EPÍLOGO

2.7K 409 187
                                    

M A R I A

Okinawa é uma ilha maravilhosa, cheia de belezas naturais e culturais. É a maior e mais povoada das ilhas Ryukyu, que formam um arquipélago de mais de mil quilômetros de extensão. A ilha tem um clima subtropical, com temperaturas amenas durante todo o ano. O mar é azul-turquesa e cristalino, perfeito para nadar e mergulhar. Há muitas espécies de peixes, corais, tartarugas e outros animais marinhos que vivem nas águas de Okinawa. A bióloga que vive em mim, está empolgada em conhecer cada espécie nova que possa conseguir encontrar, mas, a companheira e mãe, está feliz em estar com a grande família, que está cuidando de nós com tanta empolgação e carinho.

A cultura de Okinawa é muito rica e diversa, resultado da sua história como um reino independente que teve contato com vários países da Ásia. A língua, a música, a dança, a culinária, a religião e as artes de Okinawa são diferentes das do resto do Japão. Eu aprendi um pouco de uchinaaguchi, o dialeto local, que é mais parecido com o chinês do que com o japonês. Eu também experimentei alguns pratos típicos, como o goya chanpuru, um refogado de melão amargo, tofu, ovos e carne de porco, e o sata andagi, um bolinho frito doce. A família do Miyake me ensinou a tocar sanshin, um instrumento de cordas parecido com um banjo, e a dançar kachashi, uma dança folclórica animada.

Meu companheiro apenas me observa sorridente, segurando nosso filho que bate palmas empolgado. Eu os amo. Meu coração batendo junto com a música, e meu ser envia todo esse amor em ondas, fazendo que ao nosso redor, os outros também sintam e assobiem em comemoração, deixando meu companheiro todo tímido.

Coisa fofa! Puta que pariu. Só meu! Com timidez e tudo. Amo demais esse jeitinho dele, mas, também amo quando seu ser está na borda e tem suas crises de ciúmes.

Sou tão safada. Somente em olhar ele apenas de calça, já me dá água na boca, água na boc... Estou salivando, é isso. Alguns próximos dão risadinhas, e sei que sentiram a tensão de desejo que estou sentindo por meu homem.

Suspiro fundo, e volto a me concentrar nos outros, para evitar ficar excitada demais para ficar longe dele.

A família do Miyake está sendo muito acolhedora comigo e com o Jean. Eles têm uma forte ligação entre si, e se comunicam a todo instante pelo sonar, e fico feliz por entender um pouco de tudo. Eles me contaram que Okinawa é o lar ancestral dos shifters de falsa orca, e que eles têm uma longa tradição de proteger a ilha e o mar. Miyake e sua irmã, me mostrou alguns lugares sagrados, como o castelo de Shuri, a antiga sede do reino de Ryukyu, e o cabo Manzamo, um penhasco em forma de elefante.

Eu estou muito feliz de estar aqui em Okinawa, e de poder compartilhar essa experiência com o Miyake e o Jean. Eu sinto que estou conhecendo uma parte importante da história e da identidade do meu companheiro, e que isso nos aproxima ainda mais. Sinto que estou ampliando meus horizontes, e aprendendo coisas novas e interessantes. Okinawa é uma ilha encantadora, que me faz sentir em casa. Eu espero aproveitar bastante essa temporada por aqui, porque quando a peixinha for ter o tubarãozinho, vou está com ela. Eu sei, provavelmente será em dois ou mais anos, porém, estou ansiosa para ver o Shark virar um pai bobão, para que eu possa debochar dele.

— Você tem um sorriso malvado. – Miyake observa, se aproximando e apenas sentando ao meu lado, sem me tocar de fato.

— É claro que não tenho. – me defendo, e ele sorri negando.

Eu acho tão diferente, que mesmo todos aqui sendo shifters, não sejam calorosos como outros que conheço. Não estou dizendo que são frios, apenas que a forma que agem com seus companheiros é diferente. Até mesmo o Miyake, que normalmente me mantém em seu colo, aqui na ilha ele não o faz, e isso é bem estranho.

O COMPANHEIRO DE MARIAOnde histórias criam vida. Descubra agora