collab w// wsgloria <3
I GOT ADDICTED TO A
LOSING GAME.✿✿✿
Ódio. O sentimento mais puro que o ser humano pode sentir. A ira se formando, deixando as pupilas escuras e os punhos se fechando com tanta força, que as unhas cortavam a palma de sua mão. O ódio que você semeia é o mesmo ódio que você planta. É o mesmo ódio que preenche seu corpo e faz sua pele arder de uma maneira estranha, é o ódio que se precisa controlar, para não matar. Irene apertava aquela folha com tanta raiva que Antônio agia cauteloso.
Uma das coisas que mais odiava em Irene era o fato de ser extremamente impulsiva, quando incendiou a plantação de Aline sem medir as consequências. Quando escondeu a paternidade de Daniel e foi extremamente impulsiva quando saiu de casa dois meses atrás.
dois meses antes.
Jogava as roupas nas malas com tanta raiva que poderia usar essa raiva para matar Antônio. Tentava não ser tão impulsiva, tentava não chorar com raiva, se segurava para não ir até a pousada e gritar com Agatha, sufocar ela até que virasse apenas uma mera memória que qualquer cidadão naquela cidade esqueceria. Enterrar a memória de Antônio até que ele só fosse uma pessoa qualquer, alguém que ela nunca conheceu. Esquecer o sobrenome La Selva, voltar a ser uma cidadã qualquer. – se é que poderia ser considerada uma pessoa qualquer.
A verdade – por mais dolorosa que seja –, é que Irene se tornou uma foto velha na gaveta de Antônio, ela era a outra. Era só algo que ele usufruía pra distração quando sentia falta de Agatha, era só a mãe dos filhos deles. Odiava admitir, mas ela nunca teve o posto de primeira no coração dele. E a cada dia que passava, tinha certeza que aquilo era uma profecia.
Antônio preferia Agatha, morreria por Agatha. E se provavelmente um atirador pedisse que ele escolhesse entre as duas, ele com toda certeza jogaria Irene na frente da bala e salvaria Agatha, ela morreria engasgada com o próprio sangue enquanto Agatha estaria a salvo sem nenhum arranhão.
Porque ele nunca esteve dividido, ele só não queria escolher. Queria usar as duas, aproveitar as duas e falaria juras de amor para Agatha enquanto ela se contentaria com um "nosso casamento não acabou."
Uma grande mentira. O casamento deles acabou, teve seu fim. Quando ele abriu a porta do quarto, boa parte das malas já estavam feitas, a outra parte, Irene jogava com toda a raiva que seu corpo de 1,65 poderia sentir.
— Irene, não precisa disso. – começou, segurando as mãos dela. — Vamos conversar direito.
— Acho que a gente já teve muito tempo pra pensar nessa conversa, né? – ela desfez o toque com uma certa brutalidade. — Do que adianta fazer isso agora?
— Vai esclarecer muitas coisas. – ele tentou se aproximar, ela recuou. — Não foi desse jeito que você tá pensando.
— Foi pior, não é? – Irene o encarou. — Sabe o que me dói? É que eu tive que saber disso pela Angelina! Pela maldita governanta que sempre me odiou.
O olhar dela se transformou em ódio, tão transparente quanto água.
— Você prometeu Antônio, você disse que era meu. – as lágrimas de ódio, eram as mais difíceis de se encarar. — E você me traiu com a Agatha?