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Illinois, Chicago

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Illinois, Chicago.

Eu caminhava de um lado para o outro, o fato de um dos meus clientes mais antigos, da época do meu pai, ter se metido em lavagem de dinheiro outra vez, só vai me causar ainda mais problemas.

Tenho três casos de fortes para resolver, agora, esse inferno de homem. O cara tem quase cem anos, e insiste em se meter em merdas outra vez?

Respirei fundo, enfiando o copo embaixo do bebedouro, e esperando que ficasse cheio até a boca. Minha cabeça latejava, maldita hora que fui aceitar tudo isso, maldita hora que escolhi seguir o sonho que meu pai tinha em cima de mim. — Nunca fui apaixonado por direito, nunca mesmo. Sempre amei desenhar, desenhar em meu próprio corpo e no corpo de outras pessoas. Fiz um curso aos dezessete, e trabalhei em um estúdio de tatuagem até o fim da minha faculdade de direito. Eu trabalhei por conta própria nos meus primeiros anos de presidência, o que estava ótimo, eu achei que seria aquelas mil maravilhas dos dois primeiros anos. Mas não foi! Depois desses dois anos, a minha vida em si, se tornou um inferno. Eu tive que largar a tatuagem, tive que largar a minha vontade de me autotatuar e de tatuar outras pessoas. Para me enfiar em uma enorme sala, ficar sentado o dia inteiro estudando os casos que a empresa pega. Até mesmo dar opinião sobre o caso de outros advogados que trabalham comigo. — Os casos mais impossíveis, sempre acabam sendo passados para mim. Não é porque meu pai gostava desses, que eu gosto. Não é porque meu pai tinha o dom do negócio, que eu tenho! 

Mas isso ninguém nunca iria entender, ninguém mesmo. Jamais irei voltar para o ramo da tatuagem, ou algo do tipo. Porque eu não quero. E agora, não faz mais meu estilo, por mais que eu ainda seja apaixonado.

Bebi o copo inteiro em segundos e o coloquei em minha mesa. Massageei minhas têmporas e olhei para as enormes janelas e para as persianas — que iam do chão ao teto — elas davam visão para a cidade, a iluminada cidade de Chicago. O lugar onde eu provavelmente estaria trabalhando, se eu não tivesse seguindo isso aqui. 

Enfiei minhas mãos no bolso da calça e caminhei até elas, às enormes e majestosas janelas que meu pai tinha orgulho. 

Na terceira batida na porta, eu disse que estava aberta. Passos de saltos me fizeram cerrar os dentes com tanta força, ao ponto de eu sentir minha mandíbula ranger. Minha cabeça já estava latejando, os saltos da minha secretária só pioravam tudo. 

Maldito Desejo | + 18 Onde histórias criam vida. Descubra agora