7. Unnie

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POV PRINCESINHA DA THAILANDIA, VULGO, BECKY REBECCA ARMSTRONG

Pensei muito aquela noite antes de dormir. Meu celular vibrou incessantemente na mesa da cabeceira, antes de eu finalmente decidir desligá-lo. Eu precisava me reestabelecer.

Pensei em pedir um dia de folga, mas com o evento tão próximo, não quis ser egoísta. Eu tinha aprendido muitos anos atrás, com a ajuda essencial de Freen, que apesar de sermos indivíduos, naquele trabalho, éramos responsáveis pelas horas e o esforço de toda uma equipe. E que, às vezes, tínhamos que deixar nossos sentimentos de lado em prol disso. Era uma linha tênue, a responsabilidade com o trabalho e o autocuidado. Isso também eu havia aprendido aos trancos e barrancos ao lado de Freen. 

Suspirei ao perceber que, mesmo sem querer, já havia pensado em Freen duas vezes naquele curto intervalo de tempo. Eu sabia que era inevitável, afinal ela era grande parte da minha vida. Mas como eu havia dito para ela mais cedo, as coisas haviam mudado. Eu precisava que elas mudassem.

Eu sabia que precisava ter uma conversa honesta com Freen, que a gente merecia isso. Eu merecia isso. Eu não queria simplesmente continuar com aqueles diálogos mudos, que agora eu via, só faziam machucar meu coração. Eu ainda queria que a minha relação com Freen continuasse, mas os termos teriam que mudar. Eu não queria mais viver daquele jeito. Eu estava cansada em viver pisando em ovos e me iludindo.

Pela primeira vez em muito tempo, eu queria mais. E eu sabia que merecia mais.

Foi com esse pensamento que eu voltei a ligar meu celular e encontrei o novo contato da Minji. Talvez eu não estivesse pronta para um relacionamento ainda, mas eu abriria meu coração para o novo agora. E quem sabe nem acontecesse nada entre a gente, mas eu me permitiria o flerte livre que ela me oferecia. Eu tinha visto seus olhos em mim durante o tempo que passamos juntas, assim como muitos outros olhos durante aqueles anos. Mas eu havia guardado meu coração no peito e vivido apenas de migalhas. Escondia minha falta de interesse em outras pessoas culpando o trabalho, as muitas horas, as viagens. Mas na verdade tudo isso eram apenas desculpas. Claramente era possível balancear uma vida romântica. Freen era a prova disso.

Neguei com a cabeça, quando mais uma vez ela invadiu minha linha de pensamentos. Se eu quisesse que as coisas mudassem realmente, eu tinha que mudar elas dentro de mim antes. Me amar mais do que eu amava Freen. Esse seria o meu novo desafio.

Abri meu celular na minha conversar com a Minji e li nossas últimas mensagens daquele dia mesmo.

Minji: Nong Becky, você deveria colocar um trigger warning em suas novas fotos para a D&G. Eu não estava preparada!

Quem diria que cláviculas podiam ser tão...

Becky: Hahaha, P'Minji. Como se você ficasse para trás?! As suas fotos da DIOR estão de tirar o fôlego.

Minji: Tem um dos colares que ficaria perfeição no seu pescoço. 

E ainda viria de brinde um café com uma unnie. O que você acha?

Me permiti um sorriso com aquela intereção. P'Minji sempre dava um jeito de me elogiar pelo menos alguma vez no dia desde que havia me mandado a primeira mensagem. Era estranho no começo, mas eu confesso que elas me traziam alguns sorrisos. E nesses dias, esses não eram muitos. Os seus flertes mais ousados também me faziam sentir coisas novas. Era diferente me sentir desejada daquele jeito.

Becky: O colar não seria necessário, mas o café com a unnie seria mais que agradável.

Decidi responder antes que me faltasse a coragem.

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