🐚Cap1

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Miserável e imundo, o interior de alguns dos humanos que habitam a terra, cujo o único objetivo de vida é perturbar e agonizar outros porque assim preenche o vazio e o ego deles mesmos.

Sei bem disso, meu erro foi acreditar e confiar em quem não devia. E ao quê me levou essa confiança?
Ao Hospital Psiquiátrico.

Aqui no The Mountain Frees eles torturam e fazem os pacientes de cobaia, escravizados e judiados de uma forma tão tenebrosa que faz qualquer outro lugar parecer um paraíso. Já estou aqui faz quase dois meses e se eu não tivesse me formado em enfermagem eu estaria louca como a maioria dos pacientes.

Nenhum dos pacientes chegam com problemas mentais. É um lugar de fachada que os ricos e poderosos judiam e matam "Dentro da lei". Casos variados, desde alguém que estava no testamento á alguém que não fez seu trabalho direito, se é que me entende.

Voltando ao meu trabalho de enfermeira aqui... eu sou uma paciente, meu irmão me colocou aqui porque eu iria ter posse da empresa da família e estava atrapalhando. Ele pagou uma quantia pra eu ficar aqui um bom tempo, assim ele assumiu todas as posses do meu avô enquanto eu fui dada como morta.

Eles tem um processo pra pacientes novos, depois do famoso chuveirão eles colocam um por um em uma cabine fechada onde você não consegue se mover, como se fosse uma caixa de concreto. Parada em pé, imóvel, você só escuta vozes e percebe que os furinhos que tem na sala não é de má estrutura, colocados estrategicamente os palitos de titânio, fica mais fácil e rápido a operação.

Dependendo da sua cabine os pontos variam, na minha eles estavam diante da minha testa e rodeavam minha cabeça, um na região do trapézio, outro na lateral da cabeça um pouco acima da orelha e abaixo dela também, acima da testa tinham três.

Tive sorte de não cair na cabine ocular onde o procedimento era feito pelos olhos, o pior na minha opinião. Assim deu tempo dos médicos lerem a minha ficha e descobrir minha profissão. Não perfurou o crânio ainda bem, mas me machucou bastante, minha cabeça dilatava de dor e a pressão que os palitos estavam fez com que jorrasse sangue quando tiraram.

Após saberem que eu era enfermeira eles pararam o procedimento e me levaram a uma sala individual, cuidaram dos meus ferimentos e propuseram a mim a opção de ajudar nos tratamentos com a condição de não precisar fazer nenhum deles.
Era difícil pra eles terem assistentes pois qualquer humano formado teria que ser bem louco pra aceitar esse trabalho.

Assustada eu aceitei, ainda estou sã, por pouco não fizeram lavagem cerebral em mim. Mas isso não significa que não estou cheia de traumas, ajudar nos tratamentos é agonizante e desesperador, saber que você ajuda a torturar pessoas muitas vezes inocentes, perturba seu sono a noite.

Essa foi a minha vida durante todo esse tempo, até que uma mulher misteriosa veio trazer um paciente, era a minha vez de pegar a encomenda.

Enquanto fazia a ficha do senhor, todo o tempo ela me olhava, um olhar frio como se tivesse preparada pra qualquer circunstância.

Ela é alta, cabelos longos e pretos com mechas cinzas, seu olhar era profundo como um poço abandonado, as roupas simples mas feitas sob medida, seu cheiro é de pólvora e ferro, um pouco de óleo também, mas bem de leve dava pra sentir o perfume amadeirado que ela usa.

Levei o paciente pra uma sala específica onde ficava os idosos e a acompanhei até a porta de saída. Fui orientada a não conversar com nenhum cliente, mantive a cabeça baixa durante todo o tempo.

Dois dias se passaram e me chamaram na coordenação, explicaram que eu estava livre e a pessoa que pagou minha liberdade me aguarda no portão principal.

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Lascívias (+18)Onde histórias criam vida. Descubra agora