◇ Prólogo ◇

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Quando eu tinha poucos meses de vida, ocorreu uma explosão onde minha família vivia

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Quando eu tinha poucos meses de vida, ocorreu uma explosão onde minha família vivia. Provavelmente uma usina nuclear, há muito abandonada, resolveu que era hora de matar algumas pessoas, pelo menos foi o que me disseram, do pouco que me lembro que me contaram sobre a minha vida antes dos cinco anos.

Depois desse fatídico dia, fui parar em um orfanato, onde convivi com as crianças e cuidadoras de lá até os cinco anos de idade.

Também me contaram que, antes dos meus cinco anos, eu já não tinha amigos por ser uma criança diferente em aparência.

Ao contrário de quase todos no mundo, eu não possuía cabelos comuns, como loiro, preto, castanho ou até mesmo ruivo. Nasci com fios roxos que, dependendo da luz, do meu humor e sabe-se lá mais o quê, ficavam lilases ou azuis. Não era comum, nem mesmo em um mundo com magia.

Eu não tive um nome registrado antes dos 10 anos; ele foi um presente dado por mim e minha única professora quando terminei o ensino básico. Antes, me chamavam por "garota", "menina" ou "você" quando se dirigiam a mim.

Assim que meus poderes de conjuradora se manifestaram no meu aniversário de cinco anos, junto com os de mais algumas crianças naquele mesmo ano, eu não ganhei uma festa como elas, mas sim um lugar só para mim no prédio do orfanato.

Eu ganhei o porão, depois de ele ser concretado e, dizem as más línguas, chumbado, para que eu não conjurasse nada perigoso, algo como uma bomba. Li em alguns livros que uma criança conjurou uma vez e destruiu praticamente todo o seu condado.

Depois dos meus cinco anos, a única pessoa que tinha coragem de me visitar era minha professora. Ela me ensinou muitas coisas durante cinco anos. No último dia de aula, ela trouxe um documento com o nome e sobrenome que havíamos escolhido para mim: Azul Evaluna. Azul é minha cor favorita, e é a cor que me lembro de ter visto no céu antes de vir parar aqui.

Há cinco anos, recebo visitas periódicas da dona do orfanato e da diretora. Talvez elas só venham para ter certeza de que a comida, as roupas e os itens de higiene pessoal estão mesmo sendo usados por mim, viva.

Hoje, quando acordei com o barulho de alguém batendo forte e repetidamente na porta, pensei que fosse mais uma visita. Então, me arrumei apropriadamente, após gritar um "estou indo", é claro, e arrumei um pouco da bagunça que deixei pelo cômodo, que tem: uma mesa redonda com dois lugares, um sofá de dois lugares, uma cama de solteiro, um armário para minhas roupas e uma porta que dá para o minúsculo banheiro, e só.

Ao abrir a porta, dou de cara com três homens altos, vestidos em uniformes cinza, que me lembro de ter visto em algum livro.

— Senhorita? — Um deles pergunta assim que me vê.

— Me chamo Azul Evaluna, senhor. — Digo, dando passagem para que ele e os outros dois entrem.

Logo depois, a diretora Parvata chega, colocando-se ao meu lado e, como uma boa velha bisbilhoteira, seus olhos verdes opacos pareciam que iriam saltar de tão arregalados enquanto observava os homens à nossa frente.

— Quantos anos a senhorita Evaluna tem? — O mais velho deles, que vinha falando até o momento, pergunta.

— Quinze, senhor. — Respondo.

— E por que ela não foi levada para Sunmoon aos 10 anos? — Ele pergunta, sem olhar para ninguém em específico.

Na verdade, ele carrega uma prancheta nas mãos e vem anotando coisas desde que abri a porta.

— Onde? — Questiono, sem entender do que ele está falando.

— Não achamos seguro tirá-la daqui sem a segurança adequada, senhor. O batalhão do exército mais próximo está a três condados ao sul daqui, como deve saber. Além disso, aqui é uma zona perigosa, com muitos rebeldes, e conjuradores menores de idade são tão perigosos quanto. — A senhora Parvata tenta justificar, enquanto eu olho, embasbacada.

Não é como se eu fosse conjurar algo perigoso e mortal por vontade própria.

— Não é como se uma garota de dez anos fosse conjurar uma bomba, senhora Parvata. — O soldado fala ríspido.

— Mas já aconteceu no condado das Eras Daninhas. — A diretora rebate.

— Isso foi há vinte anos, e a criança havia acabado de ser espancada pelos pais quando tinha apenas 8 anos. Foi um pico de raiva. Não significa que toda criança conjuradora irá destruir o mundo. — O homem, que identifiquei há pouco como soldado, parece extremamente irritado com as falas da senhora Parvata. — Além disso, nossos homens vêm aqui anualmente buscar crianças especiais para o Sunmoon. — Ele deixa claro, e a diretora não diz nada, como se não tivesse resposta para tal acusação.

Eles estão falando de mim como se eu não estivesse aqui, além de parecer que sou um monstro para a diretora.

— Sei o quanto elas são raras para o exército, mas não poderíamos arriscar. — Ela fala, parecendo trêmula.

Meus olhos se arregalam com total encenação. Sei que ela está mentindo. A senhora Parvata é a mulher mais fria e sem coração que conheço.

— Ande, senhorita Evaluna, junte o que for mais necessário. Você irá para a academia para crianças especiais do Condado Nevado, a Sunmoon. — O homem diz, ignorando completamente a diretora.

A mulher magra, de cabelos loiros, tenta protestar, mas uma olhada severa do homem, que parece comandar os outros dois, a faz ficar quieta.

Meus olhos estão arregalados. Eu não estava entendendo nada. Apenas me mexi no automático e comecei a fazer as malas, movida apenas pelo tom autoritário do homem.

 Apenas me mexi no automático e comecei a fazer as malas, movida apenas pelo tom autoritário do homem

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