2- The scene of it all

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LOVE SMITH CARPELLI.

1:30pm.  —  ROSEDALE, TORONTO.

Aquela cena ainda rondava por minha cabeça me deixando incrédula o bastante pra sequer conseguir disfarçar, Arya com sua má-criação me dava uma boa desculpa. Louise tinha seus olhos grudados em mim com um puro ar de curiosidade e inquietação.

— O que aconteceu, filha? Por que está assim? – Minha mãe permanecia com toda sua atenção sobre mim. — Fale logo, Love.

— Não tem nada demais, só precisava respirar um pouco. — A direcionei com um olhar de convencimento. — Vai me dizer que aquele restaurante não é quente o bastante pra você?

— Então quer me dizer que está com essa cara apenas pelo o ar quente daquele lugar? — Ela suspirou, me olhando de cima à baixo. —Você não me engana.

— Não estou enganando. — Me fiz como vencida, desviando o olhar para Arya que cruzava os braços irritadiça.— O que foi Arya?

— Conversamos depois. — Louise, por vez, voltava sua atenção para a caçula. – Ela está brava porque eu não quis deixar ela lá.  — Suspirou, serrando os olhos para a garotinha em nossa frente. — Eu já disse que vamos voltar, Arya, por Deus!

— Você sempre diz isso e nunca volta. – A baixinha, rebateu. — Igual da última vez na loja de zumbis, lembra? — Era possível ver o rancor que Arya guardava apenas pela sua expressão, tornando aquela situação engraçada.

— Qual foi, Arya? Você já se apaixonou foi? – brinquei, deixando uma risada nasalada escapar. — Ele tem cara de nerd com aqueles óculos gigantes.

— Mãe! Manda a Love calar a boca! – Sua irritação era nítida, a fazendo alterar o tom de voz de forma crescente. — Pelo menos eu tenho amigos, sua chata. — A menor rebateu mostrando a língua pra mim e balançando ambos ombros em sincronia.

— Ei, vocês duas! — Louise, segurava o riso olhando pra Arya de forma calma. — Não precisa gritar, Arya, estamos em público!

— E o que tem? — Questionou a nossa mãe com seu nervosismo visível. — Se eu quiser gritar, eu grito!

— Fale direito com a nossa mãe. — A repreendi rapidamente, movendo meu olhar sobre seu corpo birrento.

— Eu sou sua mãe, mocinha, não confunda as posições. — Louise, por vez, falava algo que demonstrasse autoridade ali. — E só pela falta de educação, não vamos voltar, entendeu?

— Fala como se tivesse em mente a nossa volta. — Arya, agora, acalmava o tom da sua voz.

— Esse restaurante calorento é enfrente a minha faculdade, Arya, você poderá ver aquele garoto milhares de vezes! — Confortei a ultimogênita. — Agora mesmo estamos indo conhecer a minha nova faculdade. É logo ali!

Apontei o indicador para o outro lado da rua.

Todas naquele momento desviaram o olhar para a arquitetura logo à nossa frente. Era realmente grande, aquelas colunas redondas tomavam conta da faixada, a clássica arquitetura expandia naquela instituição. Os portais tinham uma escultura de um leão ao topo, o puro neoclássicismo. Não era algo surpreendente, mas deslumbre de se olhar cada detalhe.

Atravessamos a rua com calma e atenção, ambas três mulheres caminhavam até os portões grandes e exagerados, era nítido o quão aquilo cheirava um cenário terrível de péssimos momentos. A todo momento que tentava me acostumar com essa nova vida, algo em mim me deixava ranceosa. Intuitivo.

— É realmente lindo, uau! — Arya, do meu lado direito, exclamava de forma maravilhada.

— Diz isso porquê não é você que vai estudar aqui. — Reclamei, adentrando na universidade.

DARK ROOM - VINNIE H. Onde histórias criam vida. Descubra agora