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|Jogos e arranhões|
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SINTO MEU ROSTO esquentar e viro rapidamente o celular pra baixo. Quackity tinha acabado de estacionar para atender uma ligação e eu aproveitei pra olhar as notificações do meu celular, encontrando então aquele grupo.
Sabia que a partir do momento que contasse sobre Alex para as minhas amigas elas iriam ligeiramente presumir algo e imediatamente começariam a fazer comentários sugestivos, infelizmente é o comportamento típico de amigas.
Anelize era minha melhor amiga desde o começo da adolescência, a garota era a perfeita amiga conselheira que mesmo se não tiver um bom conselho vai te oferecer um ombro amigo pra chorar.
Já como conheci Arabella é uma história engraçada. Na época eu tinha dezesseis anos e tinha convencido minha mãe a me deixar sair com Lize. Tinhamos nos mudado para São Paulo a alguns anos e tinha conhecido Lize assim que cheguei na cidade, minha mãe tinha uma certa confiança na garota educada e de familia boa, então permitiu nossa saída. Nesse dia fomos a uma festa e quando fui ao banheiro esbarrei com uma garota animada, Arabella – que tinha dezessete anos na época. — se encontrava um pouco bêbada, e logo começou a puxar assunto comigo e com Lize, a garota falava português, mas tinha um sotaque engraçado, descobrimos naquele mesmo dia que Bella tinha pais brasileiros, mas tinha crescido em Los Angeles. Meu interesse pela garota extrovertida e descolada tinha crescido mil vezes após a descoberta desse fato. Trocamos números nessa festa e começamos a nos encontrar mais. No começo a minha relação com Arabella era mais sobre flertes e interesses, até tentamos ter algo mas decidimos que funcionavamos melhores como amigas, e depois disso a nossa amizade só cresceu, nós nos tornamos um trio. Eu amava as duas com todas as minhas forças.
— Cállate, pendejo. — Volto a realidade com Alex xingando ao telefone.
Fico calada por um tempo apenas mexendo na unha, não queria atrapalhar a conversa, mas meu corpo me trai e começo a tossir ao engasgar com o ar.
