Livro de minha autoria🧡
Zoé Ibranovik, um tanto cheia de si, uma bruta personalidade adquirida de seu pai...
Espontânea e alegre, um tanto otimista, uma alma selvagem e ao mesmo tempo um corpo frágil, uma menina mulher que se deixa levar por suas...
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Enzo chegou tarde na noite, sequer jantou em casa, quando acordei de manhã cedo pra treinar como de costume apenas seu lugar na cama estava desarrumado e nenhum sinal dele.
Sem muito o que fazer voltei a dormir e então acordei super atrasada para o café da manhã que planeei com minha família.
Comemos entre risos e a saudade contida, ajudei com as malas delas e então elas partiram antes do almoço.
Pedi que esquentassem o peixe que fizemos ontem no jantar para o almoço e esperei pelo Enzo, o mínimo que ele pode fazer.
- Onde foi tão cedo? Minha mãe e a tia Ana queriam se despedir de ti antes de irem embora- Enzo esquivou do meu beijo e caminhou até seu lugar na mesa me deixando sem entender.
- Queriam se despedir ou falar sobre o que você disse ontem no carro-
- Não sei do que está falando Enzo- Enzo se levantou e caminhou até mim rindo.
- Não tente me fazer de idiota Zoé, tanto eu como o soldado que que cuida da sua segurança entendemos russo, pare de enrolar !-
- Anda agora espiando minhas conversas?- Enzo segura em meu maxilar me fazendo olhar pra seus olhos cheiros de raiva contida.
- Não brinque comigo Zoé, eu estou sem paciência pra suas brincadeiras!- Avisou.
- Me solta Enzo está me machucando -
- Mais coisas pra acrescentar na lista? Devo ser mesmo um carrasco -
- Não vou ficar aqui ouvindo bobagens, se sabe tudo que eu disse então sabe como me sinto- Me soltei do seu aperto e sai correndo até o quarto. Imbecil, bati a porta do quarto e me controlei pra não gritar de tanta raiva que sinto dele.
A porta foi aberta e bateu com mais força ainda contra a parede quando Enzo atravessou o quarto.
- Desça AGORA Zoé!- Ordenou puto.
- Não, você não vai falar comigo como se eu fosse um de seus soldados! - Enzo diminuiu a distância entre nós dois e me puxou pelos cabelos, claro que não deixei barato, arranhei seu pulso o deixando mais irritado ainda, o tapa ecoou pelo quarto assim como o meu grito, meu rosto formiga, arde...
- Me solta seu imbecil - Enzo não me deu ouvidos, saiu do quarto me arrastando até a sala de jantar onde me jogou na cadeira.
- Você vai ficar aqui até eu mandar sair! Acabou a brincadeira Zoé- Tive que rir da sua cara. fazendo meu marido ficar mais estressado e me olhar como se eu fosse louca.
- Você não sabe com quem está brincando Enzo! Eu juro pra você irá se arrepender por me batido novamente. Nem mil flores serão suficiente, eu vou sair daqui agora e quero ver se será homem o suficiente pra tocar em novamente - Não esperei por sua resposta, dei um longo gole do meu vinho e sai da sala de jantar sem olhar pra trás.
Em nosso quarto com o coração batendo feito uma escola de samba toquei meu rosto dolorido e dormente.
Num ato de raiva quebrei o notebook dele do trabalho. Não vou ficar aqui apanhando calada desse covarde.
Por incrível que pareça ou talvez por medo da minha ameaça Enzo não voltou a subir pra me arrastar pelos cabelos, já está feito, ele já me bateu e eu já quebrei o notebook dele, estamos mais do que kits.
No final da tarde conversei com minha mãe que já haviam chegado em Moscou, claro que não contei sobre a palhaçada do meu marido.
Tão pouco me preocupei em fazer o jantar dele tal como mandar as empregadas fazerem, Enzo irá aprender a me respeitar como sua mulher, ah se vai.
(...)
Acordei com o alarme tocando ao meu lado, 05:00 da manhã, Enzo não está mais ao meu lado porém a cama desarrumada revela que ao menos dormiu em casa. Me espreguicei longamente e só então sai da cama em direção ao banheiro.
Sentei no vaso sanitário e me aliviei enquanto minha alma regressava ao meu corpo, lavei minha cara e troquei de roupa pra treinar.
Conectei meu fone de ouvido e sai pronta a descer alguns lances de escada até chegar em nossa academia em casa.
Lá está meu marido socando o saco de boxe sem luvas, passei por ele sem comprimentar e pousei meu celular na esteira antes de começar meu exercício.
Nos olhamos por segundos e então cada um foi fazer seu exército como se outro não estivesse presente.
Isso durou por quase duas semanas, dividíamos a mesma cama, o mesmo horário no ginásio o mesmo quarto e não falávamos um com o outro.
Não me dei ao trabalho de cozinhar pra ele, almoçava sozinha e a noite comia antes da sua chegada, não me importei também se as cozinheiras faziam o jantar dele ou não.
