Abrindo caixas e assuntos complicados

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Lena's Pov

Saímos da cafeteria seguimos para o novo apartamento de Kara, que precisava ser organizado. Eu nunca havia entendido exatamente por que ela vendeu seu antigo, mas na época as coisas estavam mais estranhas do que eu queria reconhecer.

- Uau! - Exclamei entrando no ambiente.

O novo apartamento da loira era muito maior que o antigo, as paredes eram de um tom claro. Era sofisticado e espaçoso, nada parecido com o estilo industrial e alegre de anos anteriores.

Haviam caixas empilhadas por todos os lados e plástico em quase todos os móveis.

- Gostou? Tenho que organizar muita coisa ainda, mas as coisas estão seguindo o rumo.

- Por onde começamos? - Perguntei animadamente.

- Pela sala, os outros cômodos já estão relativamente organizados, eu arrumei depois que a Alex foi embora ontem à noite- A historiadora explicou indo em direção a uma caixa que estava perto da enorme estante que cobria a parede. A madeira escura da estante lembrava um pouco bibliotecas antigas dos grandes castelos clássicos, algo que combinava com o ambiente e mais ainda com minha melhor amiga.

- Que horas você chegou? - Eu perguntei me aproximando e pegando um dos livros da caixa- Ordem alfabética ou preferência? - Questionei sobre a ordem dos livros.

- Preferência- Ela respondeu me estendendo outro livro, agora era um bom momento para saber se ela havia mudado internamente tanto quanto o seu externo- Cheguei por volta das 19h, depois que a Alex foi embora, eu não tinha muito o que fazer e estava sem sono, então comecei a organizar o que eu havia mandado dias antes.

- E como foi em Londres?

No início eu e Kara nós falávamos toda a semana, porém com o tempo ela foi se afastando e eu cheguei em um ponto onde larguei de mão.

Meses antes de receber a proposta para ir a Londres ela havia começado a apresentar um comportamento mais retraído e silencioso, com respostas curtas e diretas, eu e Alex tentamos incansavelmente arrancar o motivo da mudança e todas as vezes recebíamos olhares frios e respostas como: "Está tudo certo" "Não é nada" "Só estou cansado" até o dia em que ela gritou um "Não é da sua conta Alex!" raivoso o suficiente para me fazer tremer por dentro.

Dias depois, ela estava em um avião partindo para Londres. Kara com certeza voltou diferente, mas um diferente bom, pelo menos até o momento.

- Frio, eu nunca senti tanto frio como no primeiro inverno, mas a comida era boa- Ela disse dando de ombros- E você, como foi nos últimos tempos?

- Bem, consegui erguer a L-Corp, limpei o nome da firma, deu bastante trabalho convencer o mundo de que não explorávamos mais as brechas da lei para criar armas de destruição em massa, deu bastante trabalho tentar convencer os investidores de que não era muito bom sermos vistos como uma "umbrela Corporation".

Kara riu de minha referência a cultura pop.

-Lembro de ver no noticiário que seu irmão estava sendo preso, deve ter sido uma loucura mesmo- Kara disse me entregando sua versão em italiano de "A divina Comédia" -No inferno as partes mais quentes são reservadas para aqueles que escolhem a neutralidade em tempos de crise.

A loira citou o trecho do livro, ao sentir o peso do livro em minhas mãos e ver seu sorriso singelo me lembrei de quando nos conhecemos. Naquele tempo as coisas eram mais simples, mas ainda sim eu não trocaria minha vida atual por nada, havia sido difícil os primeiros anos de minha carreira, dias sem dormir e uma quantidade absurda de processos, relatórios, advogado, imprensa e uma quantidade absurda de pessoas que achavam que eu seria o próximo Luthor a tentar conquistar o mundo.

My secret (supercorp) EM RevisãoOnde histórias criam vida. Descubra agora