— Verdade ou desafio? — Jaymes perguntou, seus olhos fixos nos meus. Sua voz carregava uma expectativa implícita. Aquilo me fez sentir uma onda de excitação. O quê ele iria pedir?
Pensei. Verdade poderia ser uma armadilha, especialmente com Violet ali. Não queria me comprometer com perguntas que pudessem revelar algo íntimo demais. Eu conhecia o tipo de veneno que ela destilava. Então, tomei a decisão.
— Desafio.
Jaymes sorriu, um sorriso que não escondia nada. Havia algo lascivo ali, e por um momento eu quase pude prever o que viria a seguir. Nas melhores hipóteses imaginei que me pediria para tirar toda roupa do corpo e começar a me tocar ali mesmo, afinal, o que esperar de um adolescente perverso drogado de heroína?
— Quero que você beije a pessoa ao seu lado. — Quando as palavras esvaziaram de sua boca, senti meu corpo relaxar por completo. Ótimo, coisa boba.
Ele não especificou qual lado, e isso era perfeito. Olhei ao redor, avaliando as opções. Violet de um lado, Sye do outro. Sem hesitar, subi no colo de Sye. O olhar dela refletiu uma surpresa momentânea pela segunda vez na noite, mas não houve tempo para protestar. Coloquei minha boca na dela com vontade, sentindo todos os olhares em cima de nós. A sala inteira congelou enquanto eu aprofundava o beijo, tomando posse, dominando o momento. Senti o corpo de Sye reagir, correspondendo à intensidade. Suas mãos estavam inquietas o tempo todo, oscilando entre minha cintura e a minha bunda sequencialmente.
Enquanto minha mão deslizava até o pescoço dela, apertando de leve, senti a tensão aumentar no ambiente. Os homens na roda estavam extasiados. O beijo estava bem gostoso e intensificado, mas meu corpo ainda estava em alerta, conseguia ouvir os murmúrios das pessoas atrás, até por que um momento, todos se calaram. Sabia que Vincent havia chegado antes mesmo de vê-lo. O cheiro dele, aquela presença pesada, inconfundível. Ele estava ali, e eu sabia que ele estava assistindo.
Os passos dele soaram no chão, e senti seu corpo tomar o lugar onde eu estava sentada antes. Ele estava ao lado de Violet, como se deliberadamente quisesse provocar algo em mim. Desgrudei meus lábios dos de Sye, passando a língua de leve pelo canto da minha boca. Um gesto calculado, sensual, para provocar. Olhei diretamente para Vincent, que me encarava com uma expressão de completa indiferença. Aquele maldito sorriso vitorioso curvava os lábios dele. Sabia que ele queria me incomodar, e aquilo me fez querer mais ainda retribuir o sorriso de vitória mais tarde. Como diz o ditado: Quem ri por último, ri melhor.
O ambiente estava carregado. Jaymes, junto com os outros caras, tentava disfarçar suas ereções, mas era claro o quanto todos estavam afetados. Sentei ao lado de Jaymes, sabendo que ele não era meu alvo, mas que poderia ser útil para provocar Vincent. Olhei discretamente para Sye, e ela estava vermelha. Eu sabia o que ela estava sentindo. Ignorei a presença de Vincent sempre desviando o olhar ao máximo que podia.
A brincadeira continuou, e logo foi a vez de Violet. Seus risos agudos eram irritantes, como uma tentativa desesperada de atenção, especialmente quando ela estava perto de Vincent. Foi aí que notei Lucky. Algo estava errado com ele. O rosto inchado, o olho roxo... ele estava visivelmente machucado. O que diabos havia acontecido? Por que Vincent estava ileso? E por que Lucky permanecia ainda ali?
Antes que eu pudesse pensar mais sobre isso, a garrafa rodou e parou entre mim e Violet. Porra. A ruiva me olhou com aquele ar superior e debochado. Novamente minha mente começava agir sem parar, estipulando ou deduzindo o que viria da boca da garota. Maldita.
— Verdade ou desafio, Lovezinha?
Sabia que "desafio" poderia ser algo mais... comprometedor naquele momento. Então respondi, quase com descuido:
— Verdade.
Ela sorriu. Um sorriso maligno. Mas não nego, completamente atraente.
— Já que você parece ser tão... livre de rótulos, me diga. Você já faria um ménage?
A sala caiu em silêncio. Aquilo foi uma armadilha, e ela sabia disso. Senti os olhos de Vincent queimarem sobre mim, esperando minha resposta. Mas eu não ia dar a Violet o prazer de me ver desconfortável.
— Sim, faria — respondi, sem hesitar, deixando minha voz calma, como se fosse algo trivial.
Os olhares se intensificaram. Vincent ainda me encarava. Eu podia sentir algo escuro nele. A garrafa girou mais uma vez antes que alguém completasse a minha resposta. Estava claramente desconfortável com os olhares sugestivos e maliciosos sobre mim, me fazendo queimar por dentro. Rezei mentalmente para que aquela garrafa parasse em qualquer outra pessoa naquele momento, precisaria beber mais para continuar essa noite. Havia uma questão pairando sobre meus pensamentos incansavelmente, e algo em mim diria que essa noite acabaria em uma tragédia. Não algo preocupante, mas com a minha reputação.
Por que ela falou com aquele tom tão malicioso? Será mesmo que eles estavam planejando uma noite comigo? Eu, ele e ela? Ela?
Observei a garrafa girar em círculos até finalmente pousar sobre a cerâmica. Ótimo. Desta vez, parou entre mim e ele, e com um detalhe especial: seria eu quem iria perguntar. Finalmente os nossos olhares se cruzaram e eu pude sentir sua tensão transpassar pela sala e me atingir em cheio. Sem qualquer expressão, o questionei:
— Verdade ou desafio? — Perguntei, sabendo que qualquer resposta dele seria a primeira armadilha montada no centro de ratos. E ele seria capturado.
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DARK ROOM - VINNIE H.
Fanfiction"𝖤𝗎 𝗉𝗋𝖾𝖿𝗂𝗋𝗈 𝖼𝖺𝗆𝗂𝗇𝗁𝖺𝗋 𝗉𝖾𝗅𝖺 𝗉𝗈𝗋𝗍𝖺 𝖽𝗈 𝗂𝗇𝖿𝖾𝗋𝗇𝗈 𝖽𝗈 𝗊𝗎𝖾 𝗉𝖺𝗌𝗌𝖺𝗋 𝗎𝗆𝖺 𝗇𝗈𝗂𝗍𝖾 𝖼𝗈𝗆 𝗏𝗈𝖼𝖾̂." original history © heshawnn não autorizo adaptações.