Venti Sette

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A tempestade rugia lá fora, ecoando a tormenta que há muito tempo havia se instalado no meu coração

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A tempestade rugia lá fora, ecoando a tormenta que há muito tempo havia se instalado no meu coração. Os trovões pareciam espelhar os batimentos acelerados de meu próprio coração enquanto ela parava diante da porta do quarto... Sempre tive tanto medo de tempestades.

O som dos trovões ecoam no céu, rasgando a noite escura com sua fúria elétrica. Gotas pesadas de chuva batiam contra as janelas, criando uma sinfonia caótica que combinava com o tumulto que está minha vida.

Os trovões pareciam espelhar os batimentos acelerados do meu próprio coração enquanto parava diante da porta do quarto de Enzo.

Hesitei por um momento à porta, minha mão tremendo enquanto segurava a maçaneta. O medo que me consumia por tanto tempo agora era eclipsado pela determinação. A tempestade lá fora parecia espelhar a tormenta em meu coração.

Quando finalmente empurrei a porta, o chiar dos gonzos pareceu ensurdecedor. O quarto estava mergulhado em sombras, apenas iluminado esporadicamente pelos relâmpagos que rasgavam o céu.

O relâmpago iluminou o rosto adormecido de Enzo, engoli em seco, sentindo um nó se formar em minha garganta.

Ouvir a respiração tranquila de Enzo contrastava violentamente com a turbulência em minha própria mente, o que estou fazendo aqui?

A chuva caía impiedosamente do céu, como se o próprio firmamento chorasse pelas cicatrizes em seus corações.

Seus olhos encontraram os meus com uma mescla de surpresa e tristeza. Não havia palavras entre nós, apenas o eco distante do que costumava ser.

Cada passo em direção a ele parecia pesar uma tonelada, carregado de anos de amor e mágoa não resolvida.

— Você está com medo dos relâmpagos?— Apenas assenti olhando em seus olhos buscando os mil motivos que tenho pra sair correndo daqui— Vem...— Enzo tocou em seu lado na cama, hesitei até um novo relâmpago invadir as paredes do quarto.

A respiração de Enzo estava quente em meu pescoço, podia sentir as batidas do coração dele, um eco da emoção que ele também estava tentando conter.

Se encontráramos em um abraço hesitante, como se estivéssemos testando a água antes de mergulhar de cabeça. O calor do corpo de Enzo contra o meu era um lembrete vívido do que havíamos vivido.

Então nos beijáramos, os meus lábios buscando os dele com uma urgência silenciosa, como se quiséssemos provar que ainda podíamos encontrar a paixão que um dia os uniu.

A paixão era como um fogo reavivado, uma chama que queimava com uma intensidade renovada como se nunca tivesse sido apagada.

Quebrei o beijo e o empurrei me afastando.

— Eu não te perdoei Enzo.—
Esse assentiu confirmando

Como uma idiota, meus lábios encontraram os dele em um beijo suave, mas cheio de intenções. Era um beijo que carregava a promessa de perdão que Enzo talvez nunca tenha e uma tentativa de encontrar a conexão que havíamos perdido.

O quarto se encheu com o som de nossas respirações entrecortadas e suspiros abafados. Cada toque, cada carícia, era uma tentativa de reconstruir a confiança perdida.

Seus toques eram delicados como nunca, havia mais um sentimento novo que eu precisei ignorar pelo meu bem.

Nossos corpos se encontraram em uma dança apaixonada e desesperada, como se estivéssemos tentando se fundir em um só para escapar da nossa realidade.

Cada toque era uma tentativa de encontrar o que havíamos perdido, cada suspiro era um gemido de alívio e redenção. Nos perdemos nos braços um do outro, como se aquele momento fosse eterno.

A paixão entre nós queimava como um fogo selvagem, consumindo todas as barreiras que havíamos erguido. Sob o som da chuva, nos se entregáramos ao desejo e à necessidade desesperada de se reconectar.

Eu me entreguei ao Enzo naquela noite, de corpo e alma, eu fui dele...

Nos aconchegamos sob os lençóis, nossos corpos entrelaçados como se estivessem se abraçando pela primeira vez.

Olhei para Enzo, meus olhos encontrando os dele com uma ternura que ele nunca imaginara ver novamente. Tão rápido o arrependimento bateu.

— Hope, esses meses que passamos separados foram os piores da minha vida... Ficar sem seu toque, sem seu sorriso foi uma tortura eu não sei como aconteceu, como começou mas, eu a amo... Eu te amo como achei que nunca fosse amar em minha vida. Eu tenho milhares de defeitos nunca fui um bom marido pra ti, eu a agredi inúmeras vezes de maneiras asquerosas sei que ainda terei que lutar mais pra conseguir seu perdão e seu amor novamente. Eu estou fazendo terapia a alguns dias eu juro pra ti que se me der mais uma chance de mostrar meu amor ti não te decepcionarei —
Foi estranho demais o ouvir falando que me ama, foi aterrorizante na verdade.
Eu não estou pronta pra embarcar nesse loucura, isso que ele diz sentir por mim não é amor, é apenas o reflexo da sua vida sem mim, sem exercer sua possessividade e controle sob mim.

— Isso foi um erro Enzo, a tempestade parou, vou para o meu quarto—
Sai dos seus braços e da cama e recolhi minhas roupas pelo chão, onde enfiaste sua dignidade Zoé?

— Zoé, vamos conversar por favor—
Enzo se levantou segurando meu rosto, permiti que beijasse e quando terminou peguei o resto dos meus pertences e sai do seu quarto sem olhar pra trás.

Em meu quarto me joguei na cama ainda nua e chorei por minha burrice, como pude ter deixado que me tocasse novamente? Como?

Coloquei apenas o casaco e sai do quarto, preciso de um vinho.
Bebi demais, o álcool junto com ódio não é uma boa combinação, eu estava arrependida de ter ido ao quarto do Enzo e ter dormido com ele, precisava me vingar.

Então liguei para o meu sogro e disse a ele que Enzo se aproveitou de mim e me violentou, a bomba já estava posta

Então liguei para o meu sogro e disse a ele que Enzo se aproveitou de mim e me violentou, a bomba já estava posta

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Ritmo mortal +18 Romance DarkOnde histórias criam vida. Descubra agora