Um Belo dia para uma Emboscada

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Capítulo 21: Um Belo Dia para uma Emboscada

A sombra refrescante e a brisa carregada de aroma de folhas jovens entram pelas narinas de Soluço, soltando um suspiro.

Ah, como eu adoro a primavera. Pensou enquanto a cachoeira que rugia forte dentro da baía alagada , se distanciava atrás de si conforme caminhava. Vendo que estavam longe da vila, decidiu que Banguela poderia andar normalmente. Ajustando sua audição disse:

- Banguela, acredito que não precise usar sua invisibilidade agora, já estamos longe da vila. -

Um baixo farfalhar de folhas veio ao seu lado, olhos, escamas, nariz, orelhas e o restante do corpo negro azulado de Banguela surge em alguns segundos.

- O que faremos agora Soluço? Vamos voar? - perguntou. - Seria bem mais rápido chegarmos onde você quer. Neste suposto lugar que ainda não me contou.

Céus, como Banguela tem uma inteligência incrível! Pensou Soluço, enquanto contava para o dragão do último local onde Kaya Rorgman desapareceu e que acredita ser o local que seria mais próximo de seus pais.

- Portanto, não podemos sair voando pois podemos ter o risco de você ser descoberto, ou pior, levar uma flechada por alguém assim que tiver no alto. - conclui.

Foram andando a fim de passar pela enseada onde Banguela foi encontrado e enfim chegar à entrada da Grande Floresta Fria, ou seja, o leste a partir da Montanha Verde que Bocão falou com certeza seria a Grande Floresta Fria sem dúvidas.

**

O vilarejo de Berk localizava-se ao sul, enquanto no norte da ilha abria-se uma densa floresta de abetos e pinus, vista de cima não era nada do que um imenso campo tonalizado de verde-musgo com verde-limão, repleto de folhagens do tipo que te espetam e o local afetado fica em ardência.

Era como se o sol ficasse com medo de explorar o chão sob as folhagens vibrantes. As sombras não eram necessariamente densas, mas se não tivesse atenção poderia tropeçar em alguma raíz antiga ou também poderia perder-se com a mesma facilidade, pois a visibilidade era limitada a alguns metros e assim tendo que usar alguma fonte de claridade como tochas para poder caminhar em segurança.

Sombra Ululante como a região maior é chamada, abarcando três sub-regiões: A Grande Floresta Fria que fica mais a oeste da ilha, não tão densa quanto a Sombra Ululante, porém, há uma frieza entre elas, mesmo nas estações mais quentes permanece sempre fria, as árvores têm folhagens pálidas, com o tronco mais escuro, não se vê uma viva alma a não ser alguns mitos assombrosos sobre esta sub-região.

A segunda sub-região denominada Ruocambo Brilhante ficando a nordeste do centro da Sombra Ululante, as suas árvores diferentemente das de Floresta Fria e do restante de Sombra Ululante, estas durante a noite inflamam os brilhos em seus cogumelos especiais debaixo delas, alguns vikings dizem que "as estrelas caíram dos céus e pousaram em Ruocambo Brilhante para descansar", correspondendo o fato de que o chão ao redor destas árvores parecem com uma constelação devido aos fungos fluorescentes espalhados no chão, a sub-região não é tão densa quanto comparado às outras sub-regiões, há um espaçamento largo o suficiente entre as árvores para olhar o céu, seja de dia e a noite sem ter o excesso de folhas cobrindo no alto, e Ruocambo Brilhante é um lugar onde o brilho da lua é mais fulguroso e o sol mais ardente.

A terceira e última sub-região fica nos confins norte da ilha de Berk, chamada Rochedos Rochosos. Uma pequena praia que fica a nível do mar, onde a região de Sombra Ululante esgueira árvores, plantas e musgos o suficiente para que sintam o toque da água marítima através de um longo e sinuoso morro, infelizmente o mais belo também é o mais perigoso, de um lado há o vilarejo berkiano, do outro há os dragões selvagens. Centenas deles se escondem em Rochedos Rochosos na época de reprodução, brigas e disputas eram feitas para atrair dragões fêmeas de suas respectivas espécies.

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