Venti Sei

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Dentro dos confins silenciosos da casa que um dia chamamos de lar, Enzo e eu estávamos  presos em quartos separados, mas unidos por uma tensão que pairava no ar como eletricidade estática antes de uma tempestade

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Dentro dos confins silenciosos da casa que um dia chamamos de lar, Enzo e eu estávamos  presos em quartos separados, mas unidos por uma tensão que pairava no ar como eletricidade estática antes de uma tempestade.

Dois meses haviam se passado desde aquela noite terrível em que Enzo deixou sua raiva se transformar em violência novamente, marcando não apenas o meu corpo frágil, mas também a minha alma de maneira irreversível.

Nesses meses sombrios, a casa se transformou em uma arena de batalhas verbais. Eu, uma vez cheia de vida e amor, estou agora envolta em uma armadura de dignidade ferida e resiliência.

Os dias se desdobraram de maneira tensa, onde o silêncio era mais estrondoso do que as palavras gritadas em brigas intermináveis.

Eu passava  noites em lágrimas silenciosas, questionando como o homem que um dia prometeu proteger-me se tornara meu cruel agressor. Enquanto isso, Enzo tentava obter meu perdão com presentes caros e até os mais simples, era tarde demais...

Eu se recusava a ceder à tentação do perdão, minhas  feridas emocionais tão profundas quanto os hematomas em meu corpo. Havia aprendido a viver com a dor física, mas a traição que sentia continuava a corroer minha alma.

Enzo me traiu sim, traiu nosso casamento, traiu a esperança que eu depositei nele...

Me recusava a abaixar as defesas. Minha determinação em não perdoar Enzo era firme como aço.
Cada vez que nossos olhos se encontravam, uma tempestade de emoções não resolvidas rugia entre eles. Me transformei  em uma figura de resiliência, numa mulher amargurada, Minhas  cicatrizes externas e internas testemunhando a batalha que travara para manter minha dignidade intacta.

Os dias se transformaram em uma dança delicada de evitar-se pelos corredores. Cada olhar trocado continha uma mistura complexa de emoções não expressas.

Uma noite, enquanto a casa estava mergulhada em um silêncio pesado, decidi confrontar Enzo.

Meus passos eram leves, mas minha determinação era forte.

Não me importei em bater na porta do seu novo quarto, seu olhar cheio de curiosidade logo foi direcionado a mim.

—Enzo, você destruiu tudo o que tínhamos. Eu não posso mais olhar nos seus olhos e ver o homem que um dia amei— disse, minha voz carregada de tristeza e raiva.

Enzo engoliu em seco, os olhos marejados refletindo a dor talvez, por minhas palavras.

—Eu sei que não posso apagar o que fiz. Mas, por favor, acredite em mim quando digo que sinto muito, do fundo do meu coração—

Olhei  para ele, minha  expressão era inabalável.

— Suas  palavras são vazias, Enzo. Você não pode desfazer o que aconteceu. E eu não posso perdoá-lo. Não agora, talvez nunca.—
Enzo abaixou a cabeça, incapaz de suportar o peso de olhar em meus olhos felinos como lâminas direcionados a ele.

Ritmo mortal +18 Romance DarkOnde histórias criam vida. Descubra agora