A semana foi passando lentamente. Mais lenta do que o normal. A ansiedade é algo que além de moral ela meche com o espaço-tempo. Tudo fica confuso e perdido quando você está ansioso.
Você se maquiava na frente do espelho do camarim, as luzes em volta do espelho, e a correria de vestir os figurinos, ajeitar coisas que estragaram em cima da hora, essa euforia toda, era o seu ambiente mais querido.
O camarim era algo sentimental para você. Tudo ali tinha uma pincelada de nostalgia de coisas que você nem sabe. Imagina quantas pessoas já passaram por esse mesmo espelho. É incrível esse sentimento.
"Vocês não vão acreditar em quem está na plateia" Ivy estava quase chorando de tanta euforia, a voz dela saia trêmula.
Você já fazia uma ideia. Mas você empurrou esse pensamento da cabeça, não queria criar expectativas com a vinda de ninguém para o espetáculo. E preferiria se surpreender.
"Quem?" Você perguntou ainda olhando para o espelho, fazendo os últimos retoques de maquiagem.
Ivy se agachou segurando as mãos em punho na frente do corpo.
"Pedro Pascal" ela gritou e pulou umas 5 vezes com os braços para cima.
Todos no camarim quase tiverem um colapso. Você sorriu. Feliz.
"Não gente, calma... calma, calma" Ivy segurava as pessoa tentando conter o escândalo que se formava "tem mais, tem mais..."
As pessoas ficaram em silêncio esperando.
"Sabe quem está com ele!?" Ela ficou esperando alguém chutar.
"Denzel Washington e Sarah Paulson"
E outro delírio coletivo começou a se instalar no camarim. Todos estavam literalmente passando mal.
"O que eles estão fazendo aqui?"
"Isso não pode ser real"
Alguns foram correndo até o palco para espiarem. Pareciam crianças. Você estava particularmente nervosa. Feliz. Nervosa. Muito nervosa.
Você era a protagonista. E com um produtor e diretor na plateia, o sonho de qualquer atriz ou ator é ser notado. Hoje seria um grande dia, todos iriam querer ser notados. Todos dariam o máximo de si. A emoção estava transbordando, e essa era o combustível que você precisava.
Fazia muito tempo que você não sentia um frio na barriga ao subir no palco. A princípio você não olhou para a plateia procurando por eles. Você estava focada. Mas depois, eventualmente você encontrava os olhos atentos de Pedro e Denzel.
Ambos pareciam crianças, quando veem algo pela primeira vez. Eles estavam literalmente dentro da peça. Imersos.
A peça chamava-se Villa. Com dramaturgia do chileno Guillermo Calderón, a história gira em torno do Villa Grimaldi, um dos mais famosos centros de tortura e extermínio na ditadura do chileno Augusto Pinochet.
Você sabia que teria um apelo emocional para Pedro. Mas foi totalmente despretensioso. Se não fosse por Denzel, você não o conheceria. E se não fosse por ele mesmo, você não o chamaria para a peça.
Na trama, três mulheres - dentre elas uma é você - tentam decidir o que fazer com o local, discutindo dilemas atuais de organizações de direitos humanos e se perguntando como explicar o horror do passado sem ser sensacionalista ou desrespeitoso. Memória coletiva e as "edições" feitas na História de um povo são os temas levados ao palco. Há muita emoção, e problemas políticos sociais que leva o público a se (re)avaliar.
Vocês foram aplaudidos de pé pelo público dessa noite.
De volta ao camarim, você se aprontou o mais rápido que pode. Todos estavam tentando pegar um tempo dos os três astros que estavam presente naquela noite. O que era completamente inédito.
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FATAL FAME - PEDRO PASCAL
FanfictionVocê se mudou para Los Angeles com a expectativa de deixar para trás uma sequência de erros, e tentar escrever uma nova oportunidade para você. Sabendo que sua história tem apenas um final, você joga a moeda para os deuses, e deixa que eles decidam...