As luvas de Lin voltam à gaveta, e suas mãos machucadas de tanto lavadas ficam a vista para todos. Mas diferente de quando escondeu as mãos por trás de panos, ninguém deu-se o trabalho de perguntar o motivo dos ferimentos. Pelo contrário, as pessoas ficaram muito mais distantes ao verem suas mãos.
Sinceramente, o que está acontecendo? Pensa ele, sem entender o porquê todos lhe viraram a cara de repente. Até seus amigos mais próximos fugiam quando ele aparecia, e numa das poucas oportunidades, em que não viram sua aproximação, ele puxa o ombro de um 'amigo', que retribuiu com um tapa na mão, e um encarar de terror.
" Não toque em mim!"
" Ei, o que está acontecendo? Eu fiz alguma coisa?"
" Olhe, eu não falei? As mãos dele..."
Um deles puxa o ar em genuíno pavor.
" Ele deve estar contaminado!"
" Que doença terrível deve ser, para deixar as mãos tão feias!"
Os lábios de Lin tremem. Não precisava mais para ele entender o que estava acontecendo, mas mesmo assim insistiu em dialogar, pois um pedaço dele ainda tinha dificuldades em acreditar.
"D-do que vocês estão falando?"
" Ah, eu tenho que ir trocar de roupa!" Sai o homem que Lin acabou de tocar pelos corredores, com passos tão largos que prestes a correr.
" Vamos sair daqui, antes que sejamos contaminados também!"
" Preciso largar esse emprego, essa família está enlouquecendo de vez..."
" Ainda vou ter que ver a cara daquele pequeno demônio hoje, me botaram para servir os pratos no almoço!"
Todos dão questão de escapulir para bem longe, e deixam um Lin pálido e desconcertado para trás. Nunca teve tanta certeza que o fundo do poço estava lhe esperando de braços abertos. Sabia que, apesar de não ter aberto a boca, toda a culpa de terem descoberto sobre Matteo cairia sobre ele.
A verdade incontestável, é que os Whitehouse tinham a certeza que apenas ele sabia de toda a verdade, então quem mais atrairia suspeitas se não ele? As coisas não poderiam estar piores, e mais frustrante ainda para Lin era saber que não foi ele e que ninguém acreditaria nisso.
A frustração vira cólera assim que abre a porta do quarto de Matteo, que o recebe com um sorriso terno e um 'bom dia' simpático. É tudo culpa dessa... coisa, se Matteo simplesmente não existisse tudo estaria perfeito, como sempre esteve antes.
" Ah, hoje está sem luvas?"
Lin nada responde, e entra no quarto depois de fechar a porta atrás de si. Partiu para arrumar a cama, com os dedos instáveis de raiva.
"Suas mãos estão bem machucadas..."
Está afofando os travesseiros.
" Já tomou seu banho, pequeno mestre?" Saia logo da minha vista, pensou ao falar. A voz de Matteo já estava começando a lhe irritar.
" Desculpa..."
" O que?" Aquilo pegou Lin de surpresa. Talvez tenha ouvido errado? " Pode repetir? Eu não ouvi muito bem."
" Suas mãos... estão assim por minha causa, não é? Desculpa..."
Meus ouvidos estão entupidos?
" e os outros..." ele junta as mão enquanto encolhe o corpo, mexendo os dedos ansiosamente. " Eles não querem ficar perto de você por minha culpa..." os olhos de Matteo espremem e não saem do chão. " Desculpa por tudo."
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Renascido Num Omegaverse(Em Revisão)
FantasyUm homem do mundo moderno morre e renasce no corpo de Sebastian Whitehouse. Um alfa doente e odiado, com um irmão que mal faz questão de vê-lo, e um marido que nunca o havia realmente amado. Nesse estranho universo, que morrer não é tarefa difícil...