◇1◇ Sunmoon

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Eu não me despedi de ninguém quando saí do orfanato, do qual ao menos lembrava como era a fachada

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Eu não me despedi de ninguém quando saí do orfanato, do qual ao menos lembrava como era a fachada. Era apenas um prédio antigo, cheio de janelas e pintado em tons pastéis, não deve ter mais que cinco pavimentos, além de ter um teto à mostra meio torto.

Entro no que reconheço ser um carro militar, de quatro portas, inteiramente verde camuflado e bem alto. Pelo canto do olho, vejo crianças que devem ter completado 10 anos entrando em fila em um ônibus.

- Por que não vou com elas? - Pergunto a um dos soldados.

- Elas vão para uma ala diferente do Sunmoon da qual você vai ficar. Além do mais, precisamos explicar à diretora que existe uma adolescente conjuradora de 15 anos sem treinamento. - Um dos homens que estava ao lado do que me deu as ordens para vir me explica.

- Estão com medo que eu mate aquelas crianças? - Pergunto. Ele ri de leve, sem me fitar, ainda com os olhos na fila de pequenas pessoinhas que pareciam dizer seus nomes e poderes ao entrarem para o mesmo homem que estava com a prancheta no meu quarto.

- Não, talvez elas nem cheguem à escola. Vai saber se uma delas não planeja conjurar algo explosivo. - Ele diz, me deixando chocada, o que não passou despercebido por seu companheiro.

- Ele está brincando, não tem nenhum conjurador naquele ônibus. - O outro diz, me tranquilizando.

Talvez eu pareça uma piada para eles, a garota órfã que viveu anos presa em um porão. Pareço ser um alvo fácil e inocente, e, se eles estiverem pensando isso, talvez, só talvez, não estejam errados.

Entro finalmente no carro, onde vão eu e os mesmos três homens que estavam no meu quarto, armados e fardados. Estou quase acreditando na hipótese que criei em minha mente de que eles estão se precavendo para que eu não destrua nenhum condado pelo caminho.

A viagem é longa e cansativa. Paramos em uma espécie de posto de gasolina depois de algumas horas; o ônibus faz o mesmo, e as crianças descem em fila para ir ao banheiro.

Estou com fome, mas mais ainda envergonhada de perguntar aos soldados se tem algo para comer. Depois de me liberarem para ir ao banheiro, enquanto abastecem o carro, vou direto ao mesmo, recebendo alguns , ou melhor, muitos, olhares curiosos em minha direção.

Me direciono ao banheiro para onde as meninas do ônibus estão indo. Fico na fila, tentando não olhá-las diretamente. Acredito que elas não pensem o mesmo, já que me encaram descaradamente enquanto cochicham.

- Você é a esquisita do porão? - Uma delas pergunta quando já estamos totalmente dentro do lugar, que possui três cabines, azulejos brancos e azuis, e uma pia com duas cubas.

- Devo ser. - É o que respondo, vendo uma das cabines ser liberada.

Sem pensar duas vezes, passo na frente delas e entro. Escuto reclamações, mas não ligo o suficiente.

Conjuradora de SonhosOnde histórias criam vida. Descubra agora