Capítulo oito: Pior que a morte.

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Pov: Camila.

Estávamos todos no bar de Elliot, enquanto todos me questionavam sobre a situação. Já sabíamos exatamente pra que aquilo servia e agora era hora de trabalhar em uma solução.

Explico melhor o plano pra Crypto e Normani, que é sumir com esse código-fonte. Crypto sugere que eu o esconda em algum dos lugares em que ele se escondeu enquanto fugia, um em específico me chama a atenção, Gridiron, e se bem me lembro, esse é o planeta natal de Lauren. Ou seja, está muito longe daqui. Faço minha decisão, é pra lá que o código vai.

Depois que tudo foi devidamente feito, Normani e Crypto agora trabalham para recuperar as memórias de Ash sem trazer de volta o código-fonte.

Eu não tinha muita paciência pra conversa nerd dos dois, então confiei que eles fariam a coisa certa e fui pro bar, beber algo.

Uma movimentação diferente domina o lugar, todos parecem entusiasmados com a chegada da nova garota, inclusive Lauren. Ramya seria seu nome? Nem me lembro, só sei que é uma amiga de longa data de Elliott. E o jeito que Lauren parece ser íntima dela está começando à me irritar.

-Também não foi com a cara da garota nova? -Dinah pergunta, se sentando ao meu lado. Eu me assusto.

-Bom, você não parece ir com a cara de ninguém que é novo. -Eu digo, tomando um gole da minha cerveja.

-Eu não confio nas pessoas, as vezes não confio nem em mim mesma. -Ela fala, encarando seu copo de algo como whisky.

-Como é? Digo... Viajar pelo vazio, atravessar dimensões.... -Eu pergunto.

-É horrível. E desde quando você chegou aqui, toda vez que eu entrava no vazio, eu via pelo menos mil possibilidades diferentes onde todos os meus amigos morriam. Inclusive, a variável que estamos vivendo agora, tem 2% de chance de acabar bem... A qualquer momento tudo pode dar errado e ela pode se tornar uma das milhares outras que vi todos morrerem. -Ela diz.

-Eu não imaginava que era... Tão ruim assim. -Eu digo.

-É pior do que parece. Fora as vozes na minha cabeça... Que são minhas vozes. Eu quase nunca tenho paz, e toda vez que entro no vazio, elas pioram... -Dinah diz, tomando um gole de sua bebida.

-Eu consigo entender porque ficou tanto com o pé atrás, agora... Bom, eu espero que esse seja o caminho certo... -Eu falo, me levantando e indo em direção à saída.

-Camila... -Dinah me chama, eu me viro para encará-la. -A Lauren está ao seu lado em todas elas.

-O que? -Pergunto, tentando entender o que ela disse.

-As variáveis, dando certo ou errado, ela sempre está lá. -Dinah diz, então ela deixa o local antes de mim, me deixando com essa informação pra refletir.

E é o que eu faço, reflito sobre tudo isso no caminho até minha casa e nos próximos dias. Lauren tinha mesmo uma preocupação especial por mim? Eu não conseguia achar possível, justo ela que antes me odiava com todas as forças. Eu acho que ela tinha algum tipo de culpa... Talvez Dinah tenha falado alguma coisa pra ela que daria errado, e ela se sentiu em dívida comigo, por isso tenta me ajudar.

Bom, seja o que for, ela não precisa se preocupar em se envolver mais. Vou deixar os jogos Apex e fugir de Revenant pro resto da minha vida... Que futuro encantador que me aguarda.

Estou em minha sala, distraída com minha TV holográfica quando ela começa à ter algum tipo de interferência na imagem... Até que tudo fica escuro, e há apenas uma mensagem no meio da tela.

"Hoje à noite, Planeta Psamathe, cidade Olympus... Vamos dar um fim nisso no mesmo lugar onde começou."

Meus pelos se arrepiam por todo meu corpo e sinto meus dedos formigarem. Olympus... Na última vez em que estive nessa cidade, foi pra assistir o Demônio matar meus pais... Depois que fugi, nunca mais voltei.

Treasures of Blood (CAMREN/APEX LEGENDS)Onde histórias criam vida. Descubra agora