17. midsummer.

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MAYBANK point of view.

MAYBANK point of view

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Um aviso de despejo. É isso que encontro pendurado em minha porta ao acordar de manhã. Seguro o papel em minhas mãos, analisando com cautela as informações, as contas estavam atrasadas, Luke não dava notícias ao proprietário a meses e eu tinha apenas duas semanas para pagar todas as dividas feitas, ou na melhor das hipóteses, sair daqui.
Sou um adolescente sozinho, sem pais ou familiares por perto e futuramente um sem teto, odeio ficar me lamentando, mas minha atual situação é totalmente fodida.

Observo os cômodos de minha casa, preciso dar um jeito de arrumar toda a bagunça que foi formada durante essas últimas semanas. Pego um saco de lixo e começo a juntar todas as latas,
garrafas de cerveja e demais bebidas que estavam jogadas por toda parte, abro a geladeira e os armários, retirando das prateleiras as comidas vencidas, ou seja, todas. Caminho até meu quarto, recolhendo as roupas espalhadas pelo cômodo, colocando dentro do cesto as que precisavam ser lavadas, fiz o possível para esse se tornar um ambiente agradável para essas próximas semanas.

Ao entrar no quarto de meu pai pela primeira vez em algum tempo, observo as paredes sem cor, sabia que embaixo de sua cama havia uma caixa com algumas fotos de sua adolescência e retratos de minha mãe. Sempre evitei procurar saber dessas memórias, minha mãe foi embora, porque precisaria saber de como ela era? Ou de como meus pais eram juntos?
Mas agora que não tenho nenhum dos dois, isso é tudo o que me resta, gostaria de dizer que não, mas eu queria ter uma família normal e preciso saber se algum dia, fomos bons.

Vencido pela curiosidade, pego a caixa de madeira em minhas mãos, abrindo-a cautelosamente.
Em uma das fotos, minha mãe segurava um bebê em seu colo, sentada na varanda de minha casa, na imagem seguinte, ela e meu pai cozinhavam juntos. Luke mais jovem era extremamente parecido comigo, cabelos loiros e enrolados, olhos azuis, e minha mãe tinha longos cabelos lisos e loiro escuro, seus olhos eram amendoados, ela era linda.
A maioria das lembranças dos dois eram nessa casa, ambos pareciam apaixonados e eu nunca vi meu pai sorrir, não da forma que sorria quando estava com ela nessas fotos. Não o perdoei pelo o que fez comigo, mas imagino o quanto deve doer para ele viver rodeado dessas lembranças mesmo depois de ter perdido o amor de sua vida.
Não tenho obrigação de nada, mas me sinto incomodado em abrir mão dessa casa sem ao menos tentar recuperar os danos feitos, tem um valor sentimental para mim e meu pai e além do mais, para onde eu iria?

 Não tenho obrigação de nada, mas me sinto incomodado em abrir mão dessa casa sem ao menos tentar recuperar os danos feitos, tem um valor sentimental para mim e meu pai e além do mais, para onde eu iria?

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