Alexandre entrou no quarto que o filho estava internado e encontrou apenas Karen com a cabeça encostada na parede ao lado do sofá com os olhos levemente fechados. Ele não queria atrapalhar, provavelmente ela tinha acabado de conseguir descansar, era uma mãe maravilhosa e deveria estar tão preocupada quanto ele. Admirava tanto as mães de seus filhos, sabia que a vida não podia ter escolhido pessoas melhores que Karen e Giovanna. Ele olhou pelo corredor, mas não havia nenhum enfermeiro por perto e já tinha sido um parto indicarem o quarto em que o filho estava.
- Karen... - Ele colocou a mão no ombro da ex, que despertou em um solavanco - Desculpa te acordar, eu só queria avisar que eu cheguei e perguntar do Inã
- Oi Alê - Ela esfregou os olhos inchados se levantando para comprimentá-lo - Rodrigo falou que você estava em Búzios, achei que estava com o Noá, não queria atrapalhar
Alexandre tentou não levar como uma indireta - Inã é meu filho, nunca vai atrapalhar. O que aconteceu?
- Ele caiu, como bateu a cabeça teve que ficar em observação, agora o levaram para fazer a última bateria de exames, tudo parece bem para ele ter alta assim que voltar
- Como assim caiu? - Ele tentou não soar acusatório, mas queria entender a situação
- Você sabe muito bem como seu filho é, estávamos no parque e ele resolveu me mostrar que aprendeu a subir em árvores com o pai. Isso resultou no braço quebrado e o gesso que vai usar por um tempinho
A culpa o invadiu novamente, claro que seria por algo que ele ensinou o filho. Talvez se ele estivesse no Rio e não namorando ele pegasse o filho a tempo, ou tivesse o bom senso de ensinar apenas brincadeiras educacionais ou seguras, de qualquer forma ele deveria estar lá e não estava - Desculpa
Como se lesse a mente do ex-marido Karen apertou sua mão - Alê, Inã é uma criança arteira e crianças se machucam. Ele está bem a internação foi mais prevenção, relaxa
- Quando eu o ver eu consigo relaxar - Karen sorriu, mesmo separados ela não conseguia deixar de admirar o pai que Alexandre era, imaginava o quão louco ele deveria estar por dentro até ter certeza da segurança do filho - Descansa mais um pouco, eu fico de sentinela até ele chegar
- Obrigada - Ela voltou para o sofá e se ajeitou
Alexandre não teve que esperar muito até que uma enfermeira trouxesse um Inã ainda meio grogue dos remédios para dor e explicasse tudo o que havia acontecido. Realmente o menino estava pronto para a alta e teria que voltar apenas no final do mês para tirar o gesso. Quando chegaram na casa da ex-mulher a primeira coisa que seu filho fez foi pedir que ela e o pai assinassem o seu gesso, Karen escreveu um simples mensagem de melhoras, Nero por sua vez escreveu uma poesia e correu para pegar um violão que ainda tinha guardado por lá para cantá-la
A partícula
Uma em particular
Dois
Querendo ser bem mais
Do que a vida traz
A partícula
Uma em particular
Dois
Querendo enganar
A morte e a vida
- Filho - Alexandre colocou o violão de lado fixando os olhos no pequeno e na ex-mulher tentando assegurar que o que aconteceu naquela manhã jamais se repetiria - Você é a pessoa mais importante da minha vida. Pode sempre contar comigo que eu largo o que for para ficar com você
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Nosso Pequeno Castelo
RomansaAlexandre achou que depois de seu divórcio sua vida entraria em uma calmaria, mas depois de uma ligação seu mundo virou de ponta cabeça. Ele tinha um filho. Que mais surpresas essa nóticia traria para sua vida?