TENTANDO ACEITAR

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Adelaide Santos

Depois que entrei no carro desabei a chorar, chorei tanto que soluçava então senti o carro parar e enxuguei as lágrimas para não assustar a dona Katherine.

-- Senhora você está bem? - ouço a voz do motorista e noto ele me encarando pelo retrovisor.

-- Seu chefe é um monstro sem alma.- digo e as lágrimas saem novamente.

-- Por favor senhora não fique assim o menino Vicent tem um bom coração. - ele diz e fico incrédula.

-- Ele nem ao menos tem um coração como você pode dizer que ele tem um bom coração. - digo aos soluços.

-- Senhora aconselho a fazer oque ele pediu o mais rápido possível e quem sabe se a senhora der a oportunidade talvez perceba que ele é uma boa pessoa.- ele diz e me lança um sorriso.

-- Eu vou fazer oque ele quer mais porque estou sendo obrigada não porque eu quero, então espere aqui por favor logo sairei com as malas.- digo e ele apenas acena com a cabeça.

Saio do carro em direção a casa que morava, entro e vou direto para meu quarto, entro e pego uma mala grande e começo a colocar meus pertences de qualquer jeito, fecho a mala e pego outra menor para colocar as minhas coisas de higiene pessoal, quando estou quase terminando ouço a porta ser aberta e por ela a senhora ketherine passa.

-- Você voltou minha querida, está tudo bem fiquei preocupada.- ela fala se aproximando.

-- Eu estou bem dona ketherine, eu só vim pegar minhas malas eu arranjei um emprego e vou começar hoje mesmo na casa daquele senhor que veio hoje cedo. - digo tentando disfarçar minha dor.

-- Ora que maravilha Adelaide, mais não parece que está contente. - ela diz colocando uma mexa de meu cabelo atrás da orelha.

-- Porque não estaria feliz dona ketherine se era isso que mais queria estou apenas sofrendo por antecedência pois me acostumei a sua família.

-- Nois também temos um grande apreço por você minha menina, saiba que sempre estaremos aqui por você e não deixe de vim nus visitar. - ela diz e me abraça com os olhos marejados.

-- Eu só tenho a lhe agradecer dona ketherine por ter sido como uma mãe pra mim todo esse tempo. - digo e não seguro as lágrimas.

-- Tudo bem minha querida agora vamos pare de chorar e se alegre está começando uma nova fase então se permita viver e não tenha medo eu estarei sempre aqui e eu espero que venha sempre me visitar. - ela diz me olhando e secando minhas lágrimas.

-- Sim dona ketherine sempre que puder estarei lhe fazendo uma visita agora tenho que ir.- digo e saio da casa arrastando as duas malas, Otávio vem em minha direção pega minhas malas e coloca no porta malas do carro dou um último abração em dona ketherine e seguimos de volta a mansão.

Assim que chego Otávio pega minha malas e entramos na casa, uma senhora vem logo ao nosso encontro.

-- Bom dia Otávio, e você acho que será a nova senhora Bloch, - ela diz com um sorriso no rosto.

-- Por favor me chame de Adelaide não de senhora Bloch eu ainda não sou e mesmo se eu for será apenas em um papel. - digo triste.

-- Eu sou Margot a governanta da casa seja muito bem vinda, o senhor Bloch me avisou que você viria. - ela diz sorrindo.

-- Muito prazer Margot. - digo e forço um sorriso de volta.

-- Você quer ir para seu quarto ou comer alguma coisa, deixei tudo pronto esperando a sua volta. - ela fala carinhosamente.

-- Se não se importar eu prefiro esperar o senhor Bloch chegar e ele mesmo me dizer oque fazer não quero contrariar ele, mais aceito algo para comer mesmo estando sem fome. - digo.

-- Como quiser adel venha comigo para a cozinha . - ela diz pegando em meu braço e me guiando a cozinha.

Assim que chego lá noto mais seis empregados eles me olham curiosos.

-- Adel esses são Augusto, Flora Anna, Amadeu, Lorenzo e Beatriz. - Margot fala. -- Pessoal essa é Adelaide a nova senhora Bloch. - ela termina e todos me cumprimentam e acenam para mim menos Beatriz que me olha furiosa.

-- Por favor me chamem de Adelaide eu não sou senhora de vocês eu sou igual a todos. - digo e todos sorriem menos Beatriz.

Me sento na ilha da cozinha e Margot me serve de tudo um pouco mais estou sem fome então tomo apenas um copo de suco de laranja.

Depois vou conhecer a casa enorme e então entendo porque tantos empregados mais não entendo porque o senhor Bloch mora aqui sozinho.

O dia passa rápido e quando vejo já anoiteceu volto meus pensamentos a tudo que está acontecendo e não seguro as lágrimas, então ouço a porta se abrir e o senhor Bloch passar por ela, ele me manda procurar um quarto e assim faço logo que ele some da minha frente.

Entro em meu quarto coloco minhas malas ao lado da porta e me permito sentar na cama, faço uma oração em silêncio e noto que não dei notícias a minha família o dia todo, então pego o celular e ligo para casa.

-- Oi pessoal.- digo assim que minha irmã Patrícia atende.

-- Oi Adelaide você sumiu o dia todo ficamos preocupados.- ela diz e ouço o barulhos das crianças gritando para me ver. -- Calma crianças já já chega a vez de vocês. - ela fala tentando controlar eles.

-- Desculpa pati eu estava ocupada eu encontrei um emprego novo . - digo tentando disfarçar.

-- É Adelaide no telefone deixe me ver minha filha. - meu pai fala pegando o telefone de Patrícia .

-- Oi pai eu te amo e estou com saudades. - digo já emocionada.

-- Ou minha querida já estava quase indo aí te ver você sumiu o dia todo não faça isso meu coração não aguenta. - ele diz

-- Adelaide irmã que bom que ligou pena que não vou poder falar estou de saída para a faculdade beijo. - Cristina minha irmã mais nova fala depois de tomar o telefone e devolver para meu pai.

-- Essa menina sempre na correria, mais minha filha tenho que desligar também vou ver o jogo hoje é a final de flamengo e Vasco vivye sabe que não consigo perder. - ele diz.

-- tudo bem pai bom jogo e se cuida tá bem. - digo e ele passa o celular para as crianças.

-- Tia, tia ,tia quando você vem ver a gente? - João o mais velho pergunta e vejo as suas duas irmãs do lado dele falando algo que não entendo.

-- A tia vai ficar aqui mais um tempo mais assim que puder eu vou visitar vocês tá bem agora cuide da mamãe do vovô e da tia Cris pra tia tá bem você é o homem da casa. - digo sorrindo.

-- Sim tia eu estou cuidado de todos agora tenho que ir vou fazer lição de casa. - ele fala e desliga sem me dar chances de me despedir.

Minha família sempre foi únida meu pai se aposentou mais está com problemas no coração então ele mora com minha irmã mais velha, a Cristina é a mais nova e faz faculdade eu ajudo com oque eu ganho aqui a pagar as mensalidades, Patrícia é minha irmã mais velha e tem três filho, João, Maria, Laura, são os amores da minha vida e é por eles que eu estou fazendo tudo isso.

Fico deitada um tempo e não vejo as horas se passar quando olho o relógio já são quase três da manhã então tomo um banho relaxante e resolvo descer para tomar água, assim que me aproximo da cozinha ouço barulhos e quando vejo de relance é Beatriz beijando o senhor Bloch então volto correndo para o quarto e fecho a porta.

-- Então é por isso que ela me olhou feio hoje. - falo pra mim mesmo.

Sinto uma pontada no peito mais não me permito decifrar oque significa então deito na cama e deixo o sono me levar.

Amor por contratoOnde histórias criam vida. Descubra agora