O Início de um Dia Temido

35 4 0
                                    

Capítulo 31: O Início de um Dia Temido.

Atrasado, Soluço estava muito apurado. O sol já havia nascido e agora faltavam duas horas para o meio dia. Com muita pressa passando pela praça central de Berk, levando apenas um objeto metálico de uma espada. Ele fez tudo o que podia, mas a lâmina faltava muito para terminar. Resultando numa arma feia e com várias rachaduras de tanto bater com ansiedade para terminá-la que, infelizmente, se tornou uma arma branca perigosa de se usar podendo se quebrar em pedaços.

Faltava tão pouco... por quê essa maldita resolveu quebrar-se nos últimos retoques?! Pensou.

Enquanto corria com a lâmina danificada. Alguns momentos depois, finalmente chegou à arena de treinamento e, enfim, passando pela porta reforçada que fechava de cima para baixo. Ofegante, Soluço respirava pesadamente pois correu muito rápido desde a oficina de Bocão e quando seus olhos tomaram percepção após um breve repuxo de ar de volta para seus pulmões, ele se assustou e largou sua espada mal feita sob seus pés. O que seus olhos viam era hediondo.

- Por Odin! - exclamou, perplexo. - O que... o que está acontecendo?! -

Vermelho viscoso, a cor que predominava no cenário da arena. Sangue para todos os lados, membros decepados, na sua frente havia uma mão ensanguentada no chão sabe-se lá o seu dono. Várias armas e escudos arrebentados espalhados ao longo do chão pedregoso. Um enorme flanco carbonizado marcado na parede esquerda pedregosa, vários membros e algumas entranhas se acumulavam especialmente próximo àquele portão reforçado no fundo da arena. A luz do sol raiava lindamente, parecendo estar feliz com o massacre sob o céu, era como se o dia estivesse debochando diante da tragédia.

Havia um homem em pé em meio àqueles restos mortais, um de seus braços havia arrancado. Aquele homem estava de costas para a saída da arena, portando longos cabelos loiros e usando capacete com chifres de cabra da montanha, tremendo enquanto apontava a espada para algo no fundo da arena. Soluço percebeu outra coisa, o enorme portão reforçado onde guardava os dragões capturados que havia no fundo da arena. Totalmente aberto, no qual aquele homem sem braço apontava fracamente a espada. Dando pequenos passos para trás. Tremendo muito.

- Se... se afaste! Fera! - disse o homem, não parecendo ouvir Soluço. Sua voz mais parecia um adolescente desesperado. - Por favor, não me mate!

- Senhor, não faça movimentos bruscos! - disse Soluço. Tentando ajudar inutilmente.

Aquele homem ouviu o que ele disse, virando seu rosto com muito terror. Revelando um conhecido no qual tirou suspiro de Soluço.

- Cabeça-Dura?! - exclamou. Ficando apavorado.

- Soluço, me salva... - disse Cabeça-Dura, chorando se virando rapidamente. - Por Odin, me salva!

Estava sem o braço esquerdo, jorrando sangue. Largou a espada, na qual fez um alto barulho no chão. E neste barulho fez algo rosnar na escuridão do portão reforçado ao fundo da arena.

Aquilo fez Soluço arrepiar-se até o último fio de cabelo. O rosnado não era normal, era extremamente assustador, como um gorgolejo e um silvo ao mesmo tempo, era algo diferente de tudo o que já existiu. Sentia no fundo que havia um par de olhos brancos e assustadores lhe encarando, sem pupila, poderia ser uma criatura cega. Mas aquilo não era cego e enxergava perfeitamente.

-Soluço me ajuda... - pediu Cabeça-Dura, que de repente cuspiu sangue. - Blérgh! -

Naquele momento queria ajudar o jovem Thorston, mas tudo estava lento. O céu antes ensolarado, agora escureceu um pouco. Soluço estava quase paralisado, seu corpo estava carregando inúmeras toneladas. Mas Cabeça-Dura se movimentava normalmente, se recuperou brevemente do vômito repentino, seus olhos se voltaram para o portão de saída onde Soluço estava.

Como Treinar o Seu Dragão: A Lenda dos Dragões.Onde histórias criam vida. Descubra agora