frente a ela.

- Oi- Giovanna sorri, seu coração batendo forte.

Ela havia esquecido que ele é atraente (claro que o pai de seu bebê seria, seu Noá era um bebê lindo e uma criança adorável, Mariana era bonita e o pai é maravilhoso, faz sentido).

- Por favor, me chame de Ale ou Nero - Ele sorri, embora ela perceba que não corresponde aos olhos. Parece forçado.

- Você deve estar se perguntando por que eu quis te ver depois de te ameaçar e praticamente te expulsar da cidade - Giovanna começa francamente, e toma um gole de café enquanto o observa rir de nervoso e coçar a nuca.

- Sim. Fiquei surpreso ao receber seu telefonema, para dizer o mínimo

- Eu preciso que você saiba - Giovanna muda para seu tom mais autoritário, seus ombros quadrados, olhos estreitados nele. - Consultei um advogado sobre este assunto. E se você ousar registrar qualquer coisa para invalidar a adoção...

- Eu nunca faria isso! - Alexandre diz um pouco alto demais, então abaixa a voz e se inclina para frente. - Eu nunca faria isso. Minha ex-mulher, a mãe do meu filho, Karen. Ela foi adotada ainda jovem. Eu sei como ela se sente sobre o assunto. Eu nunca tiraria seu filho de casa, Giovanna. Não importa o quão horrível e injusto isso pareça para mim, eu só quero o que é melhor para ele. E eu sei que arrancá-lo de sua mãe não é do interesse dele.

- Certo - Giovanna hesita - Mas você precisa saber, tirar meu filho por um dia, por ano? Isso é tirá-lo de mim. Você não vai conseguir ficar com o meu filho por qualquer período de tempo.

Alexandre assente - Respeitarei tudo o que você disser. Você é a mãe dele. Eu sou... eu seria... - Ele suspira e joga a cabeça entre as mãos, rindo por um momento. Quando ele olha para cima, seus olhos parecem um pouco brilhantes. - Eu gostaria de ser um pai para ele. Se eu soubesse. Mas eu sei que não posso ser agora. Eu sei que. Eu só... queria conhecê-lo, talvez apenas para encerrar, talvez apenas para saber que ele estava em boas mãos. E parece que ele está, você, você é protetor com ele da maneira certa, e parece que o ama incondicionalmente

Isso arranca um sorriso dela que ela não consegue esconder. - Então... eu pensei sobre a sua situação, e contanto que fique claro que você não tem direito a ele e você não é o pai dele...

- Bem, vamos ser claros. Eu sou o pai biológico dele. Não sou pai, mas sou pai, no sentido da palavra

Ela revira os olhos. - Você só compartilha DNA. Você não tem direito a ele.

- Nisso, nós concordamos - Alexandre concorda tristemente

- Então, já que você sabe que não tem direitos sobre ele e não está tentando levá-lo, - Giovanna continua com um suspiro frustrado - Eu estava pensando sobre sua situação e como reagi a ela. Foi injusto da minha parte acusar você de ser... sexualmente irresponsável.

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