Madyson Fontenelle é uma adolescente de 16 anos que está no penúltimo ano da escola, ela era uma ótima patinadora no gelo, campeã de várias competições nacionais, mas quando teve a chance de competir no mundial, ela teve uma lesão e teve que se afas...
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Las Vegas - Estados Unidos 2019 ____________________
— Isso, Madyson... — minha treinadora incentivou, enquanto me observava patinar, ao som de Art Deco. — Mais leveza nos passos, mais sentimentos.
Tento focar em suas instruções, porém as deixo de lado, focando apenas no gelo e na música.
Movimento meu corpo com leveza, mas ao mesmo tempo com agressividade, movendo meus braços enquanto patino pelo local, rodando e fazendo saltos.
Eu me sentia livre, era especialmente libertador. A patinação me salvava de uma forma inegável. A mesma coisa que me levou ao delírio do surto, me tirou de lá, em um pequeno período de tempo.
Fecho os olhos, o som do gelo sendo raspado pelo patins e a música ao fundo, eram as únicas coisas nas quais eu prestava atenção nesse momento.
Agachei, raspando um joelho no gelo e esticando os braços para trás, dobrando a minha coluna até a minha cabeça encostar na minha panturrilha.
Uma vitória saber que ainda estava flexível a esse ponto.
Escutei o refrão se aproximando, voltei a ficar ereta e olhei para Maria, que me olhava com apreensão, porém ao mesmo tempo, me incentivava.
Peguei impulso, batendo a ponta do patins no gelo e saltei, rodopiando no ar três vezes seguidas, caindo perfeitamente no chão, seguidamente.
Preparei-me mentalmente e rodei a perna, puxando o impulso necessário e fazendo um salto chamado butterfly. No entanto, não consegui aterrissar devidamente e escorreguei, caindo no gelo que nem um dejeto.
— Porra. — murmurei, meu corpo ainda deslizando pelo gelo.
— Mady, você está bem? — Maria se aproximou, olhando-me preocupada. — Olha, Mady... — a interrompi.
— Eu sei, Maria. Não precisa ficar repetindo todas as vezes que eu errar esse bendito passo. — disse, levantando do gelo.
Maria observa eu patinando para longe, saindo da pista.
Eu havia voltado a treinar há uns 2 meses, há 1 ano atrás eu sofri a tal queda. Confesso, até hoje eu me sinto meio frustrada. Tão perto e fiz tudo ir por água abaixo, por conta de um pé errado.
Não decidi continuar o treino. Soltei o meu cabelo do rabo-de-cavalo e sentei no banco, tirando os meus patins.
Após ficar pronta, pego a minha bolsa de uma alça e a jogo em meu ombro, dando tchau para quem estivesse no local e saindo dali.
Acelero o meu carro, no caso é do meu pai, um Audi R8 preto, mas não tanto ao ponto de levar uma multa.
A música Church tocava no rádio em alto e bom som. Uma das minhas favoritas.
