OS OPOSTOS SE ATRAEM? - !SIMOLON¡

CAPÍTULO 01

Não bastasse os problemas que já tenho mais essa agora, vou ter que servir de babá pra filha mimada e nariz em pé do Senhor Tebet. Sinceramente essa gente rica inventa cada coisa que é inacreditável, agora foi que deu dele inventar que quer que a filha seja pobre por um tempo,isso não vai prestar.

Eu não a conheço bem,trabalho pro Senhor Tebet há uns sete anos e só a vi uma vez,a três anos atrás e ela é a mulher mais insuportável que eu já conheci, toda frescurenta reclamando até dos galos cantando pela manhã, com uma pose de dondóca e nariz em pé. Sinceramente eu não sei se deveria ter aceitado entrar nessa confusão ainda mais porque a mimadinha vai ficar sob os meus cuidados,sem ela saber é claro.

Ela não mora no Brasil,vive na Itália desde sei lá quando. Quando eu comecei a trabalhar pro Senhor Ramez ela já não vivia mais com ele,deve ser mimada desde sempre porque nem o próprio pai a aguentou. E eu vou ter que aguentar, era o que me faltava. Mas sinceramente á de ser muito engraçado ver a dondóca sendo pobre, alguém que nunca nem passou perto de uma cozinha ter que lavar louça e lavar a própria roupa, ah mas eu pago pra ver isso.

Ela estava pra chegar ao Brasil,já tinha desembarcado em São Paulo e estava a caminho das Minas Gerais, nossa terra rica. Eu fui buscá-la no aeroporto de Belo Horizonte a pedido do Senhor Tebet que me pediu discrição porque ele iria falar com ela. Fiquei igual um bocó esperando pela madame no desembarque que levou uma eternidade.

Assim que meus olhos encontraram naquela pose toda eu sabia que era ela. Um pouco diferente do que eu me lembrava,os cabelos um pouco maiores e com alguns pontos mais claros. Mas a pele mais branca que papel e aquele jeito todo onipotente de andar, continuam igualzinho.

Ela parou assim que passou pela porta de desembarque, olhava pra todos os lados e veio vindo na minha direção, acho que se lembra de mim o que é normal visto que... Mas não,ela passou por mim como se nunca tivesse me visto na vida. Não digo que é uma insuportável, haja paciência pra mim nesses próximos meses.

-Ale:Eii?- falei alto e ela continuou andando.- Ei,cara pálida?

Apressei os passos até alcançá-la e tocar no ombro dela pra que ela me olhasse. Ela se virou de frente pra mim.

-Ou está surda,ou está se fazendo de sonsa.

-Simone:Está falando comigo?- falou em tom muito sereno.

-Ale:Com a sua mala que não.

-Simone:Desculpe, eu te conheço?- mas é muito sonsa mesmo.

-Ale:Vai mesmo querer meter essa pra cima de mim? Eu sou o capataz da fazenda do seu pai, vai me dizer que não se lembra?

-Simone:Desculpa, é que eu não costumo lembrar os nomes dos serviçais. Leva a minha mala, por favor.- falou em um tom debochado e eu já prevejo que vou me estressar muito com essa mulher.