03 - Vivo

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Como Joseph havia me dito, Lin aparece naquele mesmo dia em meu quarto, um pouco antes do sol se pôr atrás do horizonte. Apesar de ainda apresentar-se bastante abatido, já está mais rosado e sorridente, o que me acalenta o coração. Estava me sentindo culpado pelo que havia ocorrido mais cedo, e ainda me sinto, de tê-lo de fazer vir aqui, ao em vez de descansar.

- Tem certeza que está se sentindo bem? Caso ache melhor, pode descansar por hoje e amanhã conversamos. Joseph não precisa saber, e eu terei descansado também.

Ele fica surpreso com minha proposta, mas recusa de prontidão, parecendo temer por algo, ou talvez sentindo que não tinha esse direito:

- Não se preocupe comigo, mestre Sebastian. Estou sempre disposto a ajudar o senhor. - Com os ombros curvados, me encara submisso. Mais uma vez aquele olhar estranho, e, no fundo, bastante nebuloso. - No momento, Dr. Anastacius não lhe deu permissão para sair do repouso, então temo ter que adiar nosso passeio, no qual eu lhe apresentaria a mansão. Mas enquanto isso não for possível, estou aqui para responder o máximo de suas perguntas, da melhor forma que meu limitado conhecimento permitir... Talvez assim esta tua amnésia se dissipe.

Ele me dando carta branca, decidi não me restringir, e depois de um vago tempo, no qual me ocupo pensando, decidi começar meus questionamentos do começo:

- Primeiro, onde estamos? Como se chama esse lugar?

- Estamos nas margens do território norte do reino. Um pouco distante da cidade, e sem vizinhos próximos. Ouvi falar que era o desejo de seu pai, que sempre teve que lidar com a confusão e correria da cidade por quase toda sua vida.

- Meu pai?

- Sim, morreu a alguns anos atrás, antes de eu chegar na mansão. Chamava-se Alexei Whitehouse, um alfa como você, que partiu para lutar contra os rebeldes para nunca mais voltar. Sinto dizer, mas é tudo que sei sobre ele.

- É minha mãe?

- Também é falecida.

Sem pai, sem mãe, e odiado pelo cônjuge. Esse homem, Sebastian, parece ter tido uma vida difícil, e solitária, antes que eu me apoderasse de seu corpo. Talvez, eu possa fazer um favor para ele, e tentar consertar tudo isso. Talvez ele nem esteja aqui para ver, mas se estiver, é tudo que posso fazer, para agradecer essa nova chance de viver, que ele talvez sem saber acabou me dando. Quem sabe, na verdade seja Sebastian a resposta para que eu esteja aqui, em seu lugar, e não Alexander?

De uma forma ou de outra, eu teria de ter paciência, e primeiro tinha de esclarecer mais uma dúvida, que surgiu na fala de Lin. Uma palavra estranha, que no meu mundo nada mais servia nas redes sociais do que para dar significado a um tipo bem duvidoso de gente. Ou melhor, um tipo duvidoso de homem.

- Alfa? O que você quer dizer com ele ser alfa, como eu?

Lin arregala os olhos, como se eu perguntasse o maior dos absurdos. Deve ser um conhecimento muito básico nesse mundo, pensei. Inevitavelmente, sinto-me um pouco envergonhado, mas mesmo assim eu não teria deixado de perguntar.

- Até disso o mestre se esqueceu? Que quadro cruel é essa amnésia, que tenta tornar o mestre num bobo! - Fala ele, penalizado - Mas não se preocupe, continue a me perguntar tudo, que assim não haverá abertura para calúnias e fofocas, esse servo não permitirá!

A animação de Lin seria contagiante, para qualquer um que não fosse eu, que só senti-me humilhado perante aquelas palavras. Um bobo, foi isso que ele me chamou por causa de uma pergunta. Nunca me foi tão claro o sentimento daqueles que acham que tudo que podem responder para você é um não, mas são surpreendidos negativamente.

Renascido Num Omegaverse(Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora