Atraídas pelo mesmo ritmo

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RAFAELA

Comemos em silêncio comentando uma coisa ou outra de vez em quando. Steve e Marques conversavam sem nunca parar. Pareciam fontes inesgotáveis de assunto. Ouvi-los papearem estava ficando chato.

-Ei- Chamo a atenção de Duh- Está a fim de sair daqui?

Ela confirma com a cabeça e depois ajeita o óculos.

-A gente vai dar uma volta- Anuncio me levantando e Duh me segue.

-Está bem. Cuida-se gatinha.

A bebida deve ter subido para a cabeça de Steve para ele ter a ousadia de dizer uma coisa dessas. Poxa! Para de estragar minhas chances com a garota. Apenas mostro o dedo do meio para ele e me retiro para a areia.

-Por que trata seu esposo desse jeito?- Pergunta Duh inocentemente, parecendo um pouco mal por eu ter enfiado um dedo no meio da cara do Steve.

Não consigo conter a risada. Acho que nunca dei uma gargalhada tão sincera como agora. Eu teria que estar muito no fundo do poço para me casar com Steve.

-Esposo?

Duh me encara confusa, com os lábios entreabertos e tentando encontrar o que ela disse de errado.

-De onde você tirou isso? Steve é apenas meu amigo.

Uma expressão de alivio toma conta de seu rosto. Posso jurar que ela ficou bem mais leve depois que esclareci isso.

-Desculpa. Eu achei que...

-Ei, está ouvindo? – Levo os dedos aos seus lábios pedindo por silêncio- Luísa Sonza.

-Estou. Eu amo essa música.

Puxo-a pelo braço para onde as pessoas dançavam animadamente. Eu não sei dançar. Muito menos ela. Mas pulávamos e cantarolávamos a música com a alma. Quando a música terminou, estávamos roucas.

-Eu adoro as músicas dessa mulher- Diz Duh enquanto caminhávamos para a beira do mar.

-Eu curto algumas. Sabe o que mais eu curto?

-O que?

-Pudim. Você gosta de pudim?

Duh sorri. Seus dentes são tão perfeitos rodeados por aqueles lábios carnudos que só de pensar me deixa corada.

-Essa é a pergunta mais aleatória que já ouvi.

-Então, você gosta?

-Gosto.

Então estou investindo na pessoa certa.