O COMPANHEIRO DE MARIA

CAPÍTULO 10

— comentem como se eu fosse importante!

M I Y A K E

Os alfas nos encara em expectativa, e a Maria aperta minha mão de forma tensa. Ela tem medo que eles não aceitem mais que fique, para que não tenham problemas com o conselho. Se algo acontecer, iremos os três para Okinawa, e nosso filho passará a ser cuidado e protegido, junto com o bando e também a Maria. Temos uma política severa de cuidados com as mulheres e os filhotes, ainda mais depois dos traumas da guerra, ainda tão vivo em nosso povo. A única coisa que me impediu de fazer o convite para que fossemos, é a longa viagem exaustiva para o bebê, e a dificuldade de manter a segurança em mar aberto por uma longa viagem, em um grupo de três, sendo um indefeso e sem experiência no mar e as mudanças climáticas durante a viagem.

Definivamente uma viagem no momento, não entra em questão. É perigoso demais e chamaria muito atenção, mesmo que fossemos por zonas neutras.

— A fêmea molusco que está detida na clínica, descobriu por um descuido meu, que o Jean é diferente e ameaçou avisar o conselho. – Maria explica sem se aprofundar, e o alfa Gregory bate os dedos devagar sobre a mesa, esperando mais.

— Por ele ser um golfinho selvagem, ou ser um híbrido? – A Maria engole em seco, com o questionamento do alfa e sei que ainda não se sente segura para falar para a sala cheia o que está havendo.

— O Jean está mudando e ficando um híbrido intermediário. Ele tem o tamanho e o peso de um golfinho rotador, com a cor mais escura e aparência mais voltada a minha espécie. – Explico, enquanto me esforço a capitar todas as sensações presentes na sala. — Logo seu tamanho vai ultrapassar o da minha fêmea. Um espécie totalmente nova e vulnerável.

— O conselho não tem incluído os híbridos como espécies protegidas, e também tem direito de pegar para estudo, shifters com algum defeito, ainda mais se for selvagem. Os conselheiros que não apóiam a miscigenação, podem alegar que ele perigoso para os demais, por não ter racionalidade. – Maria finaliza, seus olhos já estão cheios, e abraço ela trazendo para próximo ao meu coração. — Meu bebê não está seguro, se o segredo for exposto e chegar em ouvidos errados, poderá ser difícil de protegê-lo. Soube que existem facções nazistas agindo no mar e na terra, envolvidos com a eliminação e uso de espécies híbridas para estudos.

Já havia ouvido falar sobre esses criminosos anteriormente. Quando estamos no mar, sempre captamos algum sinal ou fofoca, mas, nem sempre podemos levar a sério. Como os híbridos não tem uma proteção efetiva pelo conselho, acabam ficando vulnerável e provavelmente muitos desaparecimentos não são nem mesmo investigados, devido ao fato de que os híbridos costumam se manter em campo neutro, já que sempre estão em um linear, de não pertencer a um povo ou ao outro.

— Não se preocupe Maria, você e seu filhote são nossos irmãos e nada irá chegar até vocês. – Gregory levantou da sua mesa, e colocou uma mão sobre a dela. — Protegemos os nossos. Vamos aumentar a segurança na sua área, e determinar seguranças extras pelo mar e ar. Híbridos ou puros, não vamos permitir que ninguém julgue quem deve ou não ser protegido.

— Se eles tentarem contra a reserva? – olhou com desespero. — Não quero que ninguém se machuque.

— Maria. – O leão chamou nossa atenção, um sorriso acalentador em seus lábios, enquanto mantém sua fêmea abraçada junto ao corpo. — Temos dois apoiadores no conselho, e como o Jean tem descendência oriental, ele tem duas nações e mais proteção, ainda mais devido o representante de Okinawa ser um defensor das espécies da sua região e também muito respeitador com o povo, segundo o que soube, bastante influente no conselho.

— o senhor o conhece? – pergunto e ele nega.

Os membros tem suas identidades sigilosas, para evitar represálias e tentativas de eliminação para conseguir o posto hereditário no conselho. Não sabemos quem nos representa, e ele sempre pode ser qualquer um a nossa volta, e isso facilita que saiba as mais diversas situação, sem o peso que um conselheiro carregaria. Existem treze conselheiros, e esses montam a cúpula principal, composta por dois membros de cada continente e o presidente, com cargos hereditários e por conduta, esses líderes escolhem em suas áreas líderes responsáveis por divisão de espécies, e por último estão os alfas responsáveis por cada alcatéia e representando seu povo. Esses líderes de espécie, são os responsáveis por cumprir as ordens dos conselheiros, e definir o que é resolvido na alcatéia, nos representantes de espécies e no conselho geral.