Entro sorrateiramente na cozinha, sentindo que estou sendo seguida por elas. Me escondo atrás da porta, esperando pelo momento perfeito. E então, acontece: Ino e Hinata correm para dentro da cozinha, sem notar minha presença.
Ino, toda molhada da piscina, deixa um rastro escorregadio pelo chão, transformando a cozinha em uma pista de patinação aquática improvisada. Hinata, mais azarada ainda, tropeça no pé molhado de Ino e acaba indo de bunda deslizante no chão, derrubando a Ino junto com ela.
Eu simplesmente não consigo segurar a risada. É uma cena tão cômica e absurda que minha barriga dói de tanto rir. Ino, finalmente percebendo minha presença, vira-se na minha direção e, como se fosse uma atleta olímpica, corre em minha direção, Feito uma maluca enquanto tenta não escorregar de novo no chão molhado.
- Pegue ela! - ela grita para Hinata, que ainda está se recompondo do tombo.
Hinata se levanta, ainda rindo entre uma careta de dor e tenta alcançar-me, mas meus movimentos ágeis me permitem desviar de suas mãos. A perseguição começa! Eu dou um pulo para trás, como um ninja em fuga, enquanto Ino e Hinata se unem para tentar me pegar.
- Você não vai escapar, Saky! - disse Ino, com uma mistura de determinação e diversão no rosto.
- Chegaaaaa, quero uma trégua!!!!
Falei enquanto balançava os braços na minha frente, impedindo Ino de jogar o resto da bebida que ela segurava nas mãos.
- Olha, eu tenho uma ideia melhor. Que tal sairmos pela vizinhança apertando as campainhas, hein?
- Melhor não, vai que alguém nos pega. -respondeu Hinata.
- Eu amei a ideia!!! Vamos lá, Hina. Não vai acontecer nada.
- Melhor não meninas, está muito tarde e eu estou com tanta ânsia que meu Deus. Mas tá bom, então vamos. - Responde Hinata
Antes que eu possa responder, Ino joga a bebida em mim e fico surpresa com a coragem dela por me pegar desprevenida.
- Pronto, agora estamos quites, amoreco. - disse Ino, me mandando um beijo e um coração, com tom de deboche.
Vou até a bancada e dou mais alguns goles na bebida, oferecendo a elas que façam o mesmo.
Com nossos corpos cheios de água e bebidas misturadas, seguimos em direção a saída de casa. A noite estava fresca e silenciosa, proporcionando o cenário perfeito para a nossa pequena aventura. A cada passo, sentíamos a empolgação crescendo dentro de nós, ansiosas por trazer um pouco de diversão para aquela noite.
Andamos por cerca de um quarteirão antes de encontrar a casa ideal para apertar a campainha. Escolhemos cuidadosamente, garantindo que não houvesse câmeras de segurança visíveis que pudessem nos reconhecer.
Com misturas de expectativa e cuidado, nos aproximamos do alvo escolhido. Olhávamos umas para as outras, mal conseguindo conter o riso contagiante que ameaçava escapar de nossos lábios. Com um olhar de cumplicidade, estendemos o dedo em direção à campainha.
O som estridente da campainha ecoou pelo ar, fazendo-nos rir mais alto e trocar olhares de satisfação. No instante em que nos viramos para correr, sentimos um misto de adrenalina e excitação percorrer nossos corpos. Cada passo nos afastava da casa, mas deixava para trás uma pequena dose de alegria em cada toque de campainha.
Estávamos completamente embriagadas, rindo até mesmo do vento.
- Vai, Hina, sua vez, Aperta a campainha. - sugeriu Ino, empolgada.
Hinata foi até a campainha meio cambaleante e apertou o botão, enquanto Ino já se adiantava, seguindo em direção à próxima casa. Seu andar era desajeitado, típico de alguém embriagado, ri a vendo andar daquela maneira, provavelmente eu estava igual a ela.
Hinata corre ofegante e eu sigo logo atrás dela, ao chegar na Ino não tenho nem tempo de recuperar o fôlego. Aquela capeta de garota em forma de gente já tinha apertado a campainha em frente a casa que nós estávamos, juro que mataria aquele projeto de Barbie danificado.
Desesperadamente, eu corria o mais rápido que conseguia, com o coração batendo desenfreadamente no peito, até finalmente alcançar Ino.
- O sua doida, não podia esperar a gente não? - grito ainda ofegante.
- Foi mau Saky - responde entre risos - olha só isso.
Ela fala entre risadas descontroladas e apontou para o portão em nossa frente.
Essa demônia só pode tá de brincadeira comigo. Ela acaba de dar uma bicuda tão forte no portão que provavelmente até as pessoas que estavam dormindo a essa hora acordaram com esse estrondo.
Antes mesmo que conseguíssemos correr, escutamos o portão sendo aberto. Mas não o portão da casa, e sim a do vizinho.
Merda, eu sequer terminei o ensino médio e não tive a chance de realizar o meu sonho de ir para a faculdade dos meus sonhos. Agora, vou ser presa por vandalismo e por ser menor de idade estar envolvida com álcool ilegal. Merda, é isso. Merda, merda. A Hinata ainda estava bem atrás de mim, tentando recuperar o fôlego. Talvez ela ainda consiga correr, talvez eu ainda consiga correr. Esse é o meu fim.
O vizinho surge no portão e, por um momento, sinto um alívio tão imenso que nem sei o que fazer. Era o Uchiha Marginal. No entanto, minha sensação de alívio logo desaparece quando lembro da minha situação. Estou bêbada, descalça, exalando cheiro de álcool e vestindo um pijama de gatinhos. E para piorar, a Hinata está completamente distraída no seu próprio mundo e a Ino... Ah, a Ino. Se eu não a matasse, eu não seria eu.
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Nada é clichê
RomansaSou líder de torcida, vice-presidente do Grêmio estudantil, uma tremenda gostosa, devo dizer. Muitos me chamam de puta, acham que vão me ofender me apelidando assim? Fala sério, eu esperava mais criatividade vinda desses espermatozóides mau formados...