𝙲𝚊𝚜𝚊𝚌𝚘.

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A prova estava relativamente difícil. Eu usei todos os meus neurônios que não tinham sido afetados pela noite anterior para fazer a prova, o que me fez ficar com um mau humor pelo resto da aula.
Mas o que ocupou minha mente por um bom tempo foi o casaco empelotado na bolsa; planejei procurar Norman para ele entregar a Ray o mais rápido possível.

Me despedi de Violet e Oliver e entrei na sala, encontrando Norman conversando com a mesma loira da festa (que revirou os olhos assim que me viu).

– Oi, Norman… pode me fazer um favor? – Perguntei cautelosamente, um pouco inquieta.

– E por que ele faria isso? – Disse a loira, com um olhar fulminante.

– Anna, por favor. – Disse Norman, se afastando dela e sorrindo pra mim, – No que posso ajudar?

– Ray esqueceu esse casaco comigo. – Falei sem rodeios, estendendo a roupa. – Pode devolver pra ele?

O garoto fez uma careta, olhando para Anna por cima do ombro. – Olha Bela, o Ray já foi e eu tenho que ir em casa com a Anna… mas posso deixar você na casa dele se quiser.

– Que? – Pisquei algumas vezes, perdida.

– Na casa do Ray. – Norman sorriu pacientemente, – Pra você entregar o casaco pessoalmente.

– Ah! – Exclamei. Ele queria me deixar na casa de Ray…?

– Certo, então nos encontramos daqui a uns minutos no estacionamento. Vou ligar pro Ray avisando. – Anna se aproximou, puxando Norman pelo braço com o nariz empinado.

E então, depois de alguns minutos esperando no estacionamento, os dois apareceram.

– Espero que não se importe. – Disse Norman lançando um sorriso por cima do ombro antes de ligar o som.

– Imagina. – Afundei no banco de trás, me sentindo meio tonta por estar ali. Anna não parecia nada feliz; afinal eu meio que estava empatando o encontro deles.

O caminho foi silencioso, quebrado apenas pela música do carro. Estava tocando Woman da Doja Cat, e tentei me distrair olhando pela janela enquanto Anna começou a flertar com Norman, me ignorando.

Meu celular vibrou de repente. Abri a caixa de mensagens, revirando os olhos ao ver o número desconhecido.

"Olá, meu bem. Está bonita com essa jardineira hoje."

Visualizei e não respondi, como sempre fazia. Ultimamente, esse cara de número desconhecido não parava de mandar mensagem, e mesmo quando eu o bloqueei ele deu um jeito de arranjar outro número pra me perturbar.
No começo, ele me perturbava. Dizia o que eu estava vestindo, ou até onde eu estava. Mas ele nunca tinha dito nada tão ameaçador, por isso passei a não me importar mais.

O carro parou de repente. Norman se apoiou no banco, olhando pra trás pra falar comigo.

– Se quiser, posso chamar um Uber pra você quando quiser ir pra casa, já que eu te trouxe aqui… – Ele sugeriu, e Anna o olhou feio.

– Ela não precisa que você fique pedindo Uber's pra ela…

– Anna!

– Não, ela tem razão. – Me intrometi, abrindo a porta do carro. – Deixa que eu vou pra casa sozinha. Tenham uma boa noite juntos. – Tentei dar um sorriso simpático, que Anna não retribuiu.

– Tchau, Bela. – Norman sorriu e acenou, e observei o carro arrancar pela rua antes de me virar para a casa.

Não consegui não entreabrir a boca. Norman tinha me deixado em um prédio, grande e luxuoso. Me aproximei da portaria, e o cara me olhou de cima a baixo.

Me, him and the stalker-ᴿᵃʸˣᴿᵉᵃᵈᵉʳOnde histórias criam vida. Descubra agora