Opportunity

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Da sua casa até a livraria, você precisava pegar um metrô, mas que levava cerca de 30min para chegar em Beverly Hills

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Da sua casa até a livraria, você precisava pegar um metrô, mas que levava cerca de 30min para chegar em Beverly Hills.

Então sua rotina diária era basicamente acordar, se arrumar e ir trabalhar. Voltar para casa, dormir, e ir trabalhar de novo, e repete.

Nas quintas você tinha aulas de teatro.

Nas sextas Mr. Jones deixava você levar o violão e tocar nas horas vagas.

Nos sábados você dava aulas. E a noite dependendo da temporada, estava se apresentando em alguma peça.

Evitava sair muito. E quando saía, não ficava muito, voltava para casa na primeira oportunidade. As suas ligações pessoa aqui não eram profundas. Você conhecia alguém, aqui e ali, mas nada que fosse um laço fortalecido.

Sua vida era essa. A mesma de antes, mas agora carreira solo e internacional. Poderia ser cômico, se não fosse trágico.

Não tinha um dia apenas que você não pensava em algum momento no decorrer do dia, quando é que algo iria acontecer? Era difícil, você tinha alguns contatos, tinha experiência, mas em outro país, isso não era nada. Além de você outras milhares de pessoas estavam no mesmo barco que você. E dependendo da pessoa, era bem capaz de furarem o barco, para diminuir a concorrência.

E também, podemos ser bem realistas, você talvez tenha se sentido confortável nessa bolha. Nesse cenário em que você era tudo e ao mesmo tempo nada. Era confortável assim. Era seguro assim.

Nessa sexta-feira enquanto você dedilhava as cordas do violão, atrás do balcão do caixa da livraria. De cima de uma escada - que você já cansou de pedir para o Mr. Jones não subir - ele falou alto para você

"Você já pensou em criar um canal no YouTube?"

Você pausou. Descansou os dedos sobre as cordas. Suspirou, e sorriu.

Um homem de 70 anos me incentivando a usar a tecnologia. Isso era engraçado.

"Para qual finalidade exatamente?"

Ele parou, e olhou para você com desdém.

"Para mostrar suas habilidades com a culinária" ele disse e revirou os olhos.

Você bufou uma risada.

"Não sei se daria certo, eu seria mais do mesmo. E além disso, eu não sou muito boa na cozinha"

Ele jogou um folheto em você.

"Ei!"

"Ok, mas você não poderia tentar pelo menos?"

Você ficou em silêncio.

Essa era a típica frase que seu pai usaria com você. Você bufou.

A luz vermelha da sua zona de conforto piscou.

FATAL FAME - PEDRO PASCALOnde histórias criam vida. Descubra agora