M A R I A
Eu não me importo que ele não pareça os golfinhos da minha espécie, existe muitas espécies de golfinhos no mar e sinceramente qualquer um deles, independente da classe, pode ser o progenitor do meu bebê. Jean está se desenvolvendo rápido e apenas eu e a senhora D, estamos tendo contato com ele, agora que está mostrando cada vez mais características diferentes do comum. Shark saiu do cio, e teve que sair da cidade por alguns dias para resolver questões sobre a Letícia em sua antiga cidade e também curtir com ela, e não posso pedir ajuda ao tubarão, porque já fez demais por mim e meu filhote.
— Ei bebê lindo da mamãe! – Meu filhote salta exibido, seu peso quase se comparando ao meu humano. — Lindo! Lindo! – beijo ele seguidas vezes, amando sentir as ondas de satisfação vindas do meu espertinho.
Sou da espécie golfinho rotador, uma das que tem o menor porte físico entre os golfinhos e cetáceos em geral, e em média chegamos a no máximo oitenta quilos, e levamos esse nome por nossa capacidade de exibicionismo no ar, podendo saltar e girar em torno do nosso próprio corpo várias vezes, antes de mergulhar. Somos de fácil convívio e razoavelmente sociáveis, vivendo em áreas subtropical e tropical, principalmente na costa. Passei a maior parte da minha vida morando em Fernando de Noronha, porém, não é meu lugar ideal no momento, porque apesar de ser considerado um santuário para nossa espécie, ele tem muita atenção sobre si, e não seria fácil está cuidando e amamentando meu bebê a cada instante, e muito menos manter ele longe dos bandos.
Eu busco a essência do meu filho, procurando seu rastro genético e nada encontro além do meu e um desconhecido e incompreensível por mim. Não entendo porque não consigo indentificar, afinal, sou bióloga e sendo shifters, fiz questão de armazenar na minha mente o cheiro genético de cada espécie, para agilizar meu trabalho, porém, eu não consigo nem sinal desse infeliz.
— Não pode dar trabalho a senhora D, viu safadinho? – Ele confirma, seu corpo ágil se dobrando em alegria.
As diferenças são poucas, além do seu tamanho e cor mais escura que deveria, com algumas marcas prateada e cintilantes. Um híbrido, só preciso descobrir de que. Eu olho a marca na minha panturrilha, ela é apenas uma pequena cicatriz, mas coço sobre ela, querendo mandar alguns sinal a seja quem foi o bastado que me marcou e fugiu. Nem mesmo carrego sua essência ou algo que me ligue a algum macho, porque nosso contato deve ter sido o mínimo, e não houve tempo de fortificar nossa ligação.
— Olá menina. – Caminhando com traquilidade, a shifters mais velha que já tive o prazer de conhecer, se aproxima. — Como você está, hoje? – perguntou ao meu bebê, que saltou feliz se amostrando. — Sim! Você esta muito bem. – Acariciou a cabeça do filhote, e ele solta assobios satisfeitos.
— Vou ter que ir. – Aviso a senhora, olhando para ela com curiosidade. — Tem certeza que não reconhece o rastro genético dele? – Pergunto e ela inspira profundamente, negando.
Queria tanto descobrir algo sobre meu bebê, porque tenho medo que alguém use sua forma única para se aproveitar de alguma forma. Eu sinto que ele está desenvolvendo consciência shifters nele, e não sei se isso é bom ou ruim, porque nunca vi esse processo contrário ao comum, e o que não é normal assusta e nos dá receio.
Me despeço dos dois, vestindo minha roupa e indo para o consultório, que felizmente não é muito longe. A Manu já está na sua sala cuidando de um gato doméstico, e sigo para o meu consultório, alegria me invadindo quando sinto a presença do tubarão a minha espera.
Entro no consultório e no mesmo instante vejo o Shark sentado na minha cadeira, mexendo com minhas conchas do mar. Sorri agradável para o grande bobão, feliz em vê-lo e saber que está bem com sua fêmea, porque seu sorriso está no mínimo tubaronico o que é garantia o bastante, que ela está fazendo ele feliz.
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O COMPANHEIRO DE MARIA
FantasyLIVRO 5 - SÉRIE COMPANHEIROS PREDESTINADOS Maria teve um filhote, o problema é que ela não sabe a espécie dele e muito menos quem é seu progenitor. Sendo shifters, ela só poderia engravidar do seu destinado, então, a pergunta em sua mente é; Onde es...