LOVE SMITH CARPELLI.
Toronto, Canadá.
Já era de manhã, e o despertador não parava de tocar, me alertando para um dia que acabava de começar.
Ontem, por sorte, minha mãe não viu a cena daquele garoto estúpido me segurando e dizendo aquelas atrocidades. Eu estava completamente tensa com o que estava acontecendo. Nem sequer assimilei o que havia acontecido ontem, estava tão cansada pelo dia exaustivo. Não havia pensado em uma roupa ou uma personalidade que deveria utilizar no novo ambiente desconhecido. Me mantinha tensa.
Levantei da cama tentando ao máximo esquecer o fato de que o veria novamente. Meu corpo inteiro estremecia.
Fui até o banheiro, ainda com sono, e abri a primeira caixa que encontrei no chão. Havia etiquetado as caixas com os nomes dos objetos que deveriam ir para cada cômodo. Por sorte, encontrei a caixa marcada como "banheiro + higiene pessoal". Arranquei o lacre com pressa, já avistando os itens essenciais: escova de dentes, creme dental, escova de cabelo, sabonete líquido, toalhas e o secador de cabelo. Peguei a escova de dentes e o creme dental e comecei uma escovação intensa.
Iniciei minha rotina matinal, como de costume: primeiro os dentes, depois o rosto, banho e, por fim, a preparação de beleza. Não fiz uma maquiagem pesada, apenas iluminei o rosto com toques de iluminador e passei um gloss transparente. Corri para escolher uma roupa básica. Era meu primeiro dia, e eu queria ser invisível.
Coloquei uma camisa social branca, uma saia preta, meias brancas e botas de couro preto até os joelhos. No pulso, o Apple Watch com uma pulseira "nappa leather" da Prada, o primeiro bracelete que ganhei do meu pai aos 15 anos, e que eu considerava um amuleto da sorte. Nunca deixava de usá-lo.
Ao descer, com a mochila praticamente vazia nas costas, encontrei minha mãe na cozinha, preparando café com leite e torradas com bacon e manteiga. Agradeci mentalmente por tê-la em minha vida.
Agarrei-a por trás, abraçando-a forte. Com um suspiro, mostrei minha insatisfação por ter que ir tão cedo para a faculdade. Tínhamos acabado de nos mudar.
— Esse café deve estar uma delícia, o cheiro está chegando lá em cima — brinquei, me afastando e me sentando à mesa. Comecei a me servir conforme ela colocava os alimentos sobre a mesa. — Mãe, acho que não estou bem... — menti, tentando evitar a ida à faculdade.
— Toma um remédio, princesa — ela disse em tom sarcástico, já sabendo que eu estava mentindo. — Quer que eu pegue pra você?
— Não, pode deixar — balancei a cabeça, depois de tomar um gole do café com leite. Peguei uma torrada e comecei a mastigá-la.
— Amor, não seja teimosa. Você não tem mais 8 anos — ela disse enquanto se sentava à mesa. — É seu primeiro dia de faculdade. Você finalmente vai cursar o que sempre sonhou e se tornar uma grande designer. — Ela colocou uma mecha do meu cabelo atrás da orelha e sorriu carinhosamente.
— Eu sei, mãe. Só não queria que fosse tão rápido assim — respondi, meio contrariada. — Podemos ir então? Já perdi a fome.
— Claro. Vamos aproveitar que a Arya está dormindo e sair. Ela só vai acordar ao meio-dia — dei de ombros, puxando a alça da mochila que escorria pelo braço.
— Vamos. Quando eu voltar, dou um beijo naquela pestinha — disse, pegando mais uma torrada e levando-a à boca. Fui em direção à porta da casa, observando como o sol já estava forte, mesmo sendo de manhã. — Que droga.
— Toronto nunca foi tão quente — Louise resmungou, detestando o clima seco. A olhei de relance e segui em direção ao carro. Com a chave na mão, ela destrancou as portas. — Mas o dia está lindo.
— Como está, nossa! — retruquei, com sarcasmo.
O caminho até a faculdade foi rápido, uns 10 minutos. Não havia trânsito, o que era surpreendente. Quando Louise estacionou em frente à universidade, vi nos olhos dela a felicidade e realização. No final, esse também era o sonho dela. Nos despedimos com dois beijinhos no rosto, e eu saí do carro com minha mochila, que continha apenas um caderno inteligente, três canetas e um MacBook.
Caminhei, ainda insegura, até a recepção, onde retirei meu cartão de estudante. Continha apenas meu primeiro nome. Ótimo, quanto menos informações, melhor.
Ao passar pelas catracas, estranhei a ausência do segurança bonito que estava lá antes. Uma pena. Quem sabe ele pudesse me dar sorte.
Mordisquei os lábios com gloss e continuei meu caminho. Oficialmente uma universitária. Eu já conhecia parte do campus, graças à tour que fiz com Arya no dia anterior. Sabia onde ficava o prédio das salas de aula.
Quando comecei a ganhar coragem para andar entre os grupos de estudantes, que me ignoravam completamente enquanto conversavam, fui surpreendida pela visão de um garoto de pele clara e cabelos escuros vindo em minha direção. Ele tinha olhos castanhos hipnotizantes e uma boca atraente.
— Ei, eu sou o Jaymes. Jaymes Hacker — ele sorriu, com um ar atrevido. — Sou sobrinho da Aspel, e ela me disse que você é caloura. Vou te mostrar o caminho e te ajudar se precisar de algo.
Puta merda.
Ele deve pensar que sou uma idiota.
Por que essas faculdades têm tantos garotos lindos? Meu Deus...
— É-éé claro. Vamos — falei, olhando-o de relance e desviando o olhar, nitidamente nervosa. — Aliás, meu nome é Love.
— Love... — ele repetiu, pausando dramaticamente, como se fosse um nome incomum. O seu sorriso era covarde, sua boca contestava. — Diferente.
Sua voz mudou. Ficou mais grave, mais sexy e sombria. Eu poderia ouvi-la por mil anos.
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DARK ROOM - VINNIE H.
Fanfiction"𝖤𝗎 𝗉𝗋𝖾𝖿𝗂𝗋𝗈 𝖼𝖺𝗆𝗂𝗇𝗁𝖺𝗋 𝗉𝖾𝗅𝖺 𝗉𝗈𝗋𝗍𝖺 𝖽𝗈 𝗂𝗇𝖿𝖾𝗋𝗇𝗈 𝖽𝗈 𝗊𝗎𝖾 𝗉𝖺𝗌𝗌𝖺𝗋 𝗎𝗆𝖺 𝗇𝗈𝗂𝗍𝖾 𝖼𝗈𝗆 𝗏𝗈𝖼𝖾̂." original history © heshawnn não autorizo adaptações.