Como Treinar o Seu Dragão: A Lenda dos Dragões.

Sentimentos Inexplicáveis

Capítulo 11: Sentimentos Inexplicáveis

O jovem berkiano filho do chefe havia criado uma profunda conexão com um dragão. Não qualquer dragão, e sim um fúria da noite, considerada a espécie das criaturas aladas, a mais perigosa e temida por todo o norte do Arquipélago Celeste. Perguntava-se a si mesmo qual seria a reação de seus pais, ou melhor, a reação de todos os residentes da vila de Berk, será que eles o aceitariam de uma vez por todas que Soluço Strondus Haddock era muito mais que uma espinha de peixe, como era conhecido. Ou será que a reação deles seria a contrária de sua imaginação?

O rapaz de quinze anos continuou sua caminhada desde que saiu da enseada depois de observar os ferimentos do dragão negro, ou melhor, o ferimento de Banguela, sim, não irá mais chamá-lo de dragão negro, ou de criatura alada. Já que ele pareceu bem receptivo ao ouvir o nome dado por Soluço, aliás, será que Banguela se lembrará da senhorita Hofferson, ou melhor, Astrid?

Afinal de contas, ela quem o ajudou a curar o dragão, certificou de lembrar-se de agradecer à Astrid por ajudá-lo a cuidar de Banguela. Que mesmo com medo prosseguiu nos cuidados. Aliás, como que o dragão se curou tão rápido de um dia para o outro? Estava com bastantes ferimentos e machucados, principalmente aquele mais grave debaixo de sua asa?

Logo começou a ouvir vozes, burburinhos e bastantes movimentações. Percebeu que estava de volta ao vilarejo, o dia raiava intensamente, os céus com alguns aglomerados de nuvens como se fossem tufos flutuantes. Parecia que o local estava mais vívido do que nunca com a aproximação de primavera, não, ainda não era primavera definitivamente. Os gélidos ventos polares teimavam em circular pelo vilarejo. Mas era uma boa mudança, já que a maioria do pessoal reduziu uma parte de suas vestimentas para se acostumar ao clima aos poucos. Soluço ansiava pela chegada de primavera, uma de suas estações preferidas, os aromas perfumados de flores silvestres se alastravam delicadamente por entre as casas vikings que mais pareciam cabanas com formato triangular que surgiam desde suas duas pontas do chão, até terminar em uma ponta no alto, semelhante a uma barraca, só que feita de madeira.

Continuou andando pelas casas vikings próximas umas as outras, o que não faltava era movimentação do povo, um homem barbudo andando com uma cesta cheia de pães, outro homem já careca e corpulento andando carregado com um aglomerado de armas em seus braços, uma mulher viking de cabelos castanhos com uma bela vestimenta carregando um bebê no colo. Ao passar a visão mais abaixo do vilarejo, descendo um morro e, no fim dele, havia os grandes barcos de pesca e outros barcos que continham mercadorias de outros lugares, itens culinários, peças valiosas, armas e muitas outras variedades.

- Bom dia, jovem Haddock - disse um viking que o cumprimentou enquanto passava próximo do rapaz ruivo, indo em direção a um caminho que levava ao Grande Salão. - Bom dia, senhor Magnus! - respondeu prontamente Soluço.

Não apenas o homem chamado Magnus o havia cumprimentado, enquanto Soluço caminhava com intenção de chegar á ferraria de Bocão. Vários outros vikings o cumprimentavam dando "bom dia", uns diziam "olá jovem Haddock", outros diziam de forma mais simplista como "Hããp". O que para o ruivo lhe pareceu bastante estranho, já que estava mais familiarizado com fala como "espinha de peixe ambulante" ou outros apelidos ridículos dos quais estava acostumado.

Ao andar um pouco mais à frente, próximo do centro da vila, onde ficava uma grande praça de aspecto circular no qual recebiam chefes e visitantes de outras vilas, como os comerciantes, por exemplo, estava infestado deles, muitos falavam alto dizendo que vendiam itens peculiares, como lupas, lunetas, papéis especiais, outros que vendiam ingredientes culinários, como pimentas, cravos, temperos e outros vendiam comidas, como pães, peixes frescos, carnes de animais silvestres. Ao se aproximar de uma barraca que vendia itens como papéis, tintas e outras coisas. Viu um rapaz loiro com um pequeno capacete na cabeça que tinha minúsculos chifres, ao olhar mais atentamente, o rapaz loiro de aspecto corpulento e gordinho e com os braços á mostra tinha marcas semelhantes com as de Soluço, porém com colorações de vermelho mogno.