CAPÍTULO 33

263 21 20
                                    

Notas da autora:
Sim, eu estou postando depois de quase um ano. Nem acredito como 2023 passou tão rápido, queria ter tido muito mais tempo para atualizar essa história, mas eu tive um puta bloqueio sobre como continuar. Espero que agora as coisas fluam melhor - e também espero que vcs não tenham perdido o interesse pela história. Falando nisso, nesse meio tempo a fic cresceu muito, logo mais vai bater 8k de visualizações **chocada** e eu nem sei como agradecer a todxs que continuam acompanhando as postagens. Um beijo e um queijo, boa leitura.


Bakersfield, Califórnia - primavera de 1994

P.O.V. Madison

Faziam algumas semanas desde que os garotos partiram para a gravação do álbum. Eu não havia me despedido deles, propriamente falando, primeiro porque no dia que foram para o estúdio eu tinha que comparecer a uma entrevista de emprego, algo que eu não fazia há um bom tempo, segundo porque ver Jonathan partido para passar três meses fora em um lugar estranhamente isolado só me faria sentir pior. Não é como se três meses fossem muito tempo, assim... é tipo ¼ do ano, então também não é pouco, mas acaba passando rápido... No entanto, fazia um ano desde que havíamos começado a ficar e desde então nenhuma outra pessoa tomava meus pensamentos como Jon. No fim, era isso o que me preocupava naquela ausência, ficava me perguntando se eu não estava um pouco velha para me sentir daquele jeito. Além disso, não preciso nem falar o que dizem por aí sobre caras em bandas e o que eles fazem no tempo entre os palcos e o estúdio. Não que eu fosse contra as drogas - ou contra a putaria - mas eu já tinha ouvido conversas atravessadas entre Fieldy, Head e Jonathan sobre abuso de metanfetamina... E imaginar Jon com tantas outras mulheres mais bonitas que eu fazia com que as vozes da minha cabeça gritassem ainda mais alto para eu desistir de estar com ele. É verdade que sempre me senti ridícula, mas Jonathan fazia com que eu me sentisse minimamente desejável, talvez só lhe faltasse uma garota mais gostosa para que ele percebesse o tempo que estava desperdiçando comigo. Enfim, era esse tipo de pensamento que consumia minha cabeça quase o dia inteiro enquanto estava no trabalho ou em casa, além de algumas várias lembranças dos dias e noites que passei junto a Jonathan e seus parceiros de banda. Enquanto isso, lá estavam eles, num estúdio isolado em algum lugar no estado da Califórnia, junto a algum maluco que foi louco o bastante para produzí-los - não estou sugerindo que eles são ruins, muito pelo contrário, mas eu compreendia a preocupação de Jon com a recepção do público a aquele primeiro álbum, afinal, nenhuma banda havia feito o que aqueles cinco jovens fizeram e eu era uma testemunha da grandiosidade do que eles tinham em mãos.

Não esperei até me sentir solitária para tentar fazer algo quanto à minha situação, sendo assim, havia voltado a falar com Natty com mais frequência e marcamos de nos encontrar no fim de semana. No final da tarde de Sábado nos encontramos no mesmo pub de sempre, o próprio submundo dos esquizos de Bakersfield. Fazia um tempo que não nos falávamos pessoalmente, só por telefone, mas ao encontrá-la pensei inicialmente que nada parecia muito diferente, exceto o fato de que ela havia cortado o cabelo depois de vários anos e, sinceramente, tinha combinado muito com ela.

Como era de se esperar, Nathaly chamou outras pessoas. Era quase impossível sair apenas eu e ela sozinhas como nos velhos tempos, mas eu não encarava isso exatamente como um problema pois eu não costumava ter desentendimentos com as outras pessoas que minha amiga convidava, com exceção dos dois fudidos Thomas e Edward. Lembrar dos dois arrombados fez com que eu também lembrasse da primeira noite que dormi na casa de Jonathan, fazendo com que eu sentisse um frio quase dolorido no estômago. Sinceramente, chamar essa sensação de borboletas no estômago parecia uma brincadeira de mau gosto.

Marcamos de nos encontrar num posto de gasolina para andarmos juntas até o pub. Chegamos relativamente cedo no bar, ainda era fim de tarde e tinham acabado de abrir, estando o local vazio. Aproveitamos a situação para escolher a mesa que iríamos ficar durante a noite e pedimos um drink grande para dividir enquanto colocávamos os assuntos mais íntimos em dia, principalmente as coisas que não conseguíamos falar pelo telefone. Ela me contou com mais detalhes sobre o lance que havia tido com Edward meses atrás, quando basicamente paramos de nos falar, e eu ouvi com atenção, tentando não ficar bolada com ela por ter ficado com um idiota daqueles - definitivamente o amigo dele era pior, mas isso não alivia a barra de Edward, pelo menos não para mim.

Somebody SomeoneOnde histórias criam vida. Descubra agora