[ℂ𝕙𝕒𝕡𝕥𝕖𝕣 11 • ℝ𝕒𝕚𝕟𝕪 ℕ𝕚𝕘𝕙𝕥]

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ℝ𝕒𝕚𝕟𝕪 ℕ𝕚𝕘𝕙𝕥/ℕ𝕠𝕚𝕥𝕖 𝕔𝕙𝕦𝕧𝕠𝕤𝕒.

Pelo vidro, embaçado, as árvores se destacavam em meio escuridão; a chuva era rasa, fraca depois de horas com trovejos amedrontadores. Gotas percorriam a vasta janela do teto ao chão de uma das salas de treinamento da Sede, elas desciam solitariamente, e seu som era reconfortante de uma certa forma para Liz que, sentada com suas mãos, macias e frias, segurando suas pernas - ela observava a linda paisagem calma.

Era madrugada, hora exata ela não tinha o saber, mas tinha idéia que era tarde o suficiente por não ver nada além da natureza a fora com pouca iluminação. O frio estava adentro no ambiente, e era sentido pela pequena garota, a qual odiava profundamente a sensação de rigidez e batalha para não perder temperatura. Seus olhos já molhados, não percebidos por ela, ardiam, e obtinham a vermelhidão seriamente, isso se dara por pesadelos que lhe perseguiam durante a noite, vozes e ambientes que voltavam para assombra-la. E isso era assustador demais para ela, mesmo passando por isso quase sempre.

─ O que faz aqui esse horário? ─ Se passaram alguns dias, e dado eles, a mulher ruiva ainda permaneceu por um tempo na cidade em sua investigação, claro que tinha informações sobre a menina, mas seu tempo era raso, logo tinha que voltar para sede e resolver pendências. Ela precisava, mesmo relutantemente, dar o relatório para os superiores, seu tempo tinha acabado e infelizmente ele não foi o suficiente para buscar mais informações de Elizabeth.

Natasha que acabara de chegar na sede, perguntou a IA sobre o estado da menina que foi muito bem informada e descrito. Entretanto, estranhamente ela não se encontrava em seu novo aposento, e sim na sala onde Romanoff treinava regulamente.

─ Ah... Oi.

─ Oi... Me fala, o que faz acordada essa hora da noite, pequena? ─ Sua pergunta era simples, mas ainda sim a menina precisou de um tempo para assim responde-la.

─ Acho que queria ver a chuva... Não sei, não lembro como vim parar aqui.

A feição de Liz era exorbitantemente confusa, sua postura trazia essa sensação - uma sensação de instabilidade e confusão. Mesmo provando isso desde do seu primeiro dia após o coma, não era comparado a sua feição como agora; ela estava deprimida, sem realçar reações espalhatatosas como sempre realçava.

─ Não se lembra?... Hm. ─ Romanoff apenas concordou, por que concordara? Até ela não entendeu sua postura a isso, apenas olhou para fora como Elizabeth e permaneceu em silêncio. A mulher aceitou a resposta sem mais perguntas. Talvez era preciso apenas fazer companhia, Natasha também gostaria, mas não admitia.

A chuva levava aos ouvidos de ambas um belo soar, ele era tão reconfortante, tão acolhedor?... Como seria possível uma reação da natureza ser tão linda e aconchegante de ver e ouvir? Perguntas essas que a garotinha pensava.

─ Eu gosto da chuva, mas não gosto do frio que vem acompanhado dela. ─ Sua voz saiu baixo. ─ Você gosta da chuva também?

─ Não sei, nunca pensei sobre isso... Chuva é apenas chuva, não? Por que eu pensaria a respeito sobre se gosto ou não?

─ Não sei, as vezes paramos para pensar se gostamos de algo, mesmo sendo a coisa mais simples... Como você, você gosta de café extra forte, e odeia adoçante. Nunca parei para pensar de como eu gostava do café, se preferiria amargo ou doce, fraco ou extra forte. Mas você me fez pensar sobre...

─ E você, como gosta do café? ─ A mulher se atreveu a desviar da bela paisagem para ver a menina lhe encarando, pensativa.

─ Não gosto de café, o cheiro é muito bom, ele me faz ter fome e me faz bem, mas o gosto não é parecido com o aroma, ele é ríspido e sem graça, ele é amargo de qualquer maneira. ─ Ela então sorriu fraco. ─ Gosto do cheiro, mas não do gosto. Acho que existe sempre dois pontos extremos.

𝚂𝚙𝚒𝚍𝚎𝚛-𝚐𝚒𝚛𝚕 | 𝐌𝐀𝐑𝐕𝐄𝐋 𝐒𝐓𝐔𝐃𝐈𝐎𝐒Onde histórias criam vida. Descubra agora