Trabalho novo

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Adelaide Santos

Duas semanas que estou procurando emprego eu tenho mais duas semanas para renovar meu visto e mesmo a dona Katherine sendo tão flexível comigo e me deixando ficar aqui até arranjar um emprego eu ainda assim me sinto mal pois não quero ser um peso.

Acordo cedo me arrumo rápido e saio para uma entrevista de emprego, tenho que pegar dois ônibus e ainda atravessar quase um quarteirão  inteiro pra chegar em uma multinacional que eu nem me dei o trabalho de saber sobre o que eles fazem lá, depois de tantos não que recebi espero que Deus esteja do meu lado e eu possa trabalhar .

Apesar de não ser oque eu queria eu sou muito boa com pessoas e gosto de falar, a vaga é para secretária e quem sabe meus dotes falem mais alto que minha falta de experiência.

Chego em frente ao prédio alto todo espelhado, respiro fundo e olho minha roupa que com certeza não combina nada com esse lugar, cruzo os dedos e adentro no mesmo.

Chego a recepção e o recepcionista me diz para pegar o elevador e subir até o trigésimo andar fico impressionada pois tenho a sensação que vou ser secretária do dono da empresa.

Subo todo o caminho do elevador rezando e pedindo a Deus que um milagre aconteça e tudo dê certo hoje mais com a sorte que eu tenho já vou preparada para receber um belo não na cara.

Assim que saio do elevador sou recebida por uma loira e quando ela sai de traz do balcão eu entendo porque eles precisam de uma nova secretária.

-- Olá bom dia me chamo Adelaide e estou aqui para a entrevista. - digo com um sorriso no rosto assim que me aproximo da mulher.

-- A sim, claro sou Sofia e bom acho que já percebeu que preciso sair o quanto antes. - ela fala enquanto passava a mão suavemente na barriga que eu diria uns 8 meses já.

-- O senhor Bloch está em reunião  mais se puder esperar já já ele pode lhe entrevistar e por favor diga que vai ficar eu preciso me afastar para esperar a vinda do meu querido Nick. - ela fala se sentando na cadeira e soltando um suspiro de cansada.

-- Eu preciso desse emprego do mesmo jeito que preciso da vida. - digo sorrindo.

-- Ótimo que maravilha mais vou te avisar ele é arrogante, grosso, impaciente mais é uma bela visão todos os dias de manhã quando ele chega exalando seu perfume caríssimo. - ela diz.

-- Olha eu sinceramente preciso do emprego e ele ser uma água de chuchu não me importa oque importa é o salário no fim do mês. - eu digo fazendo um aceno com as mãos.

-- Você é engraçada e parece que é durona vai se dar bem sim. - ela diz e somos interrompidas por um som vindo do telefone.

-- Sim senhor Bloch? Só um minuto já estou levando ela aí. - ela diz e se levanta pegando uma pasta. -- Bom querida Adelaide por favor conquiste esse idiota que eu chamo de chefe, agora vamos ele está lhe esperando. - ela diz e sinto meu corpo todo tremer de nervosismo mais inspiro o ar e a sigo pelo o corredor.

Paramos em uma porta enorme e vejo Sofia dar três batidas na porta, logo em seguida ouço uma voz grossa e intimidante que me fez tremer e gelar ao mesmo tempo que um leve arrepio subiu por minha espinha.

Depois que Sofia o comunicou ela me desejou sorte e me deu passagem, entro na sala que é em tons cinza e grafite tudo muito limpo e organizado, olho em volta e vejo uma estante de livros com um sofá cinza e uma mesa de centro de vidro do outro lado vejo duas portas que uma eu imagino ser um banheiro a outra não faço ideia e a minha frente a uma mesa de escritório com um computador e alguns artigos de papelaria em cima e atrás da mesa vejo ele o dono da voz intimidante.

-- Senhorita santos vai continuar admirando minha sala ou podemos começar a entrevista, pois eu não tenho o dia todo para isso. - ele diz e saio dos meus pensamentos tomando um leve susto.

-- Senhor Bloch me chamo Adelaide Santos e vim para a vaga de secretária. - digo me aproximando e parando em sua frente.

-- Acho que tivemos um engano senhorita pois não quero uma enfermeira e sim secretária, me diga você é burra ou não sabe ler ou interpretar anúncios? - ele fala grosso jogando a pasta em cima da mesa e me olhando finalmente.

Encaro aqueles olhos verdes que parecem o mar e não consigo falar nada apenas o observar sentindo meu corpo tremer e meu coração quase saindo pela boca, minhas mãos estão suando e eu não consigo emitir nenhum som.

-- Você é alguma demente, porque não responde oque eu estou lhe perguntando. - ele fala impaciente.

-- Se..senhor me desculpe eu estou nervosa. - digo baixando meu olhar e sentindo as lágrimas tomarem conta dos meus olhos já.

-- Saia da minha frente já percebi que é incompetente eu não preciso de funcionários assim. - ele diz e pega a pasta que eu acho que contém alguma informação minha e joga no lixo ao lado de sua mesa.

-- Não por favor senhor me escute . - falo quase implorando

-- Agora parece que sua voz voltou. - ele retruca ainda sem me olhar.

--  Senhor eu sou brasileira eu preciso desse trabalho para renovar meu visto e para poder ajudar minha família que deixei no Brasil. - digo suplicando e sentindo as lágrimas escorrerem do meu rosto.

-- Além de incompetente é estrangeira não serve para o cargo e eu não faço caridade senhorita essa é uma empresa seria então se retire da minha sala e suma da minha frente antes que eu perca a paciência. - ele fala grosso comigo então seco minhas lágrimas e saio da sua sala.

Assim que chego na recepção a Sofia vem em minha direção e quando ver meu estado ela muda o semblante e me abraça .

-- Calma Adelaide me conta oque aconteceu. - ela fala mansa comigo.

-- Ele é horrível Sofia me desculpe mais acho que ninguém é bom o suficiente para ele. - digo e seco minhas lágrimas.

-- Calma você vai encontrar um emprego e me desculpa por tudo. - ela fala.

-- Tudo bem Sofia vou continuar procurando e boa sorte pra você. - falo e me despeço de Sofia

Saio do prédio ainda fragilizada com tudo que aconteceu, e decepcionada pois não consegui o emprego.

-- E agora meu deus oque eu vou fazer. - me pergunto e sigo para o ponto de ônibus próximo para voltar para casa.

Chego em casa cansada e vou direto para meu quarto entro e choro o suficiente para adormecer.

Acordo com batidas na porta e peço para entrar.

-- Adelaide querida tem um moço querendo falar com você. - dona ketherine fala.

-- Mais não estou esperando ninguém dona ketherine. - falo

-- Bom acho que devia ao menos ver quem é. - ela diz e sai fechando a porta novamente.

Me levanto lavo o rosto e sigo para a entrada da casa assim que abro a porta não acredito em quem vejo a minha espera.

Amor por contratoOnde histórias criam vida. Descubra agora