Capítulo 10

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 - Você beijou o Nero? - Ingrid parece tão incrédula quanto Giovanna se sente, francamente, e ela não a culpa. Desde quando ela se comporta assim?

Giovanna geme e cai em si mesma, sua testa batendo na madeira maciça de sua mesa - Acho que, inconscientemente, o fato de ele ser o pai de Noá está atrapalhando meu julgamento. Como se uma parte profunda do meu cérebro estivesse presa na década de 1960 e sentisse que deveria me casar com o pai do meu filho. Provavelmente algo que herdei da minha mãe. Então nos beijamos

- Tudo isso só por um beijo - Ingrid pergunta - Não rolou mais nada e você já está assim?

Giovanna dá de ombros - O que mais poderia rolar com duas crianças dormindo ali do lado? Não o conheço bem o suficiente para me sentir assim. Eu não sou um adolescente.

- Bem, se isso foi tudo, canalize sua voz adulta séria e apenas martele em sua cabeça que ele não é o pai de Noá, o tempo em que ele poderia ter sido o pai de Noá já passou. Ele tem seu próprio filho, que criou desde o nascimento, e não é o Noá.

Giovanna concorda com a cabeça e se esconde dos olhos de Ingrid, parando um momento para olhar pela janela. Ela não quer ver a decepção, ou pior, a pena.

- Não é só que ele tem uma conexão com Noá, não é? - Ingrid pergunta, um pouco mais suave, agora um pouco preocupado.

- Não - Giovanna murmura, batendo a cabeça na mesa novamente - Droga. Eu gosto dele - A confissão aquece suas bochechas e nubla sua mente com vergonha - Por que isso está acontecendo?

Ela ainda está com o rosto na mesa enquanto a amiga ri de sua dor

- Bem, ele parece ser um cara legal e tem uma aparência decente. Então talvez vocês se conheceram em um momento em que sua libido estava bem alta. Eu já te falei para aceitar os meus vibradores - Ingrid analisa de forma clínica e de alguma forma torna isso ainda mais humilhante.

Giovanna levanta a cabeça da mesa e ajeita o cabelo, tentando preservar alguma dignidade no momento.

- De qualquer forma - Giovanna suspira, afundando em sua cadeira - aconteceu. E agora eu tenho sentimentos por ele, e eu realmente preciso acabar com eles porque Noá não consegue parar de falar sobre ele. Ele o ama, quer dizer, não ama ama, gosta muito dele. E... fui uma idiota por ter marcado esse encontro e deixado os dois se conhecerem, não fui?

- Não, você não foi idiota - Ingrid suspira - Você promete honestidade ao seu filho e deu isso a ele. Se você contasse a ele e negasse a ele a chance de conhecer Alexandre? Isso pioraria as coisas, Giovanna. Noá ficaria ressentido com você por isso e romantizaria como eram seus pais biológicos. Esta foi a decisão certa. Se não fosse, eu teria dito a você.

Giovanna concorda levemente com a cabeça. Ela achou que ouvir que estava certa ajudaria a clarear seus sentimentos. Mas não estava dando certo

- Quando você vai encontrá-lo novamente? - Ingrid pergunta.

- Ele viria para a pescaria entre pai e filho - Giovanna balança a cabeça. - agora não tenho certeza do que faremos.

- Então realmente está sério

- Oh, agora é sério, é? - Giovanna pergunta, apoiando a testa nas mãos.

- Claro que é sério, Giovanna. Por que outro motivo você o deixaria fazer a pescaria pai-filho com Noá? Você não está só caidinha por ele, você quer que ele seja o pai de Noá como jamais quis que nenhum outro homem fosse

- Merda - Giovanna geme. Ingrid estava certa. Nenhum de seus rolos anteriores chegou sequer a ser apresentado a Noá, nem Murilo que ela namorou durante um bom tempo. Seu filho era guardado a sete chaves de qualquer outro relacionamento, ela nunca misturou as coisas como estava misturando agora - Ele mora a duas horas daqui. Ele tem um filho. Ele não pode se mudar, eu não posso me mudar. E se algo acontecer ao nosso relacionamento, Noá vai sofrer. Então não, namorar o cara não é uma opção

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