Voltamos pra festa. Ela, que antes já me olhava com maldade, agora, mais ainda. Deixei ela voltar a dançar e fui pegar bebida.
- Já foi fazer secsu, Marília? - Luísa zoa de mim.
- Uhummm. - Digo enquanto dou uma golada.
- Credo! Eu também tô louca pra pegar a Maraisa, mas ela tá mó chata. Me deixou de castigo e eu nem fiz nada. - Faz bico.
- Bom... azar o seu. Vou puxar minha esposa pra dançar agora mesmo.
Fui até minha ruiva, que apenas remexia o quadril ao ritmo da música. Peguei firme sua cintura, a puxando para trás e encaixando sua bunda em mim.
- Amor... - Ela sussurrou.
Continuo com as mãos em sua cintura, e começo a dançar com ela, num ritmo lento. Entro com meu rosto em seu pescoço, e deixo ali, sentindo seu perfume. A música troca, agora sendo romântica. Melhor ainda. Continuamos ali, na mesma posição, como duas adolescentes apaixonadas.
- Sabe o que eu mais gostei no dia de hoje? - Digo beijando seu pescoço com carinho.
Ela murmura enquanto sorri sentindo meus beijos. Se virou pra mim, envolvendo seus braços em meu pescoço olhando em meus olhos. Já eu, envolvo seu pequeno corpo nos braços, trazendo ela pra bem perto de mim. Entro, com suavidade, os dedos por seus cabelos, fazendo carinho com o polegar em sua bochecha. Ela sorriu e seus olhinhos quase se fecharam.
- É que eu tive a chance de me apaixonar por você mais uma vez. - Sussurro, apaixonada.
Ela não responde, mas as lágrimas descem por sua bochecha. Não as enxugo, pois sei que são felizes.
- Eu não consigo entender... tamanho agora é documento? Quanto menor, maior o sentimento. - Brinco com seus lábios nos meus.
- É, sim, meu amor... tamanho é documento. - Diz entrelaçando seus dedos nos meus. -
- Eu te amo tanto, Moranguinho.
- Eu te amo, mamãe.
Brinco com a língua em seus lábios, e ela, ansiosa por nosso beijo assim como eu, entrou com seus dedos em meus cabelos e me deu passagem. Entro com a língua em sua boca e a puxo ainda mais pra mim, como se pudéssemos se transformar em uma só pessoa, assim como somos, um só sentimento.
Continuamos dançando enquanto nos beijávamos. Era nítido o amor entre nós duas. E eu pouco me importo com o resto. A ergo e ela ri, balançando as perninhas e me pedindo pra por ela no chão. Nego e jogo ela pra cima. Ela ficou vermelhinha de medo. Por fim, puxei ela pro cantinho do salão, peguei um prato de salgado e doces, enchi nossa taça de vinho e me sento no chão, puxando ela pra meu colo.
Começamos a comer enquanto víamos Luiza e Maraisa dançando, minha mãe e meu pai, e mais diversos casais ali.
- Você estava falando sério? - Disse, me olhando com a boca cheia de chocolates.
- Sobre? - Dou uma mordida no brigadeiro.
- Se apaixonou por mim ainda mais?
- A cada dia que acordo, meu amor, eu acordo mais disposta a me apaixonar por você. A lutar por nós. Escolhi você, e continuo escolhendo você a cada vez que acordo. Talvez até enquanto durmo. De fato, eu continuo, a cada segundo, me apaixonando mais e mais por você.
Ela suspira, apaixonada. Deita em meu peito e sente meus carinhos.
- Eu tive tanta sorte... - Diz ela. - Sorte por te conhecer, por amar você... eu tive sorte por ter escolhido a pessoa certa. Sorte por ter ao meu lado uma mulher que vê além do meu corpo. Uma mulher que não se importa se eu estou feia ou bonita. Que, ao invés de me julgar, faz de tudo pra eu me tornar a mulher mais linda desse mundo. Sorte porque foi você. Que, mesmo não estando bem, ou estando tão atarefada, faz de tudo pra me ver sorrir. Eu simplesmente tive sorte.