Estava demorando

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Ao chegarmos no bar Bárbara, a ruiva do campos estava sentada em uma mesa com outro cara. Sentamos e ela nos apresentou seu amigo, que na verdade era o seu colega de quarto, dividia apartamento com ela, assim como eu o Gui.

- Esse é Miguel, nós dividimos apartamento e ele cursa teatro também. Ela disse.

- Oi, prazer Miguel, eu sou o Gustavo e esse é meu melhor amigo e colega de apartamento Guilherme. Disse sorrindo.

Deixamos o Guilherme e o Miguel conversando enquanto fomos pegar as bebidas, eu estava decidido a beber naquela noite, queria comemorar meu novo emprego e por um lado queria comemorar a minha vida que agora estava indo do jeito que eu sempre quis. Escolhi por um drinque que ia suco de groselha, frutas vermelhas e vodca, a Bárbara gostou da ideia e acabou pegando pra ela e para o Miguel também, peguei uma cerveja para o Gui, sabia que era isso que ele bebia então...

Estávamos falando sobre futuro e curso da faculdade quando meu celular vibrou no bolso, era uma mensagem no Facebook. Abri para ver o que era, um perfil desconhecido, sem foto e com o nome de ADRIANO, só tinha isso no perfil, só nome. E na mensagem tinha:

"Você quer o que é meu, então eu tiro o que é seu."

Fiquei confuso ao ler aquilo, não fazia sentido. Eu não tomei nada de ninguém, pelo menos não que eu me lembre. A única coisa que passou pela minha cabeça foi que alguém poderia ter feito o teste para trabalhar na escola e eu acabei ficando com a vaga e chateando alguém. Mas isso é surreal demais, acabei deixando de lado a mensagem.

O tempo foi passando, os drinques rolando e de repente o Marcos e o Felipe chegaram no bar, sentaram na nossa mesa e acabaram se enturmando. A história da mensagem estava martelando na minha cabeça, quem eu poderia ter chateado, e por quê?

Acabei chamado o Marcos em um canto, na tentativa dele me ajudar a saber se o meu pensamento de alguém para a vaga de trabalho pudesse fazer algum sentido.

- Marcos, te chamei porque preciso que me ajude com uma coisa, uma dúvida na real. Disse

- Claro meu querido, o que você precisar. Ele disse

Alguma coisa me incomodava muito nele, mas eu não sabia o que era.

- Tinha mais alguém fazendo teste para a vaga de trabalho da escola? Alguém além de mim? Perguntei.

- Não, Guto. No momento em que o Gui me disse que você poderia vir morar aqui eu deixei a vaga em aberto te aguardando. Ele respondeu franzindo a testa. - Mas porque da pergunta, aconteceu alguma coisa?

- Não mesmo, foi só uma curiosidade boba.

Não queria envolver um "desconhecido" nessa história, que na verdade nem sabia se seria mesmo uma história ou foi só algum idiota tentando tirar uma com a minha cara.

Voltamos para a mesa, a Bárbara parecia estar contente demais e o Guilherme e o Miguel amigos demais. Fazendo piadas internas e tudo. Senti um pouco de ciúmes. O Guilherme me chamou para pegar mais bebidas, no caminho até o bar, ele me perguntou.

- O que você acha do Miguel? Ele parece ser legal né?

O que eu acho dele, nossa eu mal conheço ele, assim como você. Não dá para dizer que ele é feio porque não é. Seu rosto era escultural, meu maxilar marcado ressaltava o sorriso de marfim, a pele bronzeada dava a impressão de que tinha acabado de sair da praia, ele era alto e estava alguns quilos acima do peso, mas isso não seria problema para o Guilherme, ele sempre gostou.

- Bom, depois de uma grande analise eu acho que ele é um cara legal. Disse travando em algumas palavras devido a quantidade de drinques.

- Acho que estou afim dele. Ele disse revirando os olhos.

Fumaça nos Olhos (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora