Sopa Temperada

45 4 1
                                    

Capítulo 23: Sopa Temperada.

Ouvia-se Klincus gritando ao longe:

- Vamos, não percam essa oportunidade... iiiiiii uhuuulll wooohohoho -

Ao ouvir, Soluço não conseguiu conter um sorriso. Aquele mago é incrível e engraçado. Pensou.

No entanto, o menino e o dragão em um galho no alto de uma árvore, na borda da Grande Floresta Fria e de frente para uma planície campeira vendo uma manada de javalis gigantes a galopes e alguns conhecidos montados em alguns desses selvagens a altas velocidades. Uma pequena nuvem de poeira se levantava no alto conforme o rápido movimento da manada. O rapaz ainda montado em Banguela disse:

- Vamos para casa Banguela. Acredito que eles consigam se virar depois disto. -

Intrigado ainda olhando aquele reboliço de poeira, Banguela hesita de abrir as asas e pergunta:

- Como eles vão descer daqueles javalis gigantes? -

- É uma boa pergunta, vou esperar respostas quando eles retornarem para a vila. Vamos para casa. -

Banguela logo decola para o alto, camuflando a parte de baixo de sua barriga, do focinho até a ponta de sua cauda. Seja para quem olhasse nos céus, não veriam nada a não ser um borrão entre as nuvens, e nelas o máximo que podiam ver era uma sombra pequena e distorcida. O sol ainda amanhecia e talvez era cerca de dez horas da manhã mais ou menos.

Ventos corriam velozes por entre os fios de cabelos de Soluço, que apreciava a vista enquanto Banguela voava lentamente. Ambos adoravam ver tanto o nascer do sol, quanto o pôr do sol.

**

Cerca de uma hora e meia depois, já estavam em casa. O sol lá fora marcava meio dia provavelmente, hora do almoço para ser mais exato.

Banguela já estava no quarto dormindo enquanto Soluço na cozinha preparando o almoço, pensava em fazer alguns legumes temperados com carne de iaque e de porco que comprou no açougueiro e que ficava próximo cerca de vinte e dois pés a partir da casa de Bocão, lhe rendeu alguns bons minutos de caminhada já que de sua casa até o açougue era uma distância considerável.

Na viagem de volta para casa pela vila ele pegou alguns temperinhos aqui e ali além da carne de iaque e dois pedaços de carne de javali defumados.

Quando preparava a lareira para começar a ferver a água e fazer um ensopado, a porta da casa se abre em um longo rangido. Tomara que Banguela tenha feito o que planejamos. Pensou Soluço, olhando para a luz que projetava da porta sendo aberta, a sombra de uma figura alta com um capacete de chifres longos trespassava o chão adentrando. E um rosto conhecido surge, cansado.

Stoico entra suspirando, seu rosto com alguns arranhões, folhas e sujeiras espalhadas na barba logo seguido de sua esposa Valka, ela por si com poeira na roupa, cabelos bagunçadas. Ambos armados de escudo com machado ou espada, incluindo armadura que a mulher carregava.

- Oi... filho. - disse Stoico com a voz arrastada. - Que dia heim.

- Foi uma aventura e tanto. - concordou Valka.

Soluço terminou de acender a lareira, virando para os seus pais.

- Oi pai e mãe, o que houve? Estão sumidos há horas e estive preocupado. - disse Soluço fingindo preocupação para ninguém desconfiar. - Procurei vocês pela vila e não os encontrei.

- É uma longa história, filho. - disse Stoico dando um tapinha de leve no ombro de Soluço. Que mais parecia levar uma bordoada pelo peso da mão. - Depois contaremos, eu e sua mãe precisamos nos lavar e descansar um pouco, afinal, hoje à noite teremos Snoggletog. -

Como Treinar o Seu Dragão: A Lenda dos Dragões.Onde histórias criam vida. Descubra agora